capítulo 16 - fear can be treacherous

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Josh Beauchamp


Confesso que meus últimos dias tem sido de completa ansiedade. A qualquer momento um assistente social pode bater na porta da minha casa e não sei se estou preparado para responder todas as perguntas necessárias de maneira correta. Any está me acalmando. Ela está vindo dormir aqui com frequencia e no caso da minha não esperada visita aparecer, ela pode estar ao meu lado me passando confiança e me ajudando. Esta tudo um caos. Desde que tudo isso começou, não consigo me concentrar na faculdade, estou errando coisas banais no trabalho e sinto a estranha sensação de que o tal André, amigo da Any, está de olho nela. Tudo se juntou numa espécie de momento ruim e me faz passar noites e noites em claro pensando o que será da minha vida caso eu volte a ter minhas crises de depressão. E eu achei uma maneira de esquecer tudo isso. A pior maneira de todas. Sai da faculdade, era uma sexta-feira, e fui em direção a um bar, perto dali, onde o pessoal que estuda comigo costuma ir. Minha intenção não era beber muito. Apenas o suficiente para me acalmar um pouco, afinal faz muito tempo que não faço isso de verdade. O maximo que ingeri de álcool nos últimos tempos foram algurmas taças seguidas de vinho ou alguns drinks, mas nada exagerado, fazendo que meu corpo tivesse se desacostumado. Entrei no bar e esperei que alguém viesse me atender. Era um lugar simpático, uma construção um pouco antiga da região e como eu já disse, a maioria das pessoas presentes aqui era universitário. Pedi uma cerveja e calmamente fui tentando deixar os meus pensamentos se dispersarem. Era como se eu estivesse longe de tudo. Por um momento eu estava conseguindo ter paz e me agradou não precisar ficar podre de bêbado para isso. Pedi mais duas cervejas, só para continuar com esse momento e pensei em ir embora logo em seguida, porque pelo menos eu consegui ficar algum tempo no meu mundo e não surtar.

- Josh? - uma voz conhecida me cumprimentou.

- André. - falei sem a menor cordialidade. Ele não era uma pessoa que eu gostaria de encontrar.

No dia que levei Any até a casa dele, percebi todas as intenções dele em relação a ela.

- Posso me sentar com você? Não quero atrapalhar, só vim tomar uma. Vejo que você também antecipou o horário da cervejinha. - ele puxou uma cadeira e sentou do meu lado - Como está a Any? Da ultima vez que falei com ela, ela estava bem, mas isso já fazem alguns dias.

Eu não sabia que eles estavam conversando. Ela não me disse nada. Pensei que depois daquele dia eles não tivessem tido mais nenhum contato.

- Ela está bem. - falei ainda não querendo conversar com ele.

- Que bom. E você cara? Muito difícil a vida? Garçom. - o chamou - Traz mais uma.

- O de sempre. Faculdade, trabalho. - não queria ser grosseiro.

- Deve ser difícil criar um filho sozinho né? Eu não conseguiria, te acho um cara muito corajoso por fazer isso. - ele disse e eu estranhei o comportamento. Das duas vezes que nos cruzamos, ele não me pareceu o tipo de pessoa que perguntaria coisas assim - A mãe dele deve fazer falta. Que triste ela ter morrido tão jovem, sendo que tinha uma vida inteira pela frente. É bem pesado isso. Imagino que você tenha tido muita dificuldade para superar.

- Olha, se puder não tocar nesse assunto, eu agradeço. - peguei meu copo e tomei mais alguns goles de cerveja.

- Desculpa, não foi minha intenção. Não sabia que tinha problemas com isso. Só queria dizer que espero que não magoe a Any. Sabe, por mais que ela seja compreensiva, uma hora todo mundo cansa de certas coisas. Espero que você não seja o tipo de cara que o morte da ex e que vai fazer a atual carregar o fardo que é te suportar triste. Porque eu conheço a Any, e sei que as vezes ela não demonstra, mas ela está cansada.

The One - beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora