Dez

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Dizem que a vingança nunca é plena. Mata a alma e envenena. Mas com a sede que estou de justiça, não tenho medo de morrer envenenada.



Dia da festa


Meus nervos estavam à flor da pele. O corpo todo tremia em puro nervosismo pelo que estava prestes à fazer. Estava parada na entrada principal das escadas que davam acesso ao salão, já lotado pelos convidados. De repente ouvi a voz de Cameron ecoar pelo microfone.

"Boa noite a todos! Estamos aqui reunidos nesta ocasião especial para comemorar mais uma conquista! Minha linda noiva conseguiu um contrato exclusivo com a Stereo Records e vai lançar seu primeiro disco! Vamos recebê-la como ela merece! Com vocês, Zoe Benitez!"

Quando escutei meu nome, sabia que havia chegado a hora. A música começou a tocar, anunciando a minha entrada triunfal. Chegou o meu momento de brilhar.

Música de entrada da Zoe: Crazy in love - Beyoncé

A confiança me atingiu em cheio quando a música ecoou por meus ouvidos. Comecei a descer as escadas do salão, plenamente consciente de que todos os olhares estavam voltados para mim. Mas era exatamente isso que eu queria. Ser o centro das atenções, pelo menos uma vez.

Ouvia aplausos, assobios e gritos animados, e no meio da multidão meus olhos afiados procuravam por exatamente uma única pessoa: Brooklyn. Não foi difícil localizá-lo. Estava ao lado daquele poste loiro ao qual chamava de namorada. Mas senti seus olhos sobre mim, e somente sobre mim. Ardiam enigmáticos e brilhantes. Aquilo seria desejo? Lascívia? Eu só sei que a primeira parte do plano foi concluída com sucesso. Brooklyn parecia hipnotizado, e era exatamente isso que eu queria.

Meu corpo se ajustava perfeitamente as batidas da canção, e minhas curvas rebolavam no movimento ritimado de Beyoncé. O vestido aberto também me deu oportunidade de explorar a dança, e foi exatamente o que fiz. No meio das escadas havia um degrau maior, e ali parei para executar alguns passos de dança.

Sabia que estava me arriscando lançando olhares provocativos para Brooklyn e que alguém poderia perceber, então fiz o mesmo com Cameron. Até lhe lancei uma piscadinha para disfarçar. Lógico que meu noivo babava e me comia com os olhos, fascinado pelo que via. Assim como Brooklyn.

Desci até o chão no ritmo da música, tocando meu corpo de uma forma sedutora. Sorri para mim mesma ao ver que os dois ainda estavam enfeitiçados e continuei a dançar despreocupada, terminando a música já no último degrau.

Assim que os últimos acordes soaram, mais aplausos e gritaria, e eu somente sabia sorrir em completa euforia. Havia ganhado a batalha. Um a zero para mim. Abracei Cameron apertado e pedi o microfone.

"Quero agradecer a todos que estão aqui hoje comemorando esta conquista comigo! Não poderia estar mais feliz! Esse disco sempre foi um sonho para mim, e agora estou prestes a realizá-lo. Obrigada!" A emoção do momento se misturou com meu discurso, e tive que me segurar para não vir às lágrimas.

Entreguei o microfone à Cameron, e saí pelo salão à cumprimentar os convidados e minha família. Meus pais vieram de Miami, o que me deixou muito feliz. Ganhei um grande abraço de mamãe e papai, que rasgaram elogios à minha pessoa. Sentiam-se orgulhosos por minha conquista, assim como eu. Durante todo o tempo em que estava com meus pais, sentia o olhar de Brooklyn me despindo, mas aquilo era combustível para o meu fogo.

A noite pegaria fogo.

As provocações estavam saindo conforme o planejado. Literalmente a atenção de Brooklyn era toda minha. Ele não se dava nem ao trabalho de disfarçar. Até que Cameron percebeu.

"Zoe, por que o seu amigo não para te olhar? Aconteceu alguma coisa que eu não sei? Você tem certeza que me contou tudo mesmo? Quer que eu vá falar com ele?" Achei esse ciúme de Cameron tão bonitinho.

