Segredos Revelados: Amor em Trevas (Livro I)

Conhecendo a vizinhança

Assim que o carro para, não penso duas vezes e saio do carro deixando que a Ju pague.

- Ei!!! Repreende ela.

Fico encantada com o Edifício todo em amarelo ouro. Segundo a dona Maria, síndica com quem acertei o aluguel, ele possui 10 andares, cada andar com 4 apartamentos espaçosos...

- Da para me ajudar, por gentileza - Diz começando a tirar as nossas malas e jogando olhares para o motorista que não saiu de dentro do carro para ajudar.
- Tá bom, já estou indo.
- Não vou precisar tirar o salto... Já estou com as minhas havaianas, ainda bem - Diz tirando a última bagagem - vou dar zero para esse filho da mãe...

Chegamos ao grande portão automático e pressiono o botão do interfone.

- Bom dia. Somos as novas moradoras do 603.
(Ruído)
- Bom dia, qual o nome das senhoras? Pergunta a voz de um homem
- Lu...
- Juliana e Luana, da para abrir isso logo, não somos terroristas - diz ela parecendo irritada.
- Ju! Você é terrível - digo em negação.
- O QUÊ? tá pesado ué! Sussurra ela.

Ouvimos um clique. O portão da grade destrava. Caminhamos pela entrada que possui um lindo jardim até uma porta de vidro. Chegando ao hall somos recebidas pela dona Maria.

- Sejam bem vindas minhas queridas - diz ela me dando um abraço apertado e em seguida na Juliana.

Dona Maria é uma mulher baixa, acima do peso, preta, cabelos cacheados lindíssimos num corte channel e olhos castanho escuro.

- Fizeram boa viagem? Pergunta depois de soltar Juliana de um abraço apertado. Da pra ver que ela é muito carinhosa e educada.
- Sim, é um prazer lhe conhecer depois de conversarmos tanto por telefone - digo pegando novamente as malas.
- Igualmente minha querida... Vocês devem estar cansadas do vôo, me acompanhem - diz ela adentrando o hall.

A medida que a seguimos vou observando a modéstia do edifício, é simples, mas aconchegante do jeito que gosto. É bastante amplo, o piso é revestido por uma madeira envernizada e as paredes, ao contrário do exterior, são amarelas em tom claro.
Chegamos até a recepção: um balcão de madeira, um quadro de madeira com várias divisões com números e chaves. De uma porta atrás do balcão, sai um homem pardo, magro, loiro e de olhos castanhos, devidamente uniformizado com traje social.

- Breno, essas são as novas moradoras do 603, Luana e Juliana, este é o Breno nosso recepcionista, qualquer problema pode ligar pra ele que ele resolve - diz ela sorrindo.
- Muito prazer Breno - digo
- Qualquer problema é? Diz Juliana analisando Breno da cabeça aos pés.
- Prazer em conhecê-las e sim, estando ao meu alcance eu resolvo - Diz ele corando e se sentando rapidamente para desviar o olhar de Ju kkkk, meu Deus, ela é terrível.
- Breno entregue as chaves para as moças.
Ele se levanta pega as chaves e nos entrega - Aqui estão, sejam bem vindas, vocês vão adorar aqui, têm... No momento que ele entrega a cópia na mão da Ju, ela dá um leve aperto na mão dele.
- Eu já estou adorando - diz a Ju.

Tento segurar a vontade de rir, graças a Deus eu consigo...

- Bom, então vamos né? Digo já ficando meio sem graça pelo Breno.

Partimos rumo ao elevador. Enquanto subimos, Dona Maria explicou rapidamente que existe uma pequena garagem no subsolo e uma área de lazer com piscina no 10 andar. Pelas fotos a vista da cidade parece linda lá de cima.
O elevador para e quando as portas se abrem damos de cara com um homem, que acredito ser da nossa idade. Magro, estatura média, branco e cabelos ondulados. Do seu lado está um outro homem com estilo meio rockeiro, moreno, da mesma altura que o seu amigo, usa óculos e tem cabelos cacheados.

- Há que maravilha, já ia bater na porta de vocês meus queridos - diz ela de maneira empolgada enquanto sai do elevador, a seguimos - essas são suas novas vizinhas de andar, Juliana e Luana.
- Olá, sejam bem vindas, meu nome é José - diz o rapaz que parece rockeiro, nos cumprimentando com um forte aperto de mão.
- Oi, muito prazer - me cumprimentou com um beijo no rosto o outro cara, retribui - meu nome é Lucas, já não aguentavamos mais ficar sozinhos nesse andar - disse ele depois de cumprimentar a Ju.
- Amor, o bom é que podíamos fazer barulho a vontade - diz o José com a maior cara de safado.