5. 12 de dezembro

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Há muito tempo não havia tanto movimento de corujas pela manhã no Salão Principal. Eram centenas delas, deixando pacotes consideráveis para a maioria dos alunos.

As caixas eram lindas e com vestes e vestidos mais bonitos ainda. Mas ninguém, exceto o dono, os veria até a hora do baile. Queriam surpreender uns aos outros da melhor maneira possível.

Hermione acabara de receber e colocar de lado sua caixa. Sorriu, corada, para Rony, que também recebeu uma caixa e, só para garantir que não teria surpresas, deu uma espiadinha, respirando aliviado quando viu uma veste novinha e bonita. Veio com um cartão engraçadinho dos gêmeos.

A caixa de Harry fora enviada pela Sra. Weasley e ele, mal-humorado porque ainda não tinha um par dez dias depois do anúncio do baile, nem se deu ao trabalho de verificar o conteúdo. Sua última esperança eram as meninas de Beauxbatons.

Hahaha, isso é alguma piada, Potter?”, uma vozinha chata o trouxe à realidade, “Se não conseguiu alguém daqui acha que vai conseguir alguém de fora?”.

Era a voz da Razão e, ironicamente, ela estava certa. Pegou seu pacote, uma torrada e saiu sem falar nada. Ficou irritado durante o resto do dia.

A alguns lugares de distância, Juliet continuava comendo fingindo não se importar. Já estava farta daquela história de baile e, obviamente, não comentara nada com a tia. O que faria com um vestido bonito nessa situação? Absolutamente nada.

Apesar de tentar se concentrar nas aulas, sua cabeça continuava no baile. Droga, droga, droga! Por que ela? Por que Merlin reservara aquilo para ela? É bom que houvesse uma boa desculpa...

Perdeu a maior parte do dia fantasiando em como seria ir ao baile e em como sua vida poderia ter sido se não fosse o tal feitiço. Comeu qualquer coisa no jantar e arrastou-se até o dormitório, sem nem registrar o que acontecia ao redor.

Mas uma bonita caixa branca com um laçarote vermelho a trouxe de volta à Terra. O quarto estava vazio e a encomenda sobre uma cadeira... Aproximou-se, atraída, e viu seu nome escrito no envelope preso ao laço.

Sentou-se na cama, ainda atordoada, e abriu a carta. Reconheceu na mesma hora a letra de sua tia.

Querida Juliet,

Ouvi falar de um baile de Natal em Hogwarts e tomei a

liberdade de enviar um vestido, mesmo que você não

tenha pedido.

Mas não pense a senhorita que é um vestido qualquer,

porque não é. Esse vestido foi o que sua mãe estava usando

no baile em que encontrou seu pai pela primeira vez.

Pode parecer clichê, mas não pense assim. Infelizmente – e

você conhece bem meus motivos – não pude sair para

comprar um novo, mas mandei reformar esse e acho que

fizeram um ótimo trabalho.

Não é exatamente igual ao original, mas tão bonito quanto.

Mando também os sapatos e acessórios adequados, pelo

menos de acordo com a costureira.

Desculpe, mais uma vez, minha querida. Não só por não conseguir

um vestido novo, mas também por ter errado com você e ter

te trazido tantos problemas.

Espero que possa ir ao baile, mesmo que alguns não te vejam.

O importante é você saber que existe. Isso faz toda a diferença.

Não faça nada pelos outros, Juliet, mas por você mesma.

Torço para que este baile seja especial e que compense todas

as vezes que não levei você às festinhas por causa de meu trabalho.

Eu te amo, minha querida sobrinha, e torço todos os dias para que

você seja muito feliz.

Carinhosamente,

Tia Marissa.”

Juliet não sabia o que fazer. Estava ali, parada, com a carta nas mãos e totalmente abobalhada.  Sorriu e pensou que, apesar de tudo, tinha uma tia maravilhosa... Só lamentava ter que decepcioná-la. Mas, antes de guardar no fundo do malão, não custava dar uma olhadinha no vestido.

E... UAU! Quando abriu a caixa seus olhos brilharam, porque aquela era a coisa mais linda que já tivera nas mãos. Era simplesmente... Perfeito! Fechou rapidamente a caixa antes que caísse em tentação e guardou no fundo da mala.

Naquela noite Juliet fora dormir com a imagem daquele vestido na cabeça e sonhou com danças, risadas e os pais.

Thank You For Looking at MeOnde histórias criam vida. Descubra agora