Writing...

141 23 36
                                    

- Ahhh! - Gritava Catra, em meio a uma quase crise. - Não é justo. Não é. Não é. Não é! Por que eu me sinto assim? Eu quero destruir ela, não quero? Eu quero!... Quero muito...

Estava difícil para a gata conseguir aceitar seus próprios sentimentos. Era difícil (MUITO difícil) admitir, mas estava apaixonada por Adora. E não era um sentimento recente, ela sempre esteve.

Já haviam se passado anos sem ter Adora ao seu lado, dormindo com ela, almoçando e jantando com ela. Ah, como ela fazia falta...

Porém, nossa felina estava determinada a nunca deixar esses sentimentos fluírem. Nunca.

Isso se ela não estivesse completamente confusa.

A Horda e a Rebelião estiveram em luta por muito tempo, ou seja, Catra e Adora estiveram em guerra durante todos esses anos. Como Catra poderia sentir algo por Adora nessas condições? Para ela, isso era inaceitável.

Se acalmando um pouco, Catra pensava no que poderia fazer. Era íntima de Adora, as duas se conheciam como conheciam a palma da própria mão, mas ainda era difícil de aceitar - ainda mais estando no meio de uma guerra.

- Olá, Kitty~ - Dizia Double Trouble, entrando na sala onde Catra estava - Cheguei em uma má hora?

- Chegou. Vaza daqui - Respondeu Catra, escondendo o rosto molhado pelas lágrimas e sem olhar para Double Trouble.

Não era difícil de perceber que Catra estava triste. Sorrindo sadicamente, o ser de pele com tom verde se aproximou e disse:

- Owwn, a gatinha está triste? Que peninha... Mas qual seria o motivo?

Catra tentou arranhar Double Trouble, que se esquivou rapidamente e rindo.

- Não é nada. Sai daqui, eu mandei.

- Tem alguma coisa errada aí. Vamos lá, você sabe que pode contar comigo, não é, Kitty?

Secando as lágrimas no braço, Catra finalmente olhou para Double Trouble e teve uma ideia.

- Na verdade... Talvez. Double Trouble, eu quero que você faça um favor pra mim! - Disse Catra, levantando as orelhas e cauda, se mostrando ansiosa.

- Oh, parece que a gatinha acordou. Ao seu dispor, madame~ - Disse ao se curvar graciosamente e um tanto quanto dramaticamente perante Catra - O que gostaria que eu fizesse?

Com o rosto levemente vermelho, Catra murmurou:

- Eu não acredito que estou fazendo isso... Enfim, eu quero que você entregue algo pra Adora!

- Adora? A loirinha? O que tem ela?

- N-Não questione nada!! Só faça o que eu mandar. Por agora, eu quero que você saia daqui e só volte quando eu chamar!

Após um pouco de insistência, Double Trouble se retirou. Catra se sentou sobre uma cadeira, pegou um papel e uma caneta próximos e começou a escrever, com sua letra garranchada, qualquer coisa que vinha à sua mente. Era quase como um desabafo - talvez um pouco "romântico" demais.

Assinou e, por fim, dobrou o papel em um formato retangular simples, enquanto criava coragem para o que iria fazer.

- Eu de verdade não acredito que estou fazendo isso. Se aquela doida mostrar isso pra mais alguém...

Chamou Double Trouble de volta, que adentrou rapidamente.

- É o seguinte, quero que você entregue isso diretamente nas mãos da Adora. Não leia, não espie o papel, não faça NADA, apenas entregue.

- Mas o que seria isso? - Disse Double Trouble em tom de "deboche", um tanto quanto sínico - Seria uma... hmm... deixa eu adivinhar... uma carta de... amor?~

- NÃO! NÃO É NADA DISSO, SÓ... S-SÓ FAZ O QUE EU TO MANDANDO, OKAY?!

- Credo, que nervosismo. - deu uma risadinha - certo, madame, farei o que quiseres - e saiu, agilmente.

Catra observou Double Trouble sair pela porta, sem conseguir acreditar no que havia feito. Havia ficado louca? Bom, agora não dava mais pra voltar atrás. Catra deitou a cabeça na mesinha, com o rosto completamente vermelho pela vergonha, enquanto esperava pela volta dê esverdeade.

Cartas para meu Secreto Amor | Catradora.Onde histórias criam vida. Descubra agora