#4 O Povo Abóbora

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      Ele anda por mais alguns quilômetros quando vê adiante um pequeno vilarejo, as chaminés erguiam fumaça aos céus. Um cheiro maravilhoso de comida exalava no ar, "Comida de verdade, nada de cogumelos ou frutinhas. Comida!"

Ele apressou o passo até encontrar uma figura levando um carrinho de mão. A figura tinha uma estatura encurvada e um tremendo cabeção, era incrível como conseguia manter o equilíbrio com uma cabeça daquele tamanho. Chegando mais perto ele percebe, não tanto para sua surpresa, que a cabeça da figura com o carrinho era uma grande abóbora.

- Hei, senhor! – grita Lucio.

O senhor com cabeça de abóbora olha para trás e com olhos maravilhados ao ver Lucio diz.

- Ora ora ora. Um do povo do céu, que bela surpresa!

- Povo do céu? – Lucio parecia mais confuso do que nunca.

- Sim sim, estávamos esperando por você.

- Como assim esperando? Vocês sabem o que eu sou?

- Claro que sabemos, uma pessoa do céu. Venha, venha comigo, todos estão à sua espera. Deve estar com fome em filho?

Lucio sente seu estômago roncar, o cheiro de comida do lugar era maravilhoso.

Ele segue com o senhor até o vilarejo. O lugar era um conjunto de casas simples de madeira, galinhas andavam a solta e cachorros corriam atrás delas, crianças com cabeças de abóboras ainda não maduras brincavam na rua. Algumas casas tinham hortas outras com animais de fazenda, era aconchegante o clima do local, muito melhor que a cidade abandonada.

O povo abóbora olhava para ele com grande apreço, acenos e algumas piscadelas eram enviadas a ele.

- Vamos vamos, senhor do céu – disse o velho abóbora – vou leva-lo para a estalagem, lá conseguira comida boa e abrigo. Todos vão ficar feliz com sua chegada.

- Pode me chamar de Lucio senhor. Aliás qual o teu nome?

- Me chame de Elias. Bom estamos quase lá, só virar aquela esquina.

Os dois vão até uma grande estalagem, o som de música saia do lugar, o cheiro de comida fez Lucio ir mais depressa. Abrindo a porta ele encontra vários do povo abóbora festejando, conversando e bebendo. Todos o saudaram levantando os canecos quando ele entrou.

- Vamos entre – disse a taverneira. – Meu nome é Lucia, sente-se coma e beba, sinta-se à vontade.

- O lugar está animado. Estão comemorando alguma coisa? – disse Lucio sentando-se em uma mesa enquanto era servido com cerveja escura e um grande prato de pato assado.

- Sim! A sua chegada meu amigo – disse um homem abóbora gordo que se sentava ao lado. – E ao novo ciclo que chegará.

- Novo ciclo? – pergunta Lucio devorando o pato.

- Sim, meu amigo! Um ano novo está para começar. – disse o abóbora gordo.

- Já estamos no final do ano? Nossa!

Lucio devora até o ultimo pedaço do prato assado, a conversa flui normalmente, ele não estranha as cabeças de abóbora, nem os buracos cavados dos olhos daquele povo estranho, era como estar em casa, seja lá como fosse sua verdadeira casa. Já se sentindo cansado ele pergunta se pode pegar um quarto a taverneira.

- Sim, claro! Vá dormir um pouco, te esperaremos para a grande festividade hoje à noite.

- Festividade?

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