Capítulo 4 - Fascínio

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Quanto finalmente tivemos coragem de sair de perto da lápide da Natália andamos em direção ao carro do Rafael em um silêncio mórbido até que ele fala

- você sabia que ela gostava de você?

A voz dele sai chorosa e em baixo tom, eu ainda sem coragem de olhar para ele apenas murmuro a resposta

- ela era minha melhor amiga

- não Carlos ela realmente gostava de você

Levanto a cabeça para olhar em seus olhos tentando entender aonde ele quer chegar falando isto logo agora, percebo que ele está se esforçando para falar isto para mim.

- como assim? Rafael por que vc está falando isto agora cara

Ele abre um sorriso e me responde - mesmo ela sendo sua melhor amiga parece que eu a conhecia melhor que você

- como assim cara que história e esta?

Ele abaixa a cabeça e começa a chorar novamente eu chego a sentir sua dor a morte dela realmente não está sendo fácil para ele, meu amigo tenta secar as lágrimas enquanto reúne forças para me perguntar

- Ela chegou a lhe dar a surpresa que ela tinha preparado para você?

- como você sabe....

Subitamente sinto uma dor horrível no abdômen algo tão grande que me faz cair no chão, urro de dor e o rosto de meu amigo vai desaparecendo em uma escuridão a dor vai ficando cada vez maior ao mesmo tempo que a escuridão vai consumindo tudo, quando começo a enxergar novamente

Me encontro deitado no chão do banheiro com aquela criatura esbranquiçada com a pele podre e cabelos logos encima de mim mastigando a carme de meu abdômen, automaticamente entro em desespero e começo a me debater lutando para me soltar das mãos deste ser horrendo, a criatura tenta me agarrar com força felizmente em um grande ato de desespero consigo me soltar e me arrasto para traz até me encostar na parede

Ele fica parado lá me encarando, a visão é horrível este ser magro de quatro em uma posição inumana os seus cabelos longos e escarlate flutuando lentamente em minha direção, de seu rosto esguio sai grandes dentes pontiagudos que ainda escorre o meu sangue, ele começa a tencionar seus poucos músculos de todo o corpo soltando um grunhido estridente abrindo cada vem mais sua boca a qual começa a expelir uma gosma preta

Eu estou simplesmente paralisado de medo encarando aquela cena grotesca, não me vem nada a mente nenhuma forma de fugir apenas fico lá parado tentando compreender o que estou vendo, mas não demora muito até ele saltar de uma forma sobrenatural para o teto do banheiro ficando lá como se não houvesse gravidade, ele estar de barriga para baixo com os braços estranhamente virado para traz segurando no teto com suas pernas voltada também para traz tocando o teto do banheiro

Em um movimento rápido os seus cabelos se enrola firmemente em meu pescoço subindo até dentro de minha boca me puxando para cima até me deixar suspenso no ar, a criatura vai me suspendendo pelo pescoço me enforcando até deixar meu rosto bem próximo do seu me forçando a olhar para dentro do vazio em sua face, minha visão começa a ficar turva olhando para o local aonde deveria está os seus olhos restando apenas grandes buracos negros em sua face

Minha visão vai se apagando e começo a ouvir uma voz baixa vindo de longe

- Carlos? Ô Carlos você está prestando atenção no que eu estou falando?

Olho para o lado e lá está ela aquela baixinha com cara de raiva que deixa ela ainda mais linda, Natália está usando uma roupa formal segurando alguns papéis me olhando do outro lado do birô

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