O que todos viram no céu

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     Eu poderia começar essa história com "era uma vez" mas sendo bem sincero, a última coisa que vocês podem esperar encontrar aqui é uma história para crianças, a maioria das crianças nesse mundo morreram ou tiveram que amadurecer antes do tempo pela própria sobrevivência. A vida nunca mais foi a mesma, nos parques já não se escutavam mais os barulhos das brincadeiras. Nos restaurantes já não haviam mais pessoas, por onde se olhava não se via uma luz sequer acesa nos prédios ou nas casas. E são dessas pequenas coisas que as pessoas mais sentem falta, um ou outro cachorro latindo de vez em quando, o som de bola dos meninos jogando na rua, ou até mesmo as boas reclamações de mãe dizendo o que tem que ser feito, e como todos ignoravam isso... A falta, é o que as pessoas mais sentem hoje. Mas nem sempre foi assim, terror e adrenalina a cada passo, teve um início em todo esse caos, e é acompanhando a jornada de três jovens que essa história começa.

     Era um dia comum na vida de Lucas, um jovem de dezoito anos com estatura média, cabelos pretos e bem curtos. Se arrumava pela manhã para poder não se atrasar até que o carro chegasse. Toda manhã uma van o pegava para o levar para a escola, juntamente com seus dois amigos de infância Renan e Léo. Tinham a mesma rotina à três anos no ensino médio, e duas vezes por semana organizavam algo em casa para fazerem.           

     Apesar de ser no Brasil, um pais relativamente quente, e acontecer no Rio de Janeiro, um estado mais quente ainda. A temperatura naquela manha tinha caído, era início de inverno e já dava para sentir na pele, eram tão cedo que o sol mal tinha se levantado, havia resquícios da chuva que caíra na madrugada, e o vento soprava com força deixando os vidros da janelas embaçados. Lucas era filho único e sempre que levantava sua mãe já estava de pé fazendo café da manhã para ele, e seu pai nunca via quando acordava, pois fazia isso bem cedo pois o trabalho de serralheiro não permitia que ele dormisse até mais tarde. Já estava quase na hora de sair quando um cheiro maravilhoso chegou na sala onde estava, e correu pra cozinha para ver. Sua mãe tinha feito os famosos bolinhos de chuva da dona Renata, não eram famosos mas era a grande sensação para Lucas, comeu mais rápido do que podia imaginar.

- Garoto, come direito vai acabar se engasgando. - Disse ela já se preparando para dar o tapão do desengasgo em Lucas.

- Calma mãe, calma já tô melhor, é que ta muito bom e tô atrasado - e riu.

- Falar nisso quando você chegar não vou estar em casa, seu pai vai me levar lá no centro da cidade hoje. - Disse enquanto limpava o fogão sujo da gordura dos bolinhos de chuva.

- Vão fazer o que lá? - Dizia enquanto enfiava mais dois bolinhos dentro da boca.

- A Ana, mãe do eu amigo Eduardo vai fazer uma segunda festa de casamento pra comemorar os anos juntos e alugou um bom vestido, vai ser em um sitio semana que vem, vamos lá pegar o vestido dela e eu vou ver uma roupa pra mim.

- Uuui dona Rê vai ficar mó chiquesa.

- Mereço né meu bem - ela riu - olha, vou deixar almoço pronto, quando seu pai chegar eu vou com ele e você esquenta a comida quando chegar.

- Tudo bem. - Levando pegando a mochila. - Então vou lá. 

- Se cuida, amo você. - Ela deu um abraço e um beijo no rosto dele.

- Amo você mãe, a gente se vê mais tarde. - Saiu e pegou mais quatro bolinhos pra levar na ida.

     O transporte já estava esperando quando ele saiu do quintal, logo entrou dando aquele bom dia animado para o Robinson, o motorista de van mais engraçado que poderia ter no mundo.

- Fala Robinson! - Ele entrou e fechou a porta. 

- E ai Lucas - deu partida na van - recebeu o convite pra festa dos pais do Eduardo?

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