Capítulo 1

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Alfonso


Seis semanas depois...


Nós três estamos no cais, esperando os mergulhadores ressurgirem. A detetive Jolena Klaassen está ao meu lado, silenciosa e imóvel, a chuva escorrendo pela borda do seu guarda-chuva. Ao meu lado, Viktor se pôs de pé. O céu acima de nós é um cinza escuro, provocando uma tempestade surpreendentemente fria de outubro.

Nenhum de nós fala quando um dos mergulhadores aparece na água escura e agitada. Ele pega o bocal e chama:

- Encontramos outro.

Sem emoção, a detetive levanta o rádio.

- Aguarde, os mergulhadores recuperaram um terceiro corpo. Notifique o médico legista. Repito, precisamos do 10-66. - Ela se vira e olha para mim. - Você se importa de esperar? Para ver se conseguimos uma identificação física?

Hoje de manhã, Viktor teve a infelicidade de ver uma mão humana flutuando na água em frente ao nosso armazém. Não tive escolha senão chamá-la, o que resultou em nós dois aguardando enquanto a polícia chegava em massa antes de enviar mergulhadores. Este último corpo é o terceiro que encontram nesta manhã. Os dois primeiros corpos foram amarrados com grandes pedaços de cimento nos pés, facilitando a conclusão de que essas mortes não foram acidentais.

Eu não quero olhar para o corpo que eles estão puxando para fora da água, mas não tenho muita escolha. Se eu recusar, a detetive me leva à delegacia. Isso economiza tempo.

O médico legista dirige para a beira da água e veste o equipamento de mergulho. Ele, junto com dois membros de sua equipe, segue o mergulhador de volta à água.

Eu falo calmamente com Viktor.

- Você pode nos pegar um café?

Viktor, provavelmente agradecido pela oportunidade de sair da chuva e volta para o armazém.

Algo ruim está por vir. Posso sentir isso como um sussurro contra a minha pele. Eu não sei o que, ou como evitá-lo, mas posso senti-lo.

Viktor reaparece antes dos mergulhadores, carregando dois cafés e um guarda-chuva.

- Obrigada. - Diz a detetive com verdadeira gratidão em sua voz, enquanto ele lhe entrega uma xícara fumegante.

Eu abro o guarda-chuva. Estou encharcado até os ossos, mas é um alívio não ter a chuva fria escorrendo pelo meu pescoço. Faço um gesto para Viktor voltar para o armazém para poder conversar com a detetive em particular.

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