Desaparecendo em um piscar de olhos.

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Esses curtos minutos, pareceram uma eternidade, tranquila e confortante. 

 Ele dançava graciosamente e perfeitamente bem. Já ela, bem, estava dando o seu melhor. Tinha tantas perguntas, mas não conseguia se concentrar em outras coisas sem ser aqueles olhos profundos e esverdeados. Ele também parecia confuso, mas não perdido. Sentia firmeza em seus passos, mas também sentia que ele estava ansioso e nervoso.

Era só uma dança. E que tristeza esse fato carregava. Olívia, mesmo odiando tudo aquilo, poderia dançar horas e horas com ele. Ela ainda não sabia seu nome, essa seria a primeira pergunta que iria fazer e depois iria perguntar sua idade e…será que teriam tempo para isso? Talvez seu primo fosse arrastar algum rapaz novamente até ela, vendo que estava dançando de modo aceitável agora.
Não é como se tivesse aprendido de uma hora para a outra, ousaria dizer que se tratava de com quem estava dançando. 

Ela fazia umas caretas engraçadas. Eram bem parecidas com as dos sonhos que ele tinha. Será que já se esbarraram? Se ela estava naquele baile, talvez estivesse em outros e ele inconscientemente ficou pensando nela. Ele tinha diversas teorias, mas nenhuma parecia válida. Tinha simplesmente encontrado a menina que ele achara que nem sequer existia. E céus, ela tinha uma beleza única. 
Mas não era hora para esses pensamentos. Se quisesse saber quem ela era, precisaria sair dali, para conversarem sem interrupções, mas…é claro que boatos iriam surgir e ele não queria manchar a imagem da moça. Ainda mais se quisesse ao menos virar amigo da mesma.

A música tinha acabado e eles demoraram alguns segundos até se afastarem de modo rápido e meio bruto. Ela acenou fraco com a cabeça e no momento em que encheu os pulmões de ar e se preparou para pronunciar a primeira frase inteira… sua mãe a pegou pelo braço, e a tirou dali. Não pôde nem reagir, não teve tempo. Quando se deu conta já estava no outro lado daquela imensa mansão ou algo assim.

— Mãe! 
Ainda estava atordoada, mas se tinha decidido algo, era que iria ao menos saber o nome dele dessa vez. Em seus sonhos, sempre que perguntava, ou era acordada ou ele tinha que sair às pressas. Era um mistério esmagador.

— Nós estamos de saída — A mais velha declarou, em um sussurro decisivo. Olívia tinha feito algo errado além do acidente durante a dança? Pelo menos, não que soubesse.
E agora, como se pode ver, ela e a má sorte andavam lado a lado. 

Ela sumiu. Um segundo estava em sua frente, acenando de modo engraçado para ele, e no outro havia sido arrancada da zona que a visão dele podia alcançar. Não, não, não.
Alex sabia que aquele era um momento em um milhão, e ele tinha perdido! Suspirou frustrado, ficando parado no meio do salão como uma criança que se perdeu da mãe. E não demorou muito até, novamente, outra senhora vir lhe apresentar sua filha única, inteligente, interessante e todas as qualidades que poderia falar em cerca de cinco ou mais segundos. Estava tão cansado que acabou se rendendo, mas passou o resto do baile pensando no encontro que ocorreu.

— Estou de volta. — Disse em um tom firme, ao chegar em sua residência. Como de costume, ele ia aos bailes e festas para "representar" sua família e manter a boa reputação. A parte mais difícil era sempre ter que escutar alguém comentar sobre sua falecida mãe. Sabia que tinham se passado dezenove anos e justamente por isso achava que as pessoas já não precisavam mais comentar o assunto. Mas pelo visto não era assim que pensavam, deveriam achar legal e interessante dizer sobre o jovem Lamont com o passado triste e sem graça. Só não era gracioso quando se estava no lugar dele.

Seu pai não iria responder, então apenas soltou o ar de forma aliviada quando finalmente pôde relaxar a postura. Ser considerado o segundo na "Lista anual de pretendentes mais disputados" não era lá o paraíso como parecia. Às vezes se perguntava quem gastava o próprio tempo com essas observações tão desnecessárias.
 
 Já que estava satisfeito demais para jantar, avisou todos aos que trabalhavam na cozinha, e finalmente teve seu momento de paz. E também foi o momento em que parou para relembrar o nome das famílias com mais influência. Ela não parecia ser de uma alta posição, mas só de estar ali era certo que sua família tinha certo reconhecimento. 
Droga, ele deveria ter prestado atenção quando Julie lhe orientou sobre todos os que estariam lá. 

Como Conseguir O Cavalheiro Dos SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora