"Eles chegaram, acelera Léo!"

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     A madrugada estava fria e a neblina já estava se desfazendo, o céu estava começando a ficar limpo e já estava mostrando suas estrelas, todos de vez em quando olhavam para o céu mas ninguém o contemplava, estavam muito preocupados para perceber qualquer beleza no lugar. Lucas ia guiando o grupo pelo GPS do celular, suas costas doíam quando andava e ele tentava ignorar a dor do braço no braço. Estava frio e o único que estava com um casaco era o Miguel, que logo deu para a Bia se esquentar. 

     Caminhavam fazia cerca de vinte minutos e como já imaginavam, não existia uma só alma viva nos bairros que passaram. Tudo estava envolvido em um silêncio ameaçador e cada um demonstrava o medo de uma forma diferente. Lucas tentava se manter focado no GPS para não errar nas ruas, também era uma forma de ignorar o medo que estava sentindo, a dor no corpo e a dor de perder os pais. Léo suava mesmo no frio e mantinha o olhar fixo nas calçadas procurando um carro para pegar. Renan e Eduardo pareciam mais calmos e ignoravam o medo conversando sobre ele, de uma forma otimista, para ver se sumia um pouco. Bia se mantinha calma e sem muitas expressões, mas era óbvio que na mente dela deveria estar acontecendo um turbilhão de coisas. Já Miguel era um dos mais espertos e cautelosos, o medo dele fazia com que ele observasse mais e tomasse cuidado com cada passo que o grupo dava, ele sempre estava enxergando além. 

- Pessoal - disse Lucas atraindo a atenção de todos. - Virando essa rua chegaremos no primeiro armazém. 

- Temos que conseguir um carro. - Falou Miguel preocupado.

- Era nisso que eu estava pensando. - Falou Léo. - Já vai ser difícil chegar na base andando, imagina levando peso.

- São vinte e cinco quilômetros daqui até a base. - Lucas coçou a cabeça. - Vamos precisar de um carro mesmo. - Ainda sentia uma dor chata nas costas. - Chegamos.

     O armazém ficava em uma rua sem saída, bem no final dela, na realidade parecia ser um condomínio pequeno aberto mas não havia portão na rua. O armazém não passava de um galpão pequeno e que não chamaria a atenção de ninguém se não estivessem o procurando. Só tinha uma entrada e era por uma porta comum de ferro com um cadeado e sem maçaneta, não tinha janelas. Logo eles se aproximaram e foram examinar o lugar, Miguel deu a volta no galpão e os outros olhavam em volta.

- Não tem outra entrada além dessa. - Disse Miguel.

- Eu imaginava. - Falou Lucas.

- Como assim? - Perguntou Léo. 

- É porque é algo relacionado com os militares ou algo assim, pelo menos foi o major que mandou virmos aqui, deve ter algo importante. - Falou Renan.

- Tem um cadeado na porta, posso tentar quebrar. - Falou Eduardo que logo pegou uma barra de ferro da sua mochila.

- Você anda com uma barra de ferro? - Perguntou Léo. 

- Depois que vi aqueles bichos descerem da nave, preferi prevenir do que remediar.

- Miguel, Léo - Lucas fez um movimento para Eduardo não quebrar agora. - Vamos precisar de um carro como falamos antes, enquanto tentamos abrir o lugar vão e procurem um carro pelas ruas, deve ter pelo menos um aqui. - Ao falar os dois concordaram e saíram e Miguel deixou sua mochila para os outros colocarem o suprimento que encontrassem.

- Isso vai fazer barulho. - Disse Eduardo se preparando para bater no cadeado.

- É a única forma de entrar. - Deu de ombros Lucas.

- Não existe nenhum tipo de som na rua, qualquer barulho vai reverberar por ai. - Disse Bia.

- Não tem outra forma de entrar? - Perguntou Renan.

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⏰ Última atualização: May 14, 2021 ⏰

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