capítulo 27 - free me

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Josh Beauchamp


Corri por entre os corredores, soltando-me de qualquer pessoa que me impedisse de chegar até ela. Médicos, enfermeiros, e seguranças gritando que eu não poderia entrar ali, mas nada me importava, apenas ela e nosso bebê.

Empurrei a última porta e o rosto de espanto dos presentes naquela sala indicava que a última coisa que esperavam era me ver ali. Olhei para o corpo dela sobre a maca. 

Não era real. Não era real. 

Eu não poderia perdê-la daquele jeito. Em um salto me posicionei ao lado dela, agarrei suas mãos com força e encostei nossas cabeças. A pele fria me deu um choque, mas continuei encostado nela. Talvez o calor do meu corpo pudesse fazer bem a ela e ela pudesse abrir os olhos. 

- Meu amor, meu amor. Fala comigo meu amor. Fala comigo! - levei a boca até seu ouvido na esperança de que ela pudesse me ouvir - Eu sei que você pode. VAMOS! - sacudi seu corpo em mais uma tentativa falha. 

As pessoas ao meu lado falavam, mas eu não conseguia ouvir. Só havia uma voz que eu queria escutar naquele momento 

- Vamos, vamos. - sacudi seu corpo mais uma vez - Por favor, meu amor. - encostei nossas testas - Por favor... 

- Eu sinto muito, mas precisamos retirá-la. - uma enfermeira se colocou ao meu lado - Ela não vai voltar. 

- O QUE FIZERAM COM ELA? - levantei cheio de raiva - VOCÊS A MATARAM. - gritei com força - A gravidez dela não era de risco, não era. Eu confiei em vocês e deixei-a aqui, mas vocês a mataram. - levei as mãos à cabeça, completamente atordoado - É culpa minha. Eu deixei-a aqui sozinha. - tudo ao meu redor pareceu girar e se tornar um borrão gigante - Eu a matei. - me joguei no chão da sala de cirurgia e depositei um beijo na pele fria da mão dela - Perdão por falhar, meu amor. Perdão. 

Fechei os olhos com força. 

Os abri apenas ao ouvir alguém me chamar. 

- Josh? - a voz de Mônica me acordou das minhas lembranças mais cruéis. 

- Mônica. Miguel. - levantei em um salto e os cumprimentei - A levaram para fazer uns exames e ver se está tudo certo . Vão me chamar assim que ela sair. - embolei as palavras por conta do nervosismo. 

- Querido, você está branco. Está tudo certo? - Mônica pegou uma de minhas mãos - Tomou seus calmantes? 

- Tomei. Uma dúzia deles. Não estão fazendo nenhum efeito. Estou mais nervoso do que podem imaginar. Mas estou segurando a barra. 

- Filho. - minha mãe correu até mim - Mônica, Miguel. - os cumprimentou, assim como Jaden, Noah e Sina - Ela está bem? E a bebê? 

- A levaram para fazer exames. Estou esperando. - a expressão de calma no rosto das duas avós da minha bebê  contrastava com a minha de preocupação extrema. 

- E isso vai demorar? - eu conseguia ver as mãos de Sina tremendo - Minha afilhada vai nascer em quanto tempo? Quero ver minha amiga. 

- São só exames de praxe. Nós que somos mães sabemos muito bem disso, não é Úrsula? - Mônica abraçou Sina, que estava tão nervosa quanto eu. 

- Exatamente. Vocês vão ver que em poucos minutos já vão chamar Josh para entrar e o começar o parto. Sua filha vai nascer, meu amor. - levou as mãos ao meu rosto. 

- E eu não sei se estou preparado para isso, mãe. - confessei. 

- Papai. - virei e vi Matteo, que estava junto com o meu pai, e correu até mim - Minha irmã já nasceu? Tá tudo bem com a minha mamãe? 

The One - beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora