Meldryn: parte I

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- Como assim... morrerá? - pergunto - onde ele está? o que aconteceu com ele? porque eu...

- Calma - diz ela me interrompendo - você faz muitas perguntas.

- Desculpa, mas preciso saber o que...

- Prometo responder tudo no caminho - diz Eduarda me cortando mais uma vez - realmente precisamos ir - ela me dá as costas e se afasta, indo em direção a esquina da Travessa Perebebuí.

Imagino que ela pensa que estou a seguindo, o que eu realmente começo a fazer, mas um pensamento repentino me faz parar... Como vou ajuda-lo? afinal não faço parte desse mundo, não tenho nenhum poder e... Será que quero ajuda-lo? ajudar o homem que tentou me matar, que é um monstro e...

- Lava sua boca para falar do meu irmão - diz ela ouvindo meus pensamentos e já vindo ao meu encontro... Com fúria - você não têm ideia dos riscos que ele está correndo, de tudo que ele está querendo abdicar... E tudo por você? uma humana patética, ingênua e que não é digna dele.

- Quem é você para falar assim comigo sua fedelha arrogante - digo exaltada, me aproximando do seu rosto - eu quero que vocês vão para a puta que...

Nesse momento eu sinto uma enorme dor no coração, como se involuntariamente os músculos estivessem sendo contraídos. Logo a dor se expande para todo o peito, os músculos da caixa torácica começam a comprimir os pulmões, vou perdendo o ar...

Olho para ela, está imóvel, sem mover uma palha, mas o rosto com uma expressão de ódio e um olhar penetrante direcionado para mim, seus olhos dourados como os do irmão brilham intensamente a luz do luar e se destacam na escuridão da noite.

- P-para. Por. F-favor - digo caindo de joelhos em sua frente com as mãos no pescoço... Ela para, seja lá o que ou como estava fazendo.

No momento em que ela vê um senhor passando correndo, provavelmente se exercitando ou fugindo de algum bandido... Coisas comuns próximo a Universidade a esta hora da noite kkk, ela se agacha me ajudando a levantar.

- Moça, tá tudo bem? - encena ela enquanto o senhor aparentemente pensou em parar, mas ao ver que já estava sendo amparada, olhou e passou direto.

- Tu quase me matou sua louca - digo recuperando o folego, massageando o peito.

- Eu não ia matar você - diz Eduarda - por dois motivos, primeiro que eu não sou assim, não mato gratuitamente as pessoas, só se for necessário.

- AHTA, só se for necessário - digo debochando dela - cara, vocês se acham deuses para decidir quem vive e quem morre!

- Acredite, ele não é esse ser de luz que todos pensam - diz ela - mas enfim, voltando... segundo que meu irmão se importa com você, eu sou fechada com ele, se ele te protege, eu também irei proteger.

Nesse momento até volto a simpatizar com ela, nossa... sou muito imbecil mesmo, volto a gostar da pessoa por uma misera palavra gentil...

- Obrigada, mas eu sei me cuidar - digo - e eu vi como você tava me protegendo... comprimindo meus órgãos vitais, parabéns olha, vocês precisam mesmo aprender sobre o significado de cuidado

- Sei, você pode não acreditar agora, mas é a verdade - diz Eduarda - sei que é tudo muito estranho, ou você acha que é normal um dos nossos se apaixonar por um humano, é a primeira vez que isso acontece.

- A primeira? - pergunto retoricamente.

- Sim, e pode ter certeza que ele está tão confuso quanto você - diz ela - meu irmão está mudando DE VERDADE, ele já havia comentado de você comigo - ela dá um leve sorriso de canto - queria que eu conhecesse.

Segredos Revelados: Amor em Trevas (Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora