The One - beauany

capítulo 17 - past

Narrador Observador

Quinze anos antes

No tranquilo anoitecer do mês de dezembro, várias famílias passeavam pelo parque. Crianças corriam de um lado para o outro, apontando as decorações de Natal. As luzes piscavam e as musicas correspondentes a época tocavam, enquanto as pessoas aproveitavam toda a magia envolvida pelo espirito de Natal. Mas em certa parte do parque, uma pequena menina, de uns cinco anos eu diria, estava aos prantos, ao lado dos pais que tentavam consolá-la. A criança chorava, ainda sem entender como tinha perdido o pequeno colar que levava no pescoço e era o seu preferido. Os olhinhos escuros marejados, cortando o coração dos pais, que tampouco imaginavam como a pequena poderia ter deixado cair algo tão importante para ela. Desde o dia do nascimento, a menina nunca tirou a correntinha do pescoço e depois de um passeio no parque, se deu conta que havia perdido a mesma.

- Any, meu amor, nós podemos comprar outra. - a mãe da menina disse na tentativa de acalmá-la.
- Não. Eu quero a minha. - a pequena soluçava.

- E um sorvete? Será que um sorvete não ajuda a melhorar? - dessa vez foi o pai.

- Não papai, porque meu coraçãozinho está triste. - ela falou e balançou os pezinhos, que nem alcançavam o chão, no banco que estava sentada.

Apenas a alguns metros disso, uma outra menina, um pouco mais velha, deveria ter entre oito ou nove anos, observava a cena, atenta a cada palavra dita pela outra criança. Segurou com as mãos o amuleto da sorte e imaginou que o que a menina tinha perdido, deveria ter o mesmo valor sentimental para ela que aquele medalha com pequenas frases escritas. Tinha sido um presente de sua madrinha , que pediu que ela cuidasse daquele amuleto e entregasse a alguém quando achasse que a pessoa também precisava de um.

- Mãe, eu posso falar com aquela menininha? - pediu a garota dos olhos azuis.

- Melhor não, ela está chorando.

- Por favor, é só um pouquinho. - implorou.

- Tudo bem, pode ir lá que ficarei aqui olhando.

E ela foi. Com as mãos na medalha e lembrando das palavras da madrinha. A passos tímidos, mas determinados, a garota dos cabelos longos se aproximou, chamando a atenção da de olhos castanhos.

- Oi. - disse a menina mais velha, ainda tímida.

- Oi. - responderam os pais, enquanto a outra criança olhava receosa.

- Eu ouvi que você está chorando porque perdeu seu colar. - ela disse calma - Sabe, eu te entendo, esse amuleto é bem importante para mim. - ela seguia com as mãos nele - Mas você não precisa chorar. O papai Noel veio um pouco adiantado e me mandou entregar isso para você. - ela disse e tirou a corrente com a medalhinha do pescoço, estendendo a mão - Mas ele disse que não pode contar para ninguém, porque eu sou uma fada que cura dodóis e por isso vim em uma missão especial, só para te entregar isso. - falou sorridente.

- Querida, não precisa. Isso é seu. - mãe falou.

- Nós devemos sempre fazer a vida dos outros mais feliz. - ela sorriu docemente - Qual seu nome, menininha?

- Any. - a pequena disse com os olhos vidrados no amuleto.

- Any, vou te dar minha medalhinha, mas você precisa me prometer que vai cuidar dela e que você sempre vai tentar fazer todo mundo feliz. E se nós nos encontrarmos outra vez, você me devolve. - ela disse colocando a medalha nas mãozinhas da pequena Any.

- Você é mesmo uma fada? - Any perguntou.

- Sim. Mas é segredo. - ela olhou para os lados e fez um som com a boca.

- Mas você é uma criança.

- Mas tenho super poderes. Quer ver? - ela disse e a pequena assentiu. Então, a menina soprou as mãos, segurou e colocou no colar

- Pronto, agora a medalhinha tem poderes mágicos também.

- Tem? - os olhos castanhos brilharam.

- Sim, tem o poder de alegrar os outros. - ela sorriu e olhou para os pais da menina, que sorriram de volta.

