Contos Da Penumbra

Capítulo 8 - Obsessão

Eu simplesmente não poderia ficar parado e ver ela escapar entre os meus dedos ela é minha, eu não seria capaz de ver ela com outro ela é apenas minha, tenho que saber como vou fazer para ela ficar ao meu lado, eu sabia que naquela noite teria que revirar toda minha casa procurando aquela maldita chave

- droga!! Aonde eu deixei esta merda

Vou jogando tudo que está em meu armário fora, eu abro as gavetas e jogo todo o conteúdo delas no chão espalhando tudo por toda a parte formando uma grande bagunça

- eu sei que eu não devolvi, eu sei que ela tá aqui!

Vou para minha sala e começo a revirar tudo procurando aquela maldita chave

- eu me lembro eu fiz uma cópia dela, tem que está aqui ! Afinal eu nunca devolvi a cópia

Já estava entrando em neurose por não achar aquela pequena chave já começava a duvidar das minhas memórias afinal eu a devolvi ou não? Quando por volta das três da madrugada ja com a casa toda revirada eu avisto uma pequena caixa dentro da minha caixa de ferramentas debaixo da pia da cozinha, então coloquei um grande sorriso no meu rosto pois eu me lembrava que era ali naquela pequena caixa que eu guardava as chaves quando eu ainda trabalhava na construtora

E com grande expectativa eu abro a pequena caixa que usava como porta chaves no passado que pouco a pouco vai revelando duas pequenas chaves presas a um chaveiro

- isto porra !! Achei

Olho em minha volta e vejo toda a bagunça que eu fiz mas isto pouco importa agora tenho que saber se ela ainda vai funcionar, será que mesmo depois de todo este tempo a chave ainda abrirá a porta, pego um moletom no chão do quarto e vou até o carro, as estradas estão vazias não há ninguém nas ruas além de mim.

Estaciono o carro uma quadra antes do meus destino e vou caminhando no frio da noite, vejo a rua deserta com apenas as luzes dos postes iluminando o breu da noite, pego as chaves em meu bolso e respiro fundo, esta é a da hora verdade vamos ver se o destino está ao meu lado, coloco a chave na tranca do portão e para minha alegria ela gira destrancando o portão isto significa que as trancas ainda são as mesmas

Tento entrar na casa com o máximo de silêncio que eu consigo, passo alguns instantes parado na sala olhando tudo a minha volta sentindo o cheiro daquele lugar a casa está totalmente no escuro me forçando a usar a luz da tela do meu celular para me guiar por ela vou andando por um pequeno corredor o qual tem uma porta aberta no meio dele

Tive que fazer um grande esforço para me conter com a visão que eu tive, ela estava lá deitada entregue aos braços de Morfeu enrolada em seus lençóis vestindo apenas uma roupa íntima, uma calcinha de renda vermelha o som do ventilador que ela usava me permitindo chegar mais perto dela sem ter o medo de acorda-la

Ela estava tão perto que até podia sentir seu cheiro ouvir sua respiração mas ao mesmo tempo tão longe, tão longe dos meus toques tão longe do meu corpo do meu calor mas isto seria questão de tempo, eu avisto uma blusa jogada no canto da cama que provavelmente ela estava usando quando foi dormir mais retirara por causa do calor então pego a blusa com bastante cautela e levo até meu rosto

Sinto a fragrância e aprecio cada segundo a qual meus pulmões estão repleto com a fragrância da Natália me levanto devagar indo até a porta do quarto levando a blusa como um troféu dando uma última olhada para dentro do quarto, até que é um quarto bem simples o que chama mais atenção é uma pequena mesa ao lado da cama com vários livros abertos e algumas folhas de anotações soltas

Então percebo olhando para o celular que está muito próximo do amanhecer tenho que sair logo dali mesmo assim olho uma vez mais para aquela deusa deitada em seu sono sou tentado a tirar uma foto dela em seu momento de descanso mas me contenho pois sei que poderei voltar aqui quando quiser, ao sair me certifico de trancar novamente a porta e o portão escondendo assim minha presença naquele lugar