Ranor (Entre Dimensões )

Branco E Dourado

* Lucy *

Abro os olhos e não reconheço o lugar onde estou.

— "Onde estou?" - pensei.

Nenhum dos meus amigos estava ali.

— "Cadê todo mundo?" - pensei, levantando-me de uma cama com um lençol branco.

Estava perdida. Como fui parar ali? Ao me deparar com meu reflexo no espelho, vejo que estou usando um vestido longo, branco e cheio de detalhes dourados.

No meu cabelo, há uma longa trança lateral muito linda.

— Esse vestido é tão bonito, nunca usei algo assim! - falei admirada.

Comecei a observar o quarto onde estava. Tudo ali era branco com detalhes dourados.

— Tenho que sair daqui! - falei, abrindo a porta que parecia ser feita de madeira muito antiga.

Assim que passei pela porta, observei o corredor enorme à minha frente.

— Lucy! - a voz de Seny se destaca naquele lugar silencioso.

Fiquei feliz por encontrar um de meus companheiros. Ele também usava uma roupa branca com bordas douradas, que fazia seu cabelo platinado ganhar um incrível destaque.

— Onde estamos? E que roupas são essas? - perguntei, já esperando uma explicação bizarra.

— Eu ia te perguntar a mesma coisa.

— Eu acordei em um quarto branco, e não sei como vim parar nesse vestido e onde estão as minhas roupas - falei, apontando para o vestido.

— Eu também não faço ideia. Temos que encontrar a Alya.

— E os gêmeos também - falei, e ele revirou os olhos.

Começamos a seguir em frente, andando naquele corredor silencioso e cheio de portas. Cada uma dava para um quarto exatamente igual ao que eu havia acordado. Abrimos todas as portas à procura dos nossos companheiros, mas nenhum estava dentro dos quartos.

— Eles também não estão aqui - disse Seny, após abrir a última porta no final do corredor.

— O que vamos fazer? - perguntei, sem saber como poderíamos achar o resto do pessoal.

— COMIDAA! - Seny grita, e eu fico confusa.

Ele saiu correndo em direção a uma mesa cheia de comidas estranhas, que pareciam pequenas frutas coloridas.

— Não come isso! - tentei alertá-lo, mas ele já havia comido uma das "frutas".

— Isso tá muito bom! - Lembrei que não tinha comido nada até ali, e com esse comentário a fome só aumentou.

Peguei uma amarela e levei até a boca, um pouco desconfiada.

— Isso é incrível! - Começamos a comer as "frutas" que estavam ali, cada uma com seu gosto específico. A amarela e a roxa eram as mais saborosas. Talvez fosse a fome.

— Ouviu isso? - perguntou Seny.

Passos e algumas vozes se aproximavam.

— E agora? - perguntei, vendo que não teríamos tempo de nos esconder em um dos quartos.

— Abaixa! - disse Seny, e ficamos debaixo da mesa, torcendo para que ninguém nos visse.

Os passos se aproximavam cada vez mais. Era possível ver pés com apenas três dedos. Tudo ficou em silêncio e a tensão só aumentou.

— Estou vendo vocês aí! - Seny e eu nos encaramos assustados.

Levantamos o forro da mesa, e Seny foi sair de lá de baixo, mas acabou batendo a cabeça com força na mesa. Várias "frutas" caíram pelo chão.