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Eduarda desembarcou em São Paulo, andou poucos metros pelo salão do aeroporto quando avistou seu pai vindo ao seu encontro, com um rapaz que parecia conhecer.
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Fernando: filha! - a abraçou como se não acreditasse que ela realmente estava ali - senti tanta saudade
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Eduarda: eu também senti muita - correspondeu ao abraço. Quando finalmente se soltaram olhou estranho para aquele rapaz.
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Caio: que cara é essa duduzinha? - a assustou com um abraço que chegou a tirá-la do chão - você não lembra de mim? - ela negou com a cabeça.
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Fernando: é teu primo Caio. Vocês se viram a muito tempo, faz sentido não lembrar
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Eduarda: oi - cumprimentou sem graça. Buscou na memória e lembrou de seu primo. Ele que antigamente era um garoto franzino hoje nem parecia a mesma pessoa - não sabia que morava aqui.
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Fernando: então você realmente não prestava atenção nas nossas conversas pelo telefone, porque já te falei do Caio muitas vezes - ela sorriu sem graça.
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Eduarda: foi mal
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Fernando: agora nada disso importa, vamos para nossa casa ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
(•••)
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A maresia inundou seus pulmões, e foi inevitável sorrir ao olhar pro mar. Não era tão ruim como imaginava, o som do mar era tranquilizante, a cidade era aconchegante apesar de cheia.
Caio: Dudu - a despertou do transe em que se encontrava - você agora vai ficar bronzeada, vamos pra praia todo dia
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Eduarda: vamos? - riu dele ter dito "vamos", tomando a decisão por ela - acho que estou precisando mesmo - olhou para sua pele que estava branca como nunca
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Caio: você vai curtir morar aqui, vim passar uma temporada e fiquei ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Eduarda: e você faz o que aqui? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Fernando: ele é um à toa, diz que é surfista... isso lá é trabalho? - implicou.
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Caio: você vai ver quando eu for famoso, velhote
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Eduarda: nem todo mundo quer ser médico como você pai - tomou o lado do primo imediatamente. Era inegável que Eduarda ainda sempre escolhia estar contra o pai.
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Fernando: é que nem todo mundo gosta de trabalhar de verdade - os dois jovens riram.Caio: é que as pessoas espertas juntam lazer com trabalho, você nunca vai entender - ele e Eduarda se olharam afirmando o início de uma cumplicidade.
(•••) Dia seguinte •
Quando finalmente conseguiu se levantar da cama e se arrastar até a sala procurando por alguém se deu conta que estava sozinha. Na geladeira um bilhete dizia: "Dudu, fui pro plantão, volto amanhã. Papai"Eduarda: ok - falou para si mesma, depois se serviu de uma xícara de café e caminhou até uma varanda que possibilitava ver a praia. Avistou alguns surfistas lá, e chegou à conclusão de que um deles era seu primo.
Fome não era seu forte pela manhã, então terminou seu café e voltou para o quarto que agora seria seu. Desfez a mala, organizou todas suas coisas e aquilo fez seu coração apertar, com isso uma vontade imensa de falar com sua tia a tomou. Não hesitou em discar seu número e chamar até cair, o que fez seus olhos marejarem.Eduarda: não vou chorar... - disse olhando para o teto, evitando que as lágrimas caíssem. Em seguida, escolheu um par de roupas e tomou um belo banho, se vestiu, pegou celular, dinheiro e decidiu ir andando aonde o GPS do seu telefone dizia ser o centro da cidade.
Ela caminhava capturando cada detalhe da nova cidade, as pessoas circulando com pranchas, de biquíni, felizes demais era bem diferente do que via em Goiânia.
Entrou em uma loja e foi logo recebida com um elogio. "Meu Deus, que menina linda!" Eduarda: obrigada - riu sem graça.
"De nada meu bem, prazer meu nome é Simone" - a garota também se apresentou.
Simone: do que você precisa?
Eduarda: de um biquíni, vim morar aqui e não tenho nenhum
Simone: o que? Então vc vai precisar de vários!
Eduarda: hmmm, acho que não... só vou a praia hoje pra conhecer mesmo, não tenho muito hábito de ficar ao ar livre. Simone riu, sabendo que aquela opinião mudaria em breve. Ela mostrou os biquínis e Dudu optou por um preto, básico.
Simone: Boa praia então, a gente se vê - Eduarda ouviu que alguém entrava na loja - demorou sr. Gabriel.Gabriel: mas cheguei, estava no surf - Dudu olhou pra onde vinha a voz então seus olhares se cruzaram - ainda bem né - o moreno deslizou a língua pelos lábios e sorriu, então Dudu olhou estranho para ele.
Eduarda: Obrigada pela atenção, tchau
Simone: tchau querida
Gabriel: a gente se vê - ela não respondeu, saiu dali achando aquele cara muito folgado.
Já em casa, correu para o banheiro e trocou a roupa pelo biquíni, porque havia demorado mais do que imaginava na rua, atrasando sua ida à praia. Andou pela areia quente com pressa e só parou quando sentiu a água gelada nos pés. Avistou Caio de longe acenando para ela então continuou a andar, assim que foi possível deu um longo mergulho na água salgada.
Caio: Achei que você já estava afogando - falou com os olhos arregalados quando Eduarda emergiu do mergulho.
Eduarda: eu sei nadar, bobinho - nadou até ele e se apoiou em sua prancha - então, vai me ensinar a surfar ou não?
Caio: Bora! ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A ideia de aprender a surfar era boa, mas não deu muito certo. Fora os caldos, as quedas, Eduarda se divertiu muito com Caio, mais do que imaginava. Após horas no mar, e ela acreditar ter chegado na exaustão total, os dois voltaram pra casa.
Eduarda: tô morta e com muita fome - disse caminhando pra cozinha - que horas meu pai vai chegar? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Caio: ixi, só a noite - abriu a geladeira procurando algo pra comer - tá foda, não tem nada pronto pra comer. Você sabe cozinhar? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Eduarda: Eu não! - ele riu. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Caio: Vamos fazer assim: a gente toma um banho, dorme e quando acordarmos vamos comer, beleza? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Eduarda: ok, vai no meu quarto verificar se estou viva depois que acordar... talvez eu tenha morrido de fome - ele riu novamente. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Caio: para de ser exagerada, depois nós vamos na casa de um amigo meu inclusive ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Eduarda: ah, não... to cansada demais pra ser que ser simpática, não vou
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Caio: vai ser maneiro Dudu, e eu quero ir e não posso te deixar sozinha
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Eduarda: porque? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Caio: vai que você some aí, você está sob minha responsabilidade, seu pai ia me matar - agora foi a vez de Eduarda rir alto.
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Eduarda: não é como se eu fosse fugir de um lugar que eu escolhi vir - negou com a cabeça - mas seja o que for, eu não tenho nem forças pra discutir. Vou contigo...

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SUN
FanfictionNo dia 07/03/2014 Eduarda viu seu mundo desabar. Estava concentrada na aula de história quando a diretora pessoalmente a chamou em sua classe. Um calafrio cortou seu corpo, então engoliu em seco antes de se levantar e andar pelo corredor de carteira...