Capítulo 50

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» Pov Tobirama

Nós voltamos para a cabana quando já estava anoitecendo. Havíamos passado a tarde conversando sobre algumas coisas que já haviam acontecido e sobre alguns pensamentos que tínhamos em comum.

S/n falava com muito carinho dos tios, como se fossem os segundos pais dela, e isso me fez pensar que se eu quisesse fazer tudo certinho, teria que ir para Ohio para conversar com eles.

Assim que pisamos na cabana, ela subiu para ir tomar um banho e eu fui comer alguma coisa. Precisava descarregar toda minha energia em algo que não me fizesse perder a aposta ridícula...

“Isso é meio descepcionante...” pensei enquanto abria um pacote de batatinhas chips que havia no armário “Tudo bem que eu também acho uma coisa necessária, mas poxa, é tão bom poder transar com ela... Sentir aquele pele quente, ouvir a respiração descompassada enquanto geme de maneira tímida... É tão bom estar dentro dela...”

— Fica quieto seu maníaco sexual — falei para mim mesmo enquanto balançava a cabeça para tirar a imagem dela me olhando ofegante, com as bochechas vermelhas e os lábios entreabertos.

Comecei a pensar em qualquer outra coisa que me viesse a mente, e acho que fiquei parecendo um louco resmungando enquanto andava de um lado para o outro da cozinha comendo um pacote de batatinhas.

— Eu já acabei, pode ir se quiser — a voz doce da Hatake soou acima de mim e um cheiro gostoso de amêndoas se fez presente pela cabana.

— Quer batata? — perguntei enquanto olhava hipnotizado para ela.

Ela estava de pijama e com uma toalha enrolada na cabeça, e acho que nunca havia visto tão linda.

— Quero. — ela respondeu enquanto descia rumo a cozinha.

Não sei que cara eu estava fazendo, mas ela sorriu quando se aproximou e então raptou o pacote da minha mão.

— Está vermelho por quê?

— Eu não estou vermelho — falei enquantoe dava conta das minhas bochechas meio quentes — Só estou cansado... Vou ir tomar um banho.

— É... Acho que um banho vai te ajudar a eleminar toda essa sua... canseira — ela falou enquanto seus olhos desciam na direção da minha barriga e então se fixou em um ponto um pouco mais para baixo.

Senti uma vergonha absurda me tomar quando me dei conta de que ela havia se dado conta.

Pensei em responder alguma coisa, mas as palavras simplesmente não se formavam na minha mente, então apenas subi as escadas, derrotado por um simples olhar.

Durante o meu banho precisei usar uma... outra técnica para descarregar as minhas energias, mas é claro que aquilo não me ajudou totalmente.

Quando saí do banho me deparei com uma garota sentada em cima da cama com um balde de pipoca e com a televisão ligada no catálogo de filmes.

— O que acha de uma mine sessão cinema? — ela perguntou com um sorriso travesso nos lábios.

Nós estávamos já no meio do filme, e eu estava quase dormindo. Era um daqueles filme clichês de romance adolescente onde a garota descobre estar com uma doença terminal e o garoto decide cumprir a lista de desejos dela.

— Você tem alguma lista de coisas que quer fazer antes de morrer? — a voz da garota deitada no meu peito soou, me fazendo despertar um pouco.

— Acho que nunca parei para pensar nisso. E você? — perguntei enquanto me acomodava mais na cama, sentindo ela se ajeitar junto comigo.

— Também nunca pensei nisso direito.

— Direito?! Quer dizer que já pensou em algumas coisas?

— Ah... Quando mais nova sim. Mas eram vontades de adolescente. Acho que hoje em dia, nada se salva da minha antiga lista — ela riu e ficou em silêncio, aparentemente voltando a prestar atenção no filme.

Fiquei pensando em como seria a S/n adolescente. Imagino que ela não deva ter sido o tipo de adolescente muito padrão, já que ela conta que a maior parte do tempo estava acampando com o tio... Então que tipo de desejos ela tinha nessa época?!

Comecei a pensar nas coisas que eu tinha vontade de fazer antes de morrer, e a única coisa que eu tinha certeza era de me casar com a garota deitada no meu peito.

Continuei pensando nas coisas pelo resto do filme, e quando eu finalmente achei que meu sofrimento ia acabar, ela colocou um outro, só que dessa vez o cara ia para a guerra e a menina ficava esperando o retorno dele.

Ela assistia aquilo parecendo estar tão feliz que eu não ousei nem cogitar a ideia de trocarmos o filme.

Tentei prestar atenção no segundo filmes, mas depois de um tempo a única coisa que eu conseguia prestar atenção era na respiração tranquila dela, e no cheiro sútil de menta que vinha do cabelo dela. Sua pele estava quente e macia, e eu me lembrei da viagem que havíamos feito para o Alabama.

Meu corpo estava sentindo um falta que nem mesmo eu conseguia medir da sensação de ter ela deitada comigo novamente.

Senti meu peito apertar quando lembrei da aposta que eu havia feito com o Izuna, e ainda mais quando me lembrei do olhar de decepção, raiva e tristeza que ela me olhou na noite de ano novo...

No exato momento em que eu estava sentindo a raiva me preencher o peito, ela me abraçou com um pouco mais de força, arrumando sua cabeça sobre o meu peito.

Olhei para a TV e vi que o rapaz havia sido baleado na guerra. Na cena ele estava sendo levado para uma tenda médica improvisada, e um enfermeiro estava colocando uma pequena máquina para aferir os batimentos cardíacos dele.

No mesmo momento, senti a mão dela que estava sobre meu peito, ficar por cima do meu coração.

“ —... Eu preciso que você acorde para eu poder ver que você está bem mesmo... Para eu poder te xingar, e para poder te abraçar e ouvir seu coração batendo forte dentro do seu peito enquanto você faz cafuné no meu cabelo... ”

”Talvez ela realmente estivesse falando sério lá no hospital... ” pensei enquanto acariciava o cabelo dela.

A Hatake levantou a cabeça e me encarou por alguns segundos. Ela me roubou um beijo rápido e então sorriu, voltando a deitar a cabeça sobre mim.

Fiquei a admirando mais um pouco, e não sei exatamente em que momento, mas acabei pegando no sono.

E não tenho certeza, mas acho que naquela noite, sonhei com o meu casamento...

De volta ao lar (Tobirama x Leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora