Thank You For Looking at Me

6. 17 de dezembro

Aulas suspensas, ótimo! Tudo isso porque os alunos estrangeiros chegariam a qualquer momento. Mas ao invés do peso no estômago de Harry diminuir, piorou. Sim, pois como a Razão mesma lembrara, ele não conseguira uma menina de Hogwarts, então não teria a mínima chance com alguém de Beauxbatons.

De acordo com Dumbledore, o dia seria dedicado a fazer e reencontrar amigos. Para Harry seria dia de encontrar um par. Rony e Hermione falavam com ele o mínimo possível, o mau-humor ainda estava alto.

Logo depois do café todos permaneceram no Salão Principal para aguardar e recepcionar os convidados. Seria a oportunidade de Harry para olhar as meninas e decidir de qual teria menos chances de receber um sonoro “não”.

***

Juliet estava realmente entediada. Já tinha visto uma entrada parecida dois anos antes e agora não era novidade. Eram interessantes, sim, mas estava tão irritada com essa história toda de baile que nem ligou para Beauxbatons ou Durmstrang.

Enquanto fingia que prestava atenção repassava mentalmente tudo o que ficara de fora nos últimos anos. Quadribol, amigos, festinhas ilegais no Salão Comunal. Até mesmo o grande Torneio Tribruxo só acompanhara de longe – e nem tinha um favorito porque mal conhecia os competidores. Humpf.

Já tinha prometido para si mesma um milhão de vezes que ia parar de remoer essas coisas. Pegou uma maçã e, logo após a entrada e apresentação das duas escolas e do discurso de Dumbledore reforçando a importância dos laços entre eles e blá blá blá, saiu para vagar pelo castelo.

***

Ótimo! – pensou Potter – São quase onze horas e ainda não consegui nem um sim. Foram três “não” e cinco “já estou acompanhada”. Ideia besta essa de baile...

Espreguiçou-se e lembrou de Ginny. Chamá-la para o baile não significava que estava apaixonado... Lógico que não! Ela seria a solução perfeita! Harry sorriu para si mesmo e pensou no quanto fora burro de não ter pensado nisso antes.

***

Juliet comera pouco no jantar e fora direto para a biblioteca. Estava tentando ler um difícil livro sobre Poções Avançadas quando um grande grupo de alunas de Beauxbatons e Hogwarts chegou.

Tentou continuar lendo, mas o tititi era tão alto que não conseguiu. Fechou o livro com força e já estava de saída quando Sir Nick apareceu.

- Boa noite, Srta. Brooke!

- Boa noite, Sir Nicholas! – Respondeu educada, apesar da irritação.

- O que faz na biblioteca tão tarde?  As provas são só no ano que vem! – O fantasma a olhava com curiosidade.

- Estou tentando – e fuzilou o grupinho falante com o olhar – estudar alguma coisa para adiantar a matéria.

- Ah, entendo – Deu uma risadinha –, mas e o baile? Não deveria estar por aí pensando nisso?

- Eu não vou – Juliet tentou parecer menos irritada do que estava.

- Oh, srta. Brooke, achei que já tivesse superado essa fase.

- E eu superei, Sir Nicholas, só não acho legal ser a única pessoa sem par.

***

Potter já estava procurando há mais de uma hora e sabia que já era tarde da noite. Só tinham permissão para ficar fora da cama até uma da manhã e, mesmo assim, só por causa dos convidados.

Tinha desistido de sua busca quando, finalmente, ouviu a voz de Ginny no corredor que levava à biblioteca.

- Ginny, para com isso... Me dá um beijo! Sei que você quer isso tanto eu!

Wow, ele conhecia aquela outra voz! Mas... Não poderia ser, era loucura pensar nisso.

- Quem disse isso? Quem disse que eu quero?

- Seus olhos!

Harry os viu no exato momento em que se beijavam. Não era possível, duvidou do que seus olhos enxergavam. Bem ali, no cantinho entre a estátua de Sigmound, o Paranoico, e a parede estavam Ginny Weasley e Draco Malfoy. Juntos, abraçados, se beijando!

Naquele momento sentira duas coisas: vontade de vomitar e raiva. MUITA raiva. Nada a ver com ciúmes, mas principalmente por ter acabado de perceber que sua última chance de ir ao baile acompanhado tinha escapulido.

Afastou-se sem fazer barulho e só conseguia pensar no que Rony falaria disso. Bom, certamente não seria ele o responsável pela notícia.

Meio perdido em pensamentos seus pés o guiaram para a biblioteca, que estava lotada de meninas barulhentas. Poderia ser sua chance, afinal. Sorriu para si mesmo, respirou fundo e entrou.