- Obrigada querida. - disseram juntos.

- Obrigada fadinha. - Any estava encantada com aquilo. Os pais da tal fada a chamaram e ela correu até eles, olhando para trás, para ver seu amuleto uma ultima vez. Mas ela não estava triste, sua madrinha era uma pessoa boa e ela gostaria de ser também, então ficou feliz em poder fazer a pequena menininha feliz. Mesmo pequena, ela acreditava que o bem vinha das pessoas e que elas é que fazem o mundo melhor.

Os contos de fada existiam e a magia do Natal também, era só acreditar, e ela acreditou tanto, que acabou se tornando, na ilusão de uma criança menor que ela, uma fada.

- Onde está seu amuleto? - perguntou a madrinha da menina quando se encontraram na noite de Natal.

- Dei de presente para alguém que precisava. - ela pulou no colo da tia.

- Muito bem minha pequena. - a tia girou a menina. Agora você é um anjo do bem.

- Sim. Taylor Hatala é um anjo do bem. - disse ela feliz em traçar o próprio destino para o bem.

Dias atuais

Any olhava mais uma vez para as frases de sua medalha. A época natalina sempre trazia boas lembranças para ela e agora mais ainda, por estar vivendo coisas muito importantes na sua vida, como lentamente seu relacionamento com Josh ficar cada dia mais sério e sua relação com Matteo, a cada vez mais forte.

"Make your story worthwhile and do not give up, because I will always be with you. Be brave to be an ally of your own dreams and always gives wings to the imagination, it is she that will take you to your destination."

(tradução: "Faça a sua história valer a pena e não desista, porque estarei sempre com você. Tenha coragem de ser aliada dos seus próprios sonhos e sempre dê asas à imaginação, é ela que vai te levar ao seu destino")

Era isso que fazia todos os dias, Any ser como ela é. Nunca deixar de sonhar e sempre acreditar que um mundo melhor é feito de sonhos e de sorrisos no rosto.

- No que está pensando? - Josh abraçou a namorada por trás, e a mesma segurou o amuleto na mão - Esse é seu amuleto?

- Sim. - já havia contado para ele toda a história do amuleto, mas nunca chegou a mostrá-lo - Pode colocar para mim?

- Mas você disse que nunca usa ele no pescoço.

- É verdade. Mas não sei, sinto que hoje é um dia especial e que devo usá-la. - Josh pegou colocou a corrente no pescoço a namorada e sorriu, sem saber o porque, apenas sentiu uma felicidade imensa e quis expressar.

- Você está linda. - ele depositou beijo nos lábios dela. Ela usava um vestido vinho. Ele colete e blazer. Estavam reunidos com alguns amigos, em uma espécie de ceia de Natal adiantada, já que cada um passaria a véspera do feriado com suas devidas famílias.

O apartamento de Josh foi o escolhido para a reunião e todos estavam mais que felizes ali. Sina preparou tudo como se fosse uma ceia de verdade. Até fariam troca de presentes, para a alegria de Matteo, que ganharia mais brinquedos que o comum. Todos olhavam o céu, completamente estrelado, enquanto esperavam Josh abrir o champanhe, para comemorar.
Além da lua, uma estrela brilhava mais. Para Josh, seu primeiro amor intenso. Para Any, a sua fada do nome desconhecido. Nos dois casos, Taylor era a estrela principal dessa noite, porque foi através dela que o destino deles se cruzou e é por ela que hoje eles estão brindando, silenciosamente, dentro do coração.

- Feliz Natal! - disseram juntos, um ao outro e a Matteo também, que se encontrava no colo do pai.

Olharam novamente a estrela e sorriram um para o outro, assim como o pequeno. Nesse momento, todos os problemas tinham sido esquecidos e o importante era apenas ser feliz, com a companhia dos amigos e das pessoas importantes. Matteo estava ali com Josh e ele teve a certeza que lutaria com todas as forças pelo e filho e por Any. Any teve a certeza de que cumpriu o que prometeu e estava seguindo fielmente os dizeres do seu amuleto. Talvez fosse apenas à magia do Natal, mas naquele momento o importante era ser feliz.