Sou a capitã do flanco arqueiro e conquistei respeito e uma voz

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    Hoje é dia 20 de dezembro, o dia que completo os meus 201 anos... Nunca saí da Antártida, local em que o meu pai, o alfa general treina e prepara o maior e poderoso exército supremo. Temos o simples nome de alcateia suprema visto que a nossa única ocupação é preparar os melhores guerreiros e amazonas para guardar e proteger as restantes alcateias.

    Apesar de sermos denominados de alcateia suprema, a última vez que vi o supremo foi quando possuía apenas cinco anos de idade, a quando o meu pai foi nomeado, porém, nesse dia não me foi permitido sair do meu quarto e apenas tive um vislumbre das suas costas largas e musculadas.

    Todas as filhas de alfas tendem a ser casadas por poder com filhos de alfas, quando estas completam 50 anos, que é quando ocorre a primeira aparição da nossa loba e somos classificadas conforme a nossa aptidão. Contudo, a minha mãe antes de falecer fez o meu pai prometer que nunca me faria e aos meus irmãos casar por poder. Dália a minha irmã mais velha casou faz 100 anos com o alfa da alcateia minguante, situada no continente africano, atualmente tem 7 filhos e todos eles possuem nomes de constelações. Rui meu segundo irmão casou com uma amazona pertencente ao primeiro flanco, e meu irmão Tomás treina para ser o próximo alfa general. Nunca foi minha intenção casar, portanto, contra qualquer vontade no meu pai integrei o exército e criei nome por mim própria, atualmente sou a capitã do flanco arqueiro e conquistei respeito e uma voz.

- Aryanna! Espera. _ grita Liz a amazona casada com meu segundo irmão.

Abrando o passo e espero ela chegar até mim. Aproveito e olho em meu redor, a alcateia hoje está especialmente atarefada e uma autêntica confusão, não me lembro de a ter visto algum dia assim. Entretanto Liz chega até mim.

- Ary nem sabes! O teu irmão Rui, disse que o Tomás soube pelo teu pai, que o supremo vai visitar a alcateia.

- Calma, o quê? Porquê?

- Parece que a sua guarda pessoal foi dizimada em uma guerra por poder na Oceânia.

- Como assim, Roberto e Ikaro pereceram?

- Sim, Ary. Eu também fiquei triste quando soube... eram ótimos guerreiros e lobos. No entanto, o supremo não está nada contente, afirma que isto é culpa do teu pai!

- Como assim é culpa do meu pai, o supremo não conseguir manter as alcateias em paz?

- Parece que ele suspeita, que enviamos guerreiros despreparados para o guardarem.

- Isso é a maior estupidez que já ouvi hoje.

- Também acho, mas ele chega daqui a uma hora.

- Obrigada Liz, vou preparar o meu flanco para a saudação do supremo.

Apreço-me para chegar à residencial onde o meu flanco vive. Todos eles se encontravam em grande folia à volta da mesa da sala a tomar o seu pequeno-almoço e a preparar os mais pequenos para o treino da madrugada, que se encontrava a cargo de meu irmão Rui. Quando me vêm todos se levantam e saúdam-me.

- Podem sentar-se.

Espero que se acomodem e que as crias se aquietem para dar o comunicado.

- Eu sei que hoje era o vosso dia de descanso e de família, no entanto, surgiu um pequeno imprevisto. O alfa supremo visitará daqui a uma hora a alcateia e como forma de saudação todos os lobos têm de estar presentes.

- Certo Capitã, mas se não se importar da pergunta, porque é que o supremo após centenas de anos vem visitar o exército?

- Marco, os seus guardas pessoais Roberto e Icaro pereceram, e ele procura novos guardas.

Ao saberem que dois dos nossos melhores guerreiros faleceram todos entraram em choque, afinal de contas, os guardas supremos são a elite do exército.

- Quero-vos no porto de embarque daqui a meia hora, nas fardas de cerimónia!

- Certo capitã!

Saio e encaminho-me para o prédio central, algo aqui que não está a bater muito certo, e eu vou descobrir o quê.

A capitã arqueira e o Alfa supremoOnde histórias criam vida. Descubra agora