⁵A primeira transa a gente nunca esquece.

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- Honey - disse e sorri. Aproximei-me dele, que sorriu de volta. Adorável. Como não amá-lo? - se perdeu no caminho para casa?

Ele riu e me puxou pela cintura.

- Acho que estou no lugar certo - ele mordeu aqueles lábios carnudos e fixou o olhar nos meus. Deus, um calor me percorreu.

- Nós tivemos um lance há um tempo, Honey. Mas agora eu já estou em outra - murmurei em seu ouvido. Ele riu soprado e aproveitou a deixa para morder o lóbulo de minha orelha.

- Eu sei que você sente falta de mim, Hongjoong.

Ele não estava errado. Eu adorava os beijos, a pegada, o calor dele. Nossa primeira transa depois de alguns encontros foi uma das oito maravilhas do mundo. Só que agora eu queria Seonghwa. Eu sempre quis ele, mas tive que me tocar que estava na hora de tê-lo para mim.

E em um piscar de olhos, Jongho me beijou. Sua boca entreabriu, pedindo passagem com a língua. Nesse momento, eu afastei, com as mãos em seu peitoral, e um olhar incrédulo.

- O que houve, Hongjoong? - ele indagou e deu o sorriso cafajeste que sabia que eu amava. Ah, Deus. Se for pra me foder, que seja do jeito bom pelo menos.

Acidentalmente, o foco da minha visão pairou sobre um Seonghwa escorado na parede, abraçando Yeosang pela cintura, o beijando apaixonadamente.
Suspirei pesadamente e olhei para Jongho.

- Vamos para um lugar mais quieto - eu disse, o puxando pelo pulso. Enquanto eu puxava Jongho pela multidão, Wooyoung me olhou e riu, para depois voltar sua atenção ao drinque que San havia lhe trazido.

Fomos para o quarto de hóspedes e logo Jongho já havia atacado meus lábios outra vez. Ele me puxou pela cintura, colando nossos corpos, fechou a porta com o pé e nos guiou até a cama. Jongho sabia o que eu precisava naquele momento, e eu nem precisei dizer nada. Era bom ter essa relação com ele.

Ele me deitou gentilmente no colchão da larga cama e sobrepôs seu corpo ao meu, acariciando meu rosto à medida que me beijava. Por mais que eu sentisse o calor de Jongho, não era aquele quem eu queria comigo.

Apesar de sentir suas mãos me tatearem, de ouvir palavras doces em meu ouvido, não era ele quem eu queria naquele momento. Porra, Hongjoong, uma crise existencial no meio de uma possível transa? A que nível chegamos?

Foi a bebida? Não. Eu quase não bebi. Se fosse para estar bêbado, seria de amor por Seonghwa, e eu estava me afogando nele.

Parei de corresponder o beijo de Jongho e contorci os lábios quando ele me olhou. Sua respiração quente batia contra minha pele, me causando uns arrepios e conforto. Jongho acariciou minha bochecha e sorriu.

- Pode me deixar sozinho? - indaguei.

Ele beijou a ponta de meu nariz e assentiu.

- Estou lá embaixo com Mingi. Vamos ficar do lado de fora bebendo.

Fiz um singelo movimento positivo com a cabeça e Jongho deixou o quarto. Coloquei o braço sobre os olhos e suspirei. O que eu estava fazendo? Jogando minhas mágoas em Jongho? Minhas decepções nele? Eu gosto dele o suficiente para não querer fazer algo assim.

- Ei, Hongjoong - imediatamente me sentei na cama. San riu de mim. Deplorável, era assim que eu estava. Ele aproximou-se da cama e sentou-se ao meu lado. Entregou-me uma garrafa de cerveja e eu aceitei - eu vi Jongho saindo e pensei que tivessem brigado.

- Íamos transar, mas por mais que eu estivesse beijando Jongho, eu pensava ser Seonghwa.

San molhou os lábios antes de suspirar.

- Você precisa seguir em frente. Seonghwa e Yeosang estão juntos pra valer.

- Obrigado pelo conselho - falei de forma irônica e beberiquei a cerveja.

- Vamos dançar, não vou te deixar aqui sozinho.

- Me deixa quieto - murmurei. Mas de nada adiantou: San se levantou e me puxou para fora do quarto, falando coisas como "você precisa mostrar o quão bonito você é, e vai mostrar enquanto dança", ou "é uma festa, será estranho se Kim Hongjoong não estiver presente". A última parte é a mais pura verdade, e acabei sorrindo ao ouvir isso.

Wooyoung se juntou a nós e começamos a dançar no centro da sala. Eu podia não ter Seonghwa por agora, mas tinha San e Wooyoung. Procurei pelo Park com o olhar, mas não o encontrei. A única pessoa que encontrei foi Yeosang: ele estava comendo alguns salgadinhos próximo à mesa. Parei de dançar e decidi procurá-lo. Lógico, San me berrou e me xingou, e até ousou dizer que sou trouxa por continuar atrás de alguém que não me quer, mas mesmo assim eu insisto. E em minha defesa, só vou ter o que foi retirado de mim.

Seonghwa estava sentado na grama, escorado à parede, com uma garrafa de cerveja na canhota, encarando a parede cheia de folhagens. Respirei fundo e o próximo passo que dei chamou a atenção dele para mim.

- Não está lá dentro por quê? - perguntei ao colocar as mãos nos bolsos da calça.

- Aqui fora é mais confortável.

Seonghwa, eu não nasci ontem.

Me sentei ao seu lado - mesmo sem perguntar se eu podia - e o olhei. Retirei a garrafa de sua mão e ajeitei seu cabelo bagunçado, que devia ter bagunçado por causa do vento forte do lado de fora ou por Yeosang.

Afastei minha mão dele e o dei um sorriso fraco.

- Acho que Yeosang e eu terminamos.

É o quê?

- Por quê?

Um breve silêncio se formou antes de ele finalmente me responder:

- Eu e Yeosang esquentamos as coisas um pouco. Fomos para o banheiro e começamos a nos beijar e a passar pras preliminares.

- Deus, não me dê detalhes - murmurei e ele riu - e brigaram por qual motivo?

- Eu estava muito excitado com ele, queria transar com ele naquele momento. E então ele começou a me estimular mais.

Aonde essa conversa vai chegar?

- Então eu gemi.

O gemido de Seonghwa deve ser a primeira maravilha do mundo. Queria poder ouvir.

- O que tem de errado em gemer, Seonghwa?

Ele riu de forma desdenhosa.

- O nome que eu gemi não foi o de Yeosang - Changkyun continuou.

- Foi de quem?

- O seu.

 𝗜 𝗗𝗼𝗻'𝘁 𝗟𝗶𝗸𝗲 𝗬𝗼𝘂𝗿 𝗕𝗼𝘆𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱Onde histórias criam vida. Descubra agora