Capítulo 32

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Não sei quantos segundos eu fiquei imóvel, sem saber o que fazer, apenas observando a pequena poça de sangue se formar lentamente no chão perto dele.

- S/n eu...

- Não se atreva a começar com as desculpas ou com o sentimentalismo - falei saindo do transe em que eu estava, e me levantando indo até a minha bolsa que estava no outro canto do elevador

- Ei, eu não quero morrer sem ter te dito que...

- Cala a boca - o interrompi enquanto procurava minha nécessaire dentro da bolsa, sentindo meus olhos começarem a marejar "Sem tempo para isso S/n... ele não vai morrer, não assim" pensei enquanto limpava rapidamente uma lagrima teimosa que escorreu pelo meu rosto

Me virei e fui até ele novamente

- O que você...

- Como não podemos tirar a bala por causa do risco de piorar tudo, temos que estancar o sangue de algum jeito - falei enquanto tirava meu casaco e o estendia no chão - consegue se afastar para eu tirar o seu sobretudo?

Ele assentiu com a cabeça e se afastou um pouco. Eu tirei o casaco com o máximo de cuidado que eu consegui, e um desespero ainda maior me tomou quando eu vi que a parte das costas na camisa dele já estava completamente ensanguentada.

Me afastei e fui até o meu casaco, tirei tudo que havia dentro da pequena bolsa e coloquei sobre o ele para que as coisas não entrassem em contato com o chão.

- Virou médica agora? - ele perguntou rindo

- Eu... aprendi algumas coisas morando com os meus tios - falei enquanto olhava para as coisas em cima do casaco, sem saber ao certo o que fazer - uma pergunta... - peguei uma pequena tesourinha de unha que eu tinha - você não gosta dessa camisa né?!

- Pra falar a verdade eu... - antes que ele pudesse responder eu a cortei -... gostava

- Na minha opinião ela não combinava com seus olhos... - falei enquanto colocava a tesoura apoiada na perna dele e depois voltei para perto do meu casaco - como eu não ando com um quite médico e nem com gaze na bolsa... espero que não se importe de eu usar isso aqui... - falei mostrando uma pequena embalagem quadricular que toda mulher sempre carrega consigo (ou quase todas)

- Isso é...

- É! - para minha sorte eu sempre colocava exatos 4 pacotinhos dentro na nécessaire, e sempre andava com bandaids caso meu pé começasse a ficar machucado com os sapatos, então daria para fazer uma pequena gambiarra para estancar o máximo de sangue que eu conseguisse - preciso que você se afaste um pouco mais da parede para eu dar um jeito nisso - falei enquanto me aproximava dele de novo

- S/n, para... você sabe que isso não vai adiantar - ele falou segurando meu punho e me olhou nos olhos - não temos nem ideia de que horas vai chegar alguém... isso vai ser inútil

Puxei meu braço da mão dele e continuei o encarando

- Eu preciso que você se afaste - falei firme mas senti meus olhos se encherem d'água

- S/n...

- Tobirama, por favor - meu peito estava doendo ao ver aquilo e imaginar que ele poderia morrer ali - por favor não seja idiota dessa vez, só faz o que eu estou pedindo

Ele abaixou um pouco a cabeça e se inclinou um pouco para a frente, fazendo com que eu conseguisse ver melhor a parte das costas dele.

Peguei a tesoura e desci mais o rasgo que eu havia feito, indo até a parte em que a bala tinha entrado.

De volta ao lar (Tobirama x Leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora