Capítulo 15

2.4K 160 11
                                    

Acabo de colocar o vestido que a camareira trouxe volta há apenas alguns minutos. Tive que pedir para que passassem já que ele estava na mala em um estado deplorável.

Enquanto esperava, depois do banho, arrumei o cabelo e já coloquei um par de brincos pequenos que se consistem em um único brilhante e um colar delicado. Quase pronta agora.

Meu celular vibra sobre a bolsa e penso que talvez seja Tobey. Ele ainda não se comunicou hoje. Mas é uma mensagem de Nate.

“Estou no bar, me avise quando estiver pronta.”

Releio a mensagem três vezes tentando ter alguma pista de como o humor dele está no momento, quando não consigo decido responder apenas o básico.

“Certo.”

Quando finalmente estou pronta ao invés de mandar uma mensagem para Natan eu caminho até o bar. Algumas pessoas, principalmente homens, me olham pelo caminho e isso me deixa realmente constrangida.

Avisto Natan sentado em um banco do balcão, mas ele está de costas e por isso não me vê. Caminho até ele e coloco a mão sobre seu ombro.

“Olá.”

Ele move o corpo segurando um copo, que eu acredito ser de whisky, e olha em minha direção. Os olhos dele percorrem meu corpo de cima abaixo, pelo menos duas vezes e depois se fixa nos meus lábios. Eu tenho eles vermelhos, eu nunca uso vermelho, mas me pareceu bom hoje.

“Você está linda.” Diz. “Podemos ir?”

Na verdade acho que quero aproveitar um pouco mais aqui, afinal o Natan que me deu as costas no almoço parece ter sumido e eu gosto desse que voltou.

“Eu quero uma bebida antes.” Digo. “Um cosmopolitan, por favor.” Peço ao barman.

Sento-me ao lado de Natan. É minha vez de dar uma olhada nele. Está impecável, mas o que me chama a atenção é que ele não tirou a barba fina que está crescendo. Eu o acho mais sexy assim.

“Achei que não bebesse nada além de vinho ou champanhe.” Fala. “Pelo visto está abrindo exceções.

“Pelo visto eu estou.” Digo sorrindo.

Mesmo sem minha vontade a frase sai com um sentido mais amplo. Eu também disse que não traia meu namorado, entretanto, já me atraquei com Natan duas vezes. Podemos chamar de exceção também.

O barman coloca o cosmopolitan sobre o balcão.

“Um brinde?” Proponho segurando a taça.

“Certo. A que vamos brindar?” Natan pergunta.

Há tanta coisa pela qual eu deveria brindar e outras milhares pelas quais eu não deveria.

“Ao sucesso que sei que teremos com esse acordo. Ao nosso reencontro. A todas as lembranças que temos e eu te juro, são a parte mais bonita da minha vida. E a essa noite.” Finalizo.

Encosto minha taça ao copo dele.

“A nós.” Natan diz apenas.

O espaço reservado para a festa de Bodas de Coral do senhor e senhora Cooper é próximo ao Columbia Center, e o caminho até lá me permite ver pela janela do taxi as luzes de Seattle. Eu sempre achei Seattle uma cidade noturna, pelo menos fica mais bonita a noite.

Quando eu tinha treze anos vim aqui com minha mãe, mas fiquei trancada no hotel. Eu achei que um dia voltaria aqui e aproveitaria a noite.

O caminho pela quarta avenida é de tirar o fôlego, todos esses prédios luxuosos e imponentes. Olho para eles estupefata, mesmo que eu não seja deslumbrada por dinheiro, eu não sou imune as coisas que ele pode trazer.

HopeOnde histórias criam vida. Descubra agora