Ouvia os descompassados batimentos na porta ... ou seriam no meu coração?

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    Sem respeitar qualquer protocolo saiu da formação e em passo apressado e depois em forma lupina corro para minha casa. Isto não poderia ter acontecido, supostamente o laço de parceria tinha sucumbido, esta magia já não deveria existir.

Segundo as histórias que ouço a magia de companheirismo era sagrada e lei, porém, havia se desgastado com o sofrimento que causava, era um laço que tinha tanto de amor quanto de terror.

- Ary! _ abre esta porta, já!

Ouvia os descompassados batimentos na porta ... ou seriam no meu coração?

Decido ser a mulher para que fui criada e encaminho-me para a porta. Ao abri-la encontro Tomás com um sorriso satisfeito, mas acredito que ainda ninguém lhe disse o que ocorrera, porque senão tiraria o seu sorriso irritante. Do lado estava meu pai, mais perdido que eu, e depois as três pessoas que tinham acabado de desembarcar. Abri espaço para conseguirem entrar.

- Desejam alguma coisa para beber ou comer? _ questionei apenas por boa educação.

- Não, obrigada. _ aquela voz.

Foi quando me virei para quem falou e os nossos olhos se encontraram, foi nesse momento, que senti o laço a assentar.

Foi como se me sentisse finalmente completa.

- Sabes que o que fizeste foi claramente uma afronta ao teu alfa supremo e que precisas de ser punida, certo? _ diz a Luna.

No entanto, eu não conseguia desviar-me daqueles olhos que me chamavam como um íman.

- Saiam! _ exclama o supremo com a sua dominância.

Todos os presentes se chocaram, mas sabiam que ninguém o poderia desafiar e decidiram sair.

- Elianne tu também. _ acrescenta direcionando-se para a Luna suprema.

Só quando nos encontrávamos sozinhos é que permiti o ar que não sabia que prendia sair. Sentia-me paralisada, nunca pensei encontrar o meu companheiro, sendo este ainda por cima casado há séculos. Nenhum de nós se permitia quebrar o silencio, vejo-o a caminhar até mim e a colocar a sua palma na minha face.

- Olá querida. _ cumprimenta-me com um sorriso.

- Olá...

- Depois da pequena confusão que criaste ainda ninguém me disse o teu nome ou que ocupação possuis na alcateia.

A ocupação na alcateia era extremamente relevante, porque era ela que estabelecia o lugar na hierarquia.

- Aryanna, senhor. Sou capitã arqueira e filha do alfa general.

- Sem senhor, por favor. Tenho três nomes podes usar o que te bem aprouver, menos senhor.

- Eu não sei o seu nome ... apenas que é o supremo e que a etiqueta obriga a tratá-lo pelo seu título ou por senhor.

- Trata-me por Mateus, é o que mais aprecio.

- Como quiser Senh... Mateus.

- Ótimo. Agora diz-me porque me fugiste?

- Foi instinto, nunca fui uma mulher de sentimentos, e agora não sei como lidar com este laço que nos une para sempre.

- Querida, eu não sei como vou lidar com esta situação. Até porque eu sou casado, porém, o laço de companheirismo sobrepõe qualquer laço criado previamente.

- Isso não sabia, mas o que acontecerá com a Luna suprema?

- Amor, tu és a Luna suprema, a partir do momento que o nosso laço assentou.

- E agora? Eu sou capitã de um flanco, não posso abandonar assim os soldados.

- Eu vim para ficar uma semana, trataremos disso. Agora diz-me uma coisa, conhecias os meus guardas pessoais?

- Sim, porquê?

- Eles eram confiáveis?

- Eles já saíram do exército há 50 anos, mas sim, eram os nossos dois melhores guerreiros. Pertenciam à infantaria. Como é que eles pereceram?

- Eles não morreram Aryanna.

- Como assim?

- Eles traíram-me e tentaram matar-me. Estão agora presos, eu vim porque preciso de informação. E estava à espera, que o alfa soubesse de alguma coisa.

- Impossível! Mateus nós somos leais, o meu pai não fez nada, se eles foram corrompidos não foi aqui.

- Querida eu sei que é teu pai, mas vou ter de interrogá-lo.

- Não! Eu tenho a certeza que não teve nada a ver com isto, ele é um homem leal e justo, nunca incitaria uma rebelião. Tens de acreditar em mim, por favor!

A capitã arqueira e o Alfa supremoOnde histórias criam vida. Descubra agora