Capítulo 47

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» Pov S/n

"Burra, burra, burra" pensava comigo enquanto mastigava a panqueca com raiva. "Como eu pude falar aquilo para ele?! Ele fez panquecas para o café da manhã, e como eu retribuí? Usando ele para esquecer meu problema..." lágrimas de raiva corriam pelo meu rosto

— Se continuar chorando dentro do café ele vai ficar com um gosto ruim. — a voz do Senju soou atrás de mim enquanto eu sentia uma manta repousar sobre mim.

— Não me importo. — falei fungando enquanto virava a cabeça na direção oposta em que ele estava.

— Mas eu sim — ele tomou a xícara das minhas mãos. — não gosto que estraguem as coisas que eu faço, e isso inclui cafés e passeios.

Sua voz soava sem humor e eu não queria olhá-lo para não ter que ver seu olhar de desprezo. 

— Se vai me ignorar, pelo menos faça isso estando protegida do frio. — ele colocou uma manta em cima das minhas costas.

Olhei em sua direção confusa e então me deparei com ele me olhando enquanto abraçava os joelhos, sentado ao meu lado. 

Ele havia colocado um casaco, e o brilho da manhã o deixava lindo. 

— Obrigada. — falei enquanto apertava a manta contra o meu corpo. 

Ele não me respondeu, em vez disso, tomou um gole da xícara que havia pego das minhas mãos. 

Terminei de comer minha panqueca enquanto dividíamos um silencio que era quebrado apenas pelo canto dos pássaros ao longe, e pelo vento gelado que cortava a paisagem a nossa frente. 

— Me desculpa. — falei enquanto colocava o prato vazio de panqueca no chão, me enrolando novamente na manta. 

Ele ficou em silencio por alguns segundos e então soltou um suspiro profundo. 

— Eu não estou bravo. 

— Estou vendo... — falei ironizando o tom de voz seco com que ele falou. 

— Eu não estou bravo S/n. — ele repetiu com a voz mais branda. 

— Está o que então?! 

— Acho que com um pouco de... ciúmes... 

O olhei com o cenho franzido. 

— Eu não quero que você pense que eu estou apaixonada por ele nem nada do tipo, é só que... 

— Não. — o cenho dele estava franzido enquanto ele olhava para o céu a nossa frente — Não esse tipo de ciúmes. 

— Que tipo então?

— Acho que ciúmes do jeito que ele fazia você se sentir bem... — ele fitou o chão.

Não sei com que cara eu estava, mas provavelmente era uma bem ridícula de incrédula.

Eu nunca havia visto ele dessa forma tão... vulnerável. Nem mesmo no elevador.

— Sempre que eu via vocês juntos, eu via a forma como você sorria, a forma que vocês conversavam, o jeito que você parecia ficar a vontade com ele. É esse o meu ciúmes. Ciúmes por ele ter criado um laço com você, que eu nunca passei perto de ter.

Eu não estava conseguindo entender aquilo. Era para ele estar bravo, estar chateado ou sei lá...

— Tobirama eu...

— Eu não ligo que você me use para apagar suas dores — ele riu fraco — na verdade eu até gostei de saber que eu te faço esquecer das coisas enquanto te fodo...

De volta ao lar (Tobirama x Leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora