Dark Angel

Capítulo 8

Anahi

Alfonso desaparece, e Sasha e eu continuamos a brincar. 

Se você for minha, eu protegerei você.

Suas palavras estão se repetindo na minha cabeça. O que isso significa, se eu for dele? Alfonso me disse que quer dormir comigo, mas também me disse que não iria. Eu não tenho ideia se ele manterá sua palavra, mas isso não importa. Eu sei, no meu coração, que esse homem é minha melhor chance de sobreviver a essa bagunça.

Eu ainda me sinto incrivelmente cautelosa, até com medo dele. Quando ele está por perto, me sinto nervosa, consciente de todos os seus movimentos.

Jogo a bola e, em vez de correr atrás dela, Sasha fica ofegante, antes de se deitar de lado no cimento frio.

- Você terminou? - Sasha boceja alto.

Atravesso o comprimento da enseada para recuperar a bola. Levanto-me e me assusto quando um homem do nada fica na minha frente.

- Oh. - Coloco minha mão no meu peito. - Você me assustou.

Ele é um homem mais velho, com cerca de sessenta anos, com marcas de rugas no rosto e cabelos grisalhos ralos. Ele não fala, mas seus olhos falam alto. Ele me olha com nojo.

- Você é a prostituta?

Suas palavras socam o ar fora de mim.

- Desculpe-me?

- Você é a prostituta com a qual Alfonso decidiu brincar de herói?

- Eu não sou uma prostituta.

Ele fica muito perto.

- Não foi o que eu ouvi. Quanto você cobra por noite?

Eu me mexo para dar a volta por ele.

- Essa conversa acabou.

Ele agarra meu pulso com força.

- Acabou quando eu digo que acabou.

Eu ouço um apito agudo. Nós dois erguemos os olhos. 

Alfonso está parado na varanda.

O homem mais velho larga meu pulso e se afasta. Eu assisto enquanto Alfonso faz um sinal para eu ir ao seu escritório. Ele observa Sasha e eu subirmos as escadas, antes que ele desapareça em seu escritório.

Viktor permanece parado na varanda, vendo minha subida.

- Você está bem?

Eu quero perguntar com indignação por que se espalha a notícia de que eu sou uma prostituta, mas não acho que tenho o direito de reclamar. Eu estou à mercê de Alfonso e seus homens, e o que quer que eles queiram me chamar é uma prerrogativa deles. Ainda assim, isso me deixa muito triste.

- Estou bem.

Ele franze a testa.

- Tem certeza que está? O que ele disse para você?

- Nada.

Alfonso levanta os olhos da mesa quando entro em seu escritório, mas ele não fala. Ele joga a caneta sobre a mesa e recosta-se na cadeira, fazendo-me sentir como se tivesse toda a sua atenção. Algo que eu não tenho certeza se quero. Eu me concentro em Sasha, vendo o cachorro grande pular no sofá.

Ainda me sentindo ofendida por ser chamada de prostituta, faço meu olhar um pouco defensivo.

- Você queria me ver?