Tem Como Ficar Pior?

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* Jenner *

Não queríamos chamar atenção, então tentamos fazer tudo no maior silêncio possível.

Conseguimos pular o portão e, para a nossa sorte, a porta da frente não estava trancada.

Subimos a escada; tínhamos quase certeza de que os quartos estavam no andar de cima. Qualquer barulhinho poderia colocar o plano em jogo. Até mesmo Jasper, que era todo atrapalhado, estava tendo cuidado.

Quando estávamos terminando de subir, ouvimos passos.

— Será que acordamos alguém? — Jasper pergunta, cochichando.

— Não sei — respondi o mais baixo que pude.

Os passos ficavam cada vez mais próximos, até que uma voz pôde ser ouvida.

— Não devia ter comido tanto bolo. Aquele banheiro ficou com um cheiro horrível.

O rapaz agora estava parado em nossa frente, paralisado; realmente não esperava nos encontrar ali.

— Como os discípulos de Hestchan chegaram aqui? — ele pergunta, esperando alguma resposta, e eu me preparo para atacar.

— Jasper, seu idiota. Por que não esperou meu sinal? — perguntei assim que ele deu um soco na barriga do garoto, que acabou cambaleando para trás com um olhar de dor.

Assim que se recuperou, ele correu em direção a Jasper e disparou um soco. Foi tão rápido que ele não conseguiu evitar o impacto. Uma luta foi iniciada; ele lutava muito bem, mas não usou nenhum tipo de poder. Para ele saber que somos discípulos da Hestchan, ele não deve ser daqui.

Imediatamente peguei o rastreador e minha teoria foi confirmada.

— Então ele é a terceira luz — pensei em voz alta; Álya também deve estar por perto.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo barulho da janela se quebrando, e os dois caíram para o lado de fora do orfanato. A cada segundo, a luta ficava mais intensa, mas em momento algum eles usaram poderes. Assim que vi os dois lutando do lado de fora, pulei a janela com cuidado, já que o vidro podia me cortar.

* Lucy *

— Álya, ouviu isso? — perguntei assim que escutei um barulho, mas não obtive resposta.

— Álya — falei, cutucando-a para que acordasse.

— O que foi, Lucy? Era para você estar dormindo. Temos outro treinamento amanhã — ela fala, percebendo que ainda está de noite.

— Eu estava com insônia e escutei um barulho. Acho que tem alguém invadindo o orfanato.

Nesse momento, Álya e eu saímos do quarto em busca do tal barulho. As crianças ainda dormiam tranquilamente.

— Olha, Álya, a janela está quebrada — falei, apontando, e nós duas fomos em direção à janela, que tinha vários cacos espalhados pelo chão.

— Seny, o que faz aí embaixo? — perguntei assim que o vi.

— Estou lutando contra eles — ele fala, dando socos e chutes no ar, nos deixando sem entender nada.

— Seny... Saia daí, está tarde! — Álya fala, com um tremendo desgosto.

— Seny... Seu idiota, para de bater no vento e volta a dormir — falei, já sem paciência, todo esse susto para nada.

— Eu não estou batendo no vento, eles estão aqui — Seny fala, ainda batendo no ar, nos deixando completamente confusas.

— Você está variando, vem logo pra cá — falei, esperando que todo aquele showzinho acabasse.

— Calma, Lucy — Álya fala, como se estivesse sentindo que alguém estava ali.

Ranor (Entre Dimensões )Onde histórias criam vida. Descubra agora