7. Meia-noite e quarenta e um

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Harry entrou e foi caminhando em direção ao primeiro grupinho. Algumas meninas lhe sorriram, outras apenas ignoraram.

Vamos lá, Potter. – pensou – Você já fez isso antes, coragem!

- Humm... Com licença?

Todas se calaram e o observaram com atenção, de cima a baixo. Harry sentiu seu estômago despencar e, instintivamente, arrepiou os cabelos.

- Sim?

- Bem, hum, gostaria de saber se... Se alguma de vocês, por acaso, está sem companhia para o baile.

As meninas se entreolharam e voltaram a analisá-lo por alguns segundos.

- Desculpe, estamos todas acompanhadas.

Harry agradeceu, constrangido, e caminhou até outro grupinho. Estava tomando coragem quando percebeu Pansy Parkinson no meio dele e resolveu deixar pra lá. Ser humilhado na frente de gente assim era dispensável.

Finalmente encontrou um grupo menos intimidador nos fundos da biblioteca. Era tudo ou nada. Tudo, esperava.

- Oi, hum, será que você...

- Desculpe, Potter, já estamos acompanhadas – a resposta veio seguida de risinhos.

Com um suspiro irritado, Harry viu as meninas se afastarem e estava preparando-se para descontar sua frustração chutando uma cadeira quando ouvir a voz de Nick-Quase-Sem-Cabeça.

- E quem disse que será a única sem par? Certamente terão outros alunos assim!

- Rá, até parece. Duvido que alguém sem acompanhante apareça, Nick. Duvido!

Céus! – Pensou – Além de morto Nick anda falando sozinho...

Sozinho, Potter?” – A Razão lhe chamava outra vez. – “Tem certeza que não havia outra voz?

Harry forçou a vista na direção de Nick e percebera que ele conversava com alguém. Mas quem? Não sabia dizer, da distância em que estava a pessoa não passava de um vulto. Aproximou-se, curioso, e acabou tropeçando numa mesa.

- Ouch, droga!

- Harry? Harry Potter? Aproxime-se, rapaz! O que faz aqui a essa hora?

Harry e Juliet olharam seus relógios. Meia noite e quarenta e um.

- Eu estava... Hum... Sem sono, Nick. – E sorriu, constrangido. – E, hum, olá.

Juliet assustara-se com o repentino “olá” no rapaz e olhou para o fantasma, confusa.

- É comigo? – Sussurrou, ainda de lado.

Com a confirmação do fantasma, Juliet virou-se, ainda surpresa.

- É... Olá.

Harry olhou Nick e dele para a garota, sem saber exatamente o que fazer, achando a atitude um tanto peculiar.

- Desculpem, não queria interromper a conversa, eu só estava...

- Ah! Não tem problema, senhor Potter! Minha amiga aqui ficará satisfeita em conversar com algo além de um mero ser ectoplasmático... – Nick fez uma pequena reverência. – Uma ótima noite para o senhor e para a senhorita. Não percam a hora!

Com mais uma reverência e uma piscadinha o fantasma atravessou a parede e sumiu, deixando um silêncio incômodo e constrangido entre os dois.

- Então, err... Você... Você é nova por aqui?

- Não... – Sorriu timidamente. - Não exatamente.

Potter, novamente, arrepiou os cabelos e mexeu nos botões da camisa.

- É que nunca te vi por aí... E somos da mesma casa... – Disse, indicando o cachecol com as cores da Grifinória que ela usava ao redor do pescoço.

- Ah, sim. Isso é comum... Quase ninguém me “vê por aí”. – Ela respondeu, nervosa. – Mas você é Harry Potter, certo?

- Sim, Harry Potter. E você é...?

- Ninguém! – Respondeu de supetão, causando espanto no rapaz.

Droga, Juliet! – Seus pensamentos gritavam. – Alguém está te vendo e falando com você, tente ao menos ser simpática!

A menina respirou fundo e deu um sorriso tímido.

- Juliet... Juliet Brooke, muito prazer.

Thank You For Looking at MeOnde histórias criam vida. Descubra agora