capítulo 30 - epilogue

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Josh Beauchamp

7 anos depois

Erra muito quem pensa que a juventude nos faz acreditar que até os pequenos detalhes da vida são intensos. É verdade que a puberdade traz consigo uma dose a mais de intensidade, mas os verdadeiros momentos intensos da vida são aqueles onde o único que queremos é parar o tempo e permanecer ali. Olhar uma folha de árvore cair, apreciar as gotas de chuva escorrerem pela janela, ouvir pela primeira vez o choro de um filho, sentir o gosto do beijo de alguém que ama ou simplesmente admirar o quanto uma garota do colégio é bonita. 

Para alguém que já viveu mais de três décadas e teve todas essas experiências é fácil dizer que todas elas têm sua importância e fazem parte do ciclo da vida. Mas para o simples garoto de quinze anos que te conheceu, a sensação mais intensa que ele sentia era olhar para você e se perder. Sem razão ou explicação. Sem porquê ou para que. Apenas descobrindo em você algo que ele nunca havia sentido com tanta intensidade. 

Tenho a primeira imagem ainda muito forte em minha mente. Seu cabelo estava solto e com leves ondas da primeira vez que te vi. Com os dedos você brincava com uma mecha frontal e fazia com que ela ficasse mais ondulada que todas as outras. Sempre que lembro dessa imagem, lembro também de como era bom sentir o cheiro do seu cabelo ao acordar com ele no meu rosto ou ao fazer cafuné como você adorava. 

Nossa aproximação foi se dando de uma forma tão linda que hoje, alguns bons anos depois, ainda me recordo de algumas das nossas conversas durante a madrugada. Das risadas que dávamos juntos de coisas completamente sem graça e das eternas discussões sobre sabores de sorvete e pizza. Não importava o assunto. Importava você.

E quando demos nosso primeiro beijo, na festa de quinze anos de uma das suas amigas, escondidos para os pais dela não nos verem, mais uma vez, importava apenas você. E sentir seus pequenos e doces lábios. Suas mãos estavam trêmulas, eu me lembro. Dançamos algumas músicas juntos aos outros adolescentes antes de que isso acontecesse e você estava nervosa. Eu, naquele tempo, não entendi o porquê, mas hoje sei que era porque você já sentia a inexplicável conexão que nós tivemos. E temos. Vamos ter eternamente. 

Suei frio. Suei muito frio quando fui pela primeira vez até a sua casa como seu namorado. Não dava para acreditar que estávamos mesmo namorando. Que nossos intervalos no colégio se resumiam a beijos, que nossas tardes a conversas infinitas, que as noites eram cheias de lembranças e que aos poucos, as madrugadas se tornaram preciosos e inesquecíveis momentos de amor. De amor. De fazer amor, de falar de amor, de sentir amor. Um sentimento tão complexo que até hoje não sou capaz de explicar com palavras. E não acho que exista a necessidade delas. Ações com palavras. E não acho que exista a necessidade delas. Ações incontestavelmente demonstram e explicam muito mais. Aprendi isso com você e também com uma outra pessoa muito importante. 

Foram tantos momentos ao seu lado que facilmente eu poderia passar toda uma vida falando sobre cada detalhe do que vivi contigo. Se hoje eu sou quem eu sou , tenha certeza que você faz parte disso e que ninguém mais poderia ter feito por mim o que você fez. 

Somos um só, Taylor. Sempre vamos ser apenas um. Um amor que vive e que deixou frutos. Ainda que passe o tempo, passem os anos e eu perca a memória. Ainda que o tempo seja traiçoeiro e não me permita ter mais lembranças sobre ti, o amor que aquece meu coração se manterá ali, porque um grande e verdadeiro amor não acaba, não se dissolve, não se desfaz. Um sentimento puro sempre se manterá guardado onde ninguém pode tirar. 

Li mais uma vez um dos textos base para o livro que estou escrevendo. 

Cartas a elas. 

Esse é o título. 

The One - beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora