Alfonso
Eu fico olhando para a área da enseada. Anahi, alheia a mim, atravessa a baía antes de subir os degraus. Seus olhos levantam e se arregalam quando ela me vê ali.
Faço um gesto para ela entrar no meu escritório. Toda vez que eu penso em como ela se sente em meus braços, eu fico duro. Eu me pergunto se ela tem alguma ideia de quão perto eu estive de perder completamente o controle na noite passada. Eu sou o rei do controle. Eu acho desconcertante que, ao seu redor, eu quase não o tenho.
- O que você está fazendo? - Eu pergunto, seguindo-a para o meu escritório.
- Sinto falta de Sasha. - Por cima do ombro, ela me dá um sorriso constrangido. - Parece um pouco vazio lá em cima.
Por meio momento, penso em comprar um filhote para ela, mas considerando o quão instável tudo está agora, isso não é sequer um pensamento razoável.
- Tenho certeza que ele também sente sua falta. - Eu vou para a minha mesa.
Meu celular toca. Eu olho para o número de Amelia. Sinto uma leve curiosidade por que ela está me ligando. Eu quero ignorar as ligações dela, mas se eu não acabar com isso, ela pode começar a ligar para Mica ou, pior, para a mãe dele novamente.
Eu olho para Anahi.
- Não vá embora. - Então eu respondo em espanhol: - Alfonso falando.
- Sou eu. - Amelia respira no telefone.
Esfrego a parte de trás do meu pescoço.
- Sim.
- Isso é tudo que você tem a me dizer? - Ela fala.
- Você me ligou.
Sua voz fica mal humorada.
- Querido, faz tanto tempo desde que conversamos.
A última vez que nos vimos foi em uma das minhas folgas das forças armadas. Tínhamos reservado um hotel e transado como bandidos durante todo o fim de semana, mal saindo da cama. Eu não seria capaz de lembrar da nossa última conversa se minha vida dependesse disso.
- Não me lembro da última vez que nos vimos. - minto.
- Meu marido, ele faleceu há alguns meses.
- Minhas condolências.
- Você não entende o que isso significa? Somos livres para ficar juntos.
Anahi vai até a janela e olha para algo abaixo.
Uma leve curiosidade sobre o ponto de vista de Amelia me mantém na conversa.
- Nosso tempo passou.
- Você não pode dizer isso.
- Você tomou essa decisão quando se casou com um homem velho por dinheiro.
- Você não entende o quão difícil foi para mim. Eu precisava me casar com alguém que pudesse me sustentar. Você não pode me culpar por minhas escolhas.
- Eu não culpo você por nada. - afirmo categoricamente.
- Por que você está agindo assim?
- Você enviou sua irmã para me encontrar no trem, dizendo que você tinha feito seu serviço.
- Como eu poderia te encontrar? Como eu poderia dizer que já estava casada com outra pessoa?
Eu não consigo tirar os olhos de Anahi. Completamente distraída com a minha conversa, ela alcança acima da cabeça e estica as costas. A camiseta sobe pela cintura fina.
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Dark Angel
RomantikEu estava no lugar errado na hora errada, e testemunhei um crime. A polícia não está me protegendo. E a minha chance de sobreviver não parece boa. Alfonso, é o frio e perigoso líder da máfia mexicana de Vancouver, é a minha melhor chance de chegar v...