Mantendo a sagrada tradição de Aphotecarium, Selene decide honrar o legado da irmandade e proteger os conhecimentos mágicos da ganância de uma Ordem rival, a Ordem dos Tronos.
Com sua coragem ela enfrentará os desafios que virão com essa responsabi...
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Ouviu-se os passos de Eros pela casa. Orobas fez sinal com a mão para Selene manter a calma. Afinal, ele sequer desconfiava que havia mais alguém ali além dos dois.
--- Vai lá e inventa alguma coisa. --- Sussurrou para Selene.
Não havia nada nesse mundo que ela odiasse tanto quanto a mentira. No entanto, a situação não era favorável para contar a verdade. Ela confiava em Moisés! Esse Eros não é real. E mesmo que for, não é o seu namorado. Mesmo com as descobertas sobre seus pais, Selene duvida de Orobas. Ela cogitou até mesmo enviá-lo de volta a Gehenna, ou o pior, falar ao seu namorado sobre ele. Contar toda a verdade. Se livrar de uma responsabilidade que não deseja assumir.
Então ela estufou o peito de ar tomando coragem para vê-lo. Recebeu Moisés com um sorriso acolhedor, indo em direção aos seus braços procurando conforto de tudo o que aconteceu nas últimas horas.
--- Que bom te ver. --- disse ela enquanto mordiscava os lábios de seu amado. --- Senti saudades.
Moisés a beijou com pressa apenas pressionando os lábios aos dela. "Tem alguma coisa errada" ela pensou. E de fato tinha. Moisés não estava vestido com o uniforme da empresa em que trabalha a anos. Estava com uma camiseta preta e um símbolo bordado em verde na parte frontal. Uma serpente ao meio de duas colunas era a estampa. Uma espécie de logotipo.
Ela já tinha visto o tal símbolo em algum lugar. Recordou-se de alguns documentos no escritório de seu pai e a imagem do mesmo símbolo estava desenhado em um arquivo. Mas... Onde esse arquivo estava?
--- Aconteceu alguma coisa? --- A sua voz falhou com um deslize de seu nervosismo. Selene amaldiçoou a si mesma pelo descontrole emocional.
Moisés permaneceu calado evitando a atenção dela. Retirou de dentro de sua mochila um laptop e ligou apressadamente. Ele estava com um um conector de rádio no ouvido, daqueles que geralmente se vê em filmes.
Enquanto isso Selene já estava com seu radar ligado. Sabia que algo estava errado. Ele nunca agiu assim antes, será que ele sabia de algo? Por que estava vestido daquele jeito? Moisés não se vestia assim. Parece mais um militar das forças táticas com coturnos, calça operacional e camiseta. O que houve com os sapatênis, as camisas sociais, gravatas e malas com os papéis do trabalho?
--- Estou online. O que eu faço? --- A pergunta não foi direcionada a Selene, mas para alguém do outro lado da linha. --- Não consigo acessar a entrada da biblioteca. Pede um códico. --- Alguns minutos de silêncio e então ele prossegue --- Aguarde na linha, será rápido.
Nesse minuto Selene já estava com sua dignidade na mão. Havia pavor estampado em seus olhos, um medo inexplicável que refletia pelo seu corpo.
Selene não era burra. Ouviu a própria intuição e se aproximou com passos lentos para o objeto mais próximo de si, capaz de usá-lo para se defender ou atacar.