"Não aconteceu nada que você não saiba amor. Brooklyn sempre foi meio louco. Eu não sei o que houve... Mas vou falar com ele, não se preocupe." Minhas habilidades de convencimento estavam ficando cada vez melhores.

"Tudo bem então. Eu vou cumprimentar meus pais ok?" Me deu um pequeno beijo na bochecha e saiu em direção ao senhor Lee.

Andei em direção ao banheiro. Toda aquela emoção me deixou com a bexiga alterada. Ria sozinha de mim mesma e da minha engenhosidade em tramar essa festa para esfregar a minha felicidade na cara de Brooklyn.

E de repente a cena se repetiu. A porta foi aberta com uma velocidade enorme, e trancada em seguida. Era ele. Brooklyn Reyes. Sua respiração já estava ofegante, descompassada. Ele estava visivelmente alterado.

"Realmente você não aprende...que tara é essa por banheiros que você tem Brooklyn?" Por fora agi com toda a frieza que pude. Mas por dentro estava sem saber qual seria meu próximo passo.

"Você! Você me faz agir assim! Por impulso! Cometer loucuras!" A cada palavra eu tinha total noção de que ele se aproximava cada vez mais. Mas não podia demonstrar medo. Não na frente dele.

"Agora a culpa é minha se você não consegue se controlar? Faça-me o favor!" Continuava debochando da cara dele, que agora estava a centímetros da minha. Não podia recuar. Não seria fraca.

"Pode se sentir culpada mesmo Benitez..." Brooklyn deu a volta, parando atrás de mim, enlaçando a minha cintura, me encouchando. "Você é a única que pode acabar com a minha agonia..." Sua voz sussurrava em meu ouvido, me causando arrepios. Suas mãos grandes passearam por minhas coxas, e fechei os olhos em um impulso involuntário.

"Você está completamente louco!" Por mais que não fosse admitir em voz alta, esse desgraçado ainda mexia comigo. Mexia muito.

"Pode acreditar que sim..." Sussurrou mais uma vez, puxando-me de encontro à ele, lambendo o lóbulo da minha orelha.

De repente senti seu membro duro como pedra roçando em mim. Reverteria essa situação ao meu favor. Já que ele estava fora de si, faria com que ultrapassasse todos os limites da loucura.

"Você está brincando com fogo Reyes..." Comecei a rebolar contra ele, tendo total consciência do que estava fazendo.

"Eu sabia Zoe..." O desgraçado beijou meu pescoço. "Sabia que não estava maluco..." Suas mãos subiram por minhas coxas, chegando ao meio das minhas pernas.

"Isso é o que vamos ver..." Sussurrei sedutoramente, ainda rebolando de encontro ao seu membro. Sentia-o pulsando dentro de suas calças.

Peguei uma de suas mãos e em uma atitude ousada, comecei a lamber seu dedo indicador.

"Zoe...isso é loucura..." Brooklyn já sussurrava palavras desconexas. "Isso é...oh meu deus..." Chupei com vontade toda a extensão de seu dedo como se fosse um picolé de chocolate branco.

Continuava meu procedimento, enquanto Brooklyn gemia no meu ouvido. Aquilo era música para meus ouvidos. Peguei a outra mão dele e coloquei por dentro do meu vestido, deixando-o sentir meu seio direito. Sua mão se encaixou perfeitamente, e aquilo foi o fim para ele.

"Senhor...eu vou...oh..." Foram as últimas palavras dele antes que eu sentisse o prazer de vê-lo gozando nas calças sem nenhum controle.

Assim que finalizei o que me propus, olhei para a cara dele, totalmente satisfeita pelo que havia feito. Brooklyn estava em uma perda de palavras. O cabelo uma bagunça, assim como o resto. Apenas sorri vitoriosa para ele antes de sair.

"Xeque-mate Reyes. Boa sorte com a calça. Vai precisar!"

NeedyWhere stories live. Discover now