¹⁰Festas nem sempre são uma boa idéia.

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San me deixou em casa depois que comemos na lanchonete. Assim que abri a porta, ouvi a televisão e minha mãe gritando com ela. Provavelmente estaria vendo série.

- Chegou cedo, Hongjoongie - ela disse ao se virar pra mim.

- Ah, fui expulso da sala de novo.

Ela gargalhou e deu batidinhas no sofá, indicando que eu me sentasse ao seu lado.

- Como foi seu dia, meu doce de amora? - ela perguntou, ajeitando meu cabelo.

- Mãe, eu tenho medo.

- Isso não é a resposta pra minha pergunta.

Fiquei boquiaberto, e ela riu, me puxando para que deitasse em seu colo.
Ela ficou acariciando meus fios, e aquilo me deu sono, era tão bom sentir seu carinho.

- Medo de quê, Hongjoong?

- De morrer sem alguém me amar.

- Olha, você tem uma espinha aqui - ela apertou a região e eu chiei.

- Mãe!

- Hong, tem como não amar você? Tem tanta gente que te ama. Olha o San e o Wooyoung por exemplo.

- Que tanto de gente, mãe.

- Vai aparecer alguém sim, filho. E eu vou tirar muitas fotos de vocês dois - ela sorriu - vou comer e ir para o trabalho, querido. Nos vemos de noite, okay?

- Okay - me levantei de seu colo e encarei a TV - credo mãe. Reign é horrível, por que você assiste isso?

- Cale a boca! - ela exclamou da escada.

Gargalhei e desliguei a TV. Não estava com vontade de fazer nada, então dormiria o dia todo.

Acordei com minha campainha disparando. O barulho era tão irritante, que mesmo que eu fizesse de conta que não ouvia, aquela merda insistia em me incomodar. Joguei o travesseiro longe, me levantei da cama e desci a escada.

Xingando até o capeta, abri a porta, dando de cara com um Wooyoung e um San bem arrumados.

- Festa de quem?

- Veja com os próprios olhos - ele me entregou um papel. Cocei os olhos antes de lê-lo.

- Não é aquela boate super cara de Seoul? - indaguei super empolgado - como conseguiu entrada, Woo?

- Você não devia ter nada melhor pra fazer e pedi pra minha irmã, já que ela tem influência naquela região.

- Eu amo a Chaeyeon! - exclamei e dei um beijo na bochecha de Wooyoung. Fechei a porta e os empurrei pelo hall.

- Que mentira, vocês são como gato e rato - San murmurou. Rolei os olhos.

- Vou me arrumar - avisei e ambos assentiram.

Era tudo o que eu precisava naquele momento! Uma festa! Encheria a cara até dizer chega! Ah, nada melhor que uma festa.
Escolhi um traje todo preto, e lógico, não podia faltar minha calça de couro, e muito menos minha jaqueta azul-marinho. Hongjoong deixaria todos duros. Nada novo sob o sol.

Tomei um banho quente, escovei os dentes, fiz minha maquiagem e me troquei. Não passei muito perfume, e assim que estava pronto, me olhei no espelho.
A porta do meu quarto foi aberta, e Wooyoung riu soprado.

- Está lindo, Hongjoongie. Vamos logo - estendeu a mão para mim, e a peguei. Descemos a escada e San estava entretido no celular: estava fazendo selcas. Dono do amor próprio, pode entrar, San - amor, vamos.

Eca, melosidade. Odeio isso.
Antes de sair, escrevi um bilhete e o colei na geladeira, anunciando que tinha saído com os dois demônios e que não era pra minha mãe me esperar acordada - não que ela o fizesse, mas né.

- Vamos, Hongjoong! - San exclamou do carro, e buzinou.

- Tô indo! - respondi na mesma altura e tranquei a porta. Entrei no veículo e me olhei com a câmera do celular, só para ter certeza de que estava arrasando.

Como o horário não era muito favorável, nós demoramos vinte minutos para chegar. Mas a festa ia até o amanhecer, o que significava uma coisa: íamos de ressaca para a escola no dia seguinte. Nada novo sob o sol.

San estacionou o carro próximo à entrada e descemos. Tinha tanta gente linda lá, com certeza eu aproveitaria.

- Você não vai pegar ninguém, senhor Hongjoong. Você é do Seonghwa, lembra? - o Choi falou.

- O Seonghwa só não sabe ainda - murmurei.

Fomos até a entrada e mostramos nossos ingressos. O segurança pediu para a mulher ao seu lado colocar as pulseiras em nossos braços, e, finalmente, estávamos na melhor boate de Seoul. Era tudo o que eu precisava.
Um garçom passou com uma bandeja, e nela tinha diversos copos com líquidos azuis. Peguei dois de uma vez, e os virei.

San apontou a mesinha que se sentaria com Wooyoung e eu assenti. Não queria ver aqueles dois se comendo, então dançaria. A pista estava relativamente cheia, mas isso não me impediu de dançar e mostrar o quão invejável é Kim Hongjoong.

Recebi umas quatro cantadas por música, e o que eu mais fazia era ignorar. Eram todas podres, e eu só queria uma cantada de Seonghwa - podia ser a pior possível, mas só queria que fosse ele.
Mais alguns - lê-se vários - garçons passaram por mim, e peguei aqueles copos com líquido azul. Era muito boa essa bebida, tão viciante.

Passados uns sete copos (porque eu já havia perdido a conta), eu já estava rodopiando pela pista e a música me ensurdecia. Pelos deuses, o que tinha naquela porra?
Quando pensei que fosse cair, senti braços me impedirem de espatifar no chão. Meu olhar foi diretamente para os dele.

- Seonghwa?

 𝗜 𝗗𝗼𝗻'𝘁 𝗟𝗶𝗸𝗲 𝗬𝗼𝘂𝗿 𝗕𝗼𝘆𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱Onde histórias criam vida. Descubra agora