capítulo 10 - little things

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Maratona 1/5

Josh Beauchamp

Primeiro aniversário do Matteo

"Um ano. O ano mais frio, triste e doloroso da minha vida. Um ano sem você. E pela primeira vez tomei coragem pra escrever uma carta direcionada a você, Taylor. Eu não sei mais o que é sorrir, o que ser feliz, o que é viver. Utilizo todas as minhas energias pra levantar todos os dias de manhã e conseguir ficar em pé para cuidar do nosso pequeno. Ele é a única coisa que me mantém vivo. Meus pais, meus amigos e suas amigas me obrigaram a ir a um psicólogo porque eu estou com depressão. Mas não adianta muita coisa. Não vejo a mínima graça nas coisas sem você aqui do meu lado. Queria tanto que você tivesse a oportunidade de ver o sorriso do nosso filho, de pegar ele no colo, de colocar ele pra dormir. Como eu queria ter a sua ajudas nas noites frias de inverno que tive que acordar e esquentar o leite dele na mamadeira porque ele não tinha você para alimentá-lo. Eu faria qualquer coisa para te ter ao meu lado novamente, meu amor. Tranquei a faculdade, não tenho cabeça para estudar. Todos me dizem que sou jovem, tenho só 19 anos e uma longa vida pela frente, que tenho que superar, que não posso ficar de luto eternamente. Mas como seguir vivendo sem o amor da sua vida? Como eles querem que eu volte a sorrir se não tenho mais esses olhos brilhantes ao meu lado quando acordo? Como sentir alguma coisa que se única pessoa capaz de fazer isso se foi? Mas não pense que estou te culpando. Não é isso. Eu estou me culpando. Me culpando por te amar tanto e não ser capaz de seguir em frente. Me culpando por ser tão dependente do seu amor. Me culpando por simplesmente não conseguir mais enxergar a vida de outra maneira. Eu te amo, Taylor. E vou te amar eternamente.
Com amor, Josh"

Dias atuais

"Oi meu amor. Sei que hoje não é uma data especial, mas senti que precisava escrever. Continuo sentindo sua falta todos os dias e meu coração ainda segue ferido por sua partida, mas agora estou começando a enxergar o mundo colorido novamente. Ontem encontrei uma camisola sua no meio das minhas roupas. Ela ainda tem seu cheiro. E esse aroma me transportou através de todos os momentos que vivemos juntos. De todos os beijos, abraços, carícias, de todas as noites que tive você em meus braços. De tudo. E eu chorei. Chorei porque te amo e sempre vou te amar. Chorei porque não fui capaz de superar. Porque demorei tanto tempo pra me permitir ser feliz de novo e está sendo difícil para eu abrir meu coração novamente. Só alguém como você poderia fazer isso. E esse alguém chegou na minha vida e está mexendo com todos os meus sentimentos. Ela se chama Any. Você iria gostar dela. Eu gosto dela. Matteo gosta dela. E ela está me fazendo sorrir novamente. Está me fazendo enxergar o mundo com outros olhos e está me ensinando muitas coisas. Pensei que não conseguiria me envolver com alguém depois da sua partida, mas ela apareceu e do nada eu comecei a sentir coisas estranhas, que eu não sentia a muito tempo, comecei a me apaixonar pelo jeito dela e pela maneira espontânea e cativante dela de viver a vida, pelo jeito meigo e doce, por cada atitude dela que me lembra você e cada lembrança sua que me faz pensar nela. Sei que não precisava estar fazendo isso, mas senti a necessidade de te dizer essas coisas. Vou me sentir mais leve pra fazer o que estou planejando. Sei que você vai me apoiar, porque nós prometemos que sempre nos apoiaríamos, independentemente do que acontecesse.
Finalizo a carta dizendo o de sempre: eu te amo. Josh"

Li novamente a carta que tinha escrito hoje cedo para Taylor. Eu sentia que precisava escrever. Talvez eu diga que as cartas são pra ela só como desculpa. Talvez essas cartas sejam só desabafos que eu não tenho coragem de fazer pra ninguém. Nem pra minha mãe, nem pro Noah e nem pra Any. Bom, nesse caso a Any era o assunto, então não teria como ser pra ela de qualquer maneira. Minha cabeça quase explodiu tentando pensar em um presente. Amanhã é aniversário dela e seria o primeiro presente que eu daria a ela e não fazia a menor ideia do que comprar. Ontem andei por vários e vários shoppings e nada do que eu via me agradava. Nada parecia ser um bom presente para a minha doce e linda Any. Mas como já era de se esperar, eu tive a ajuda da minha miniatura para isso. Ele insistiu que eu comprasse flores e eu achei que seria um tanto quanto estranho dar flores de presente de aniversário, mas Noah estava junto e apoiou completamente a ideia. Dois contra um era meio difícil, assim que liguei na floricultura e deixei um buque de rosas reservado e pedi que entregassem hoje a noite na casa dela. Mas ainda não tinha me convencido. Então pedi ajuda para minha mãe e soube exatamente o que me dizer. Eu já tinha o presente certo para e entregaria ele juntamente com as rosas. Só faltava coragem para fazer isso. Sai dos meus pensamentos quando comecei a reparar em Matteo. O engraçado de ser pai solteiro era a maneira como eu vestia meu filho. Podia dizer claramente que ele era uma miniatura minha. E já que eu gostava de me vestir bem, ele sempre andava estiloso demais pra uma criança. Isso não seria diferente hoje. Afinal a fruta não cai muito longe do pé. Olhei ansioso para o relógio, me perguntando se Any já havia recebido o buque e o que tinha achado da surpresa que coloquei dentro do mesmo. De nada adiantaria eu ficar pensando nisso, quando ela recebesse, provavelmente mandaria uma mensagem de agradecimento ou alguma coisa do gênero. Então optei por deixar meu celular de lado um pouco e sair comprar comida com Matteo. Talvez quando eu voltasse a mensagem que eu esperava ja estivesse lá.

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