¹⁷Novo Park na área.

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No dia seguinte, acordei nos braços do homem que eu amo. Mesmo que estivéssemos um pouco atrasados, eu não o acordaria, já que estava vendo a melhor cena da minha vida: Seonghwa estava encolhido nos lençóis, com um sorriso em seus lábios, e o cabelo meio bagunçado caindo sobre os olhos.

Retirei sua franja de seus olhos e ouvi-o dizer bom dia. Sorri e levei minha mão para sua bochecha, a acariciando. Seonghwa deu um beijinho em minha mão antes de abrir os olhos.

— Bom dia, amor — ele sussurrou. Meu coração simplesmente parou de bater com aquele apelido. Seonghwa se sentou no colchão e espreguiçou-se — vou me arrumar.

Assenti, ainda estático. Seonghwa riu de mim e me deu um beijo na bochecha antes de se levantar e andar até o banheiro.
Joguei meu corpo contra o colchão e sorri largamente: estávamos juntos. Juntinhos, do jeito que eu sempre imaginei.
Abracei o travesseiro, já que Seonghwa estava tomando banho, e fiquei encarando a porta do banheiro, com um sorriso bobo nos lábios.

O Park saiu do banheiro já de uniforme, todo cheirosinho. Ele sorriu e engatinhou pela cama até mim, me dando um beijo na testa em seguida.

— Vá se arrumar, amor.

Assenti antes de me espreguiçar. Seonghwa levantou-se da cama e deixou o quarto. Assim que saí da cama, saltitei até o banheiro.

Nada me abala hoje.

[...]

Antes de Seonghwa pilotar a moto até o colégio, nós tomamos café junto de seus avós. Eles me bombardearam de perguntas, e eu estava adorando responder todas.

— Meus avós gostaram de você — ele disse, rindo — principalmente minha avó. Agora ela pode sair com você e comprar muita roupa.

— Compras? — sorri convencido — eu sou o rei das compras, sua avó arrumou uma ótima companhia.

Seonghwa me deu um selinho demorado e me entregou o capacete.

— Como acordamos atrasados, vamos entrar na segunda aula — ele disse e ligou a moto. Abracei sua cintura — valeu a pena ter perdido a primeira aula.

Ri.
Seonghwa dirigiu até o colégio, sempre atento aos semáforos e pedestres. Ele é tão certinho — ou ao menos parece. Que seja, vou adorar corrompê-lo.
Quando chegamos, desci da moto e entreguei o capacete. Seonghwa os deixou no guidom da moto, e caminhamos lado a lado até dentro da instituição.

— Nos vemos no intervalo? — ele perguntou quando nos aproximamos da minha sala.

— Sim — respondi sorridente. Seonghwa me beijou, nossas línguas se tocaram pela primeira vez no dia. Era tão boa aquela sensação de finalmente tê-lo perto de mim, para mim — boa aula, amor.

Seonghwa ficou como eu fiquei ao ouvir aquele apelido carinhoso pela manhã: acanhado e vermelho. Achei aquilo tão fofinho que não resisti e deu-o um selinho breve. Entrei na sala e me sentei no lugar de sempre.
San mexia no celular, então apenas sorriu para mim quando me viu.

— Onde está o Wonie? — perguntei.

— Ele foi na enfermaria pegar um band-aid.

— Aconteceu algo?

— Ele cortou o dedo com o papel do caderno.

Ri sem querer. Wonie era tão frágil, mesmo não parecendo. Às vezes, eu pensava que caso o vento soprasse muito forte, Wooyoung ia ser carregado. Ele é muito magro, dava a entender isso.

Wooyoung chegou alguns minutos depois, com um band-aid no dedo. Quando me viu, sorriu.

— Acabei de ver Seonghwa no corredor. Esse uniforme não parece ser seu. O que perdemos? — ele sorriu malicioso.

— Eu dormi na casa dele. Mas não fizemos nada.

Wooyoung rolou os olhos.

— Perdeu o jeito, Hongjoong?

— O que? Como ousa duvidar de mim? — bufei — eu só não quero acelerar as coisas entre nós. Está tão bom assim.

— Meu coração sangra por você, Hongjoong — o Jung disse — você perdeu.

— O que?

— Antes de as aulas começarem hoje — San foi quem se pronunciou — apareceu um garoto transferido.

— Não é meio estranho aceitarem novos alunos a essa hora do campeonato? — indaguei. Wooyoung fez a típica cara de "termine de ouvir".

— Mais estranho que isso é o sobrenome dele — Wooyoung disse.

— Park — San falou, em um tom de suspense — quem diria, não é? O misterioso Seonghwa tem um irmão.

— Como vocês sabem o sobrenome dele?

— Ele veio pedir informação e disse seu nome — Wooyoung disse.

— E qual é o nome dele?

— Park Chan Woo.

Algo dentro de mim dizia que esse cara era perigo. Preciso falar com Seonghwa agora.

Assim que me levantei, Wooyoung segurou meu pulso.

— No intervalo você resolve o que tiver que resolver. Não adianta se afobar agora.

Ele tinha razão.
Suspirei pesadamente e me sentei.

— Página 50 do livro, alunos! — maldito seja esse professor de literatura.

Olhei para San, que fez um sinal positivo com a mão e sussurrou um "vai ficar tudo bem". Sinceramente, eu tenho minhas dúvidas.

Eu tenho dois radares: um de gays, que apita a cada momento, e um de problema. E só de ouvir esse nome, o radar de problemas quebrou.

 𝗜 𝗗𝗼𝗻'𝘁 𝗟𝗶𝗸𝗲 𝗬𝗼𝘂𝗿 𝗕𝗼𝘆𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱Onde histórias criam vida. Descubra agora