Prólogo

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É um fato que o universo possui muitos segredos. Principalmente sobre as perguntas mais feitas pela humanidade, como, de onde viemos, ou, como surgimos? Fomos criados por um deus onipotente como Yawèh, ou por um conjunto de deuses como Epimeteu que nos moldou em barro, mas sem vida, e, logo depois de roubar a chama do olimpo, Prometeu nos deu a vida com ela? Talvez, tenhamos vindo de um parente possivelmente primata e ancestral, que nos deu origem, assim como aos nossos primos distantes, os macacos? O fato, é que estamos ao mesmo tempo longe e perto dessas respostas. A fé em um ou mais deuses nos faz ter certeza sobre nossa origem. Isso é fato. Mas e a ciência? Ela não importa? Como nosso conhecimento, para alguns, tão grande, e tão vasto nos proporciona uma qualidade de vida muito superior a quinhentos anos atrás. Porém, nos afasta da fé para os de mente mais primitiva.
São muitas perguntas, e muitas afirmações, baseadas em fatos, ou não. Penso eu, que, depois de ter contato com esse vasto universo paralelo ao nosso, só pude ter certeza de uma coisa. Nada é realmente como conhecemos. Todo conhecimento, e todo fato é simplesmente relativo ao ponto de vista, independente de fé, crença, cultura ou classe.
Mas, Também percebi que esse outro universo, o qual carinhosamente apelidei de Argnum, está muitos milênios à frente do nosso tempo, e anos luz mais perto das respostas para a criação de tudo.

*

A alusão à notícia da chegada de seu homem mais fiel deixara Kromwell apreensivo. Três dias antes de estar sentado à beira da pista de pouso de sua enorme ilha particular, o velho homem recebeu a notícia de que sua busca havia terminado.
A própria sensação de que seus planos finalmente estavam se cumprindo, lhe arrepiavam cada pelo branco de seu corpo. O vento esta manhã, que em outros dias poderia ser agradável e reconfortante, como somente uma brisa matinal poderia ser, agora parecia que lhe cortava cada centímetro de pele.
Ele mal conseguiu ler seu livro de receitas, enquanto esperava o homem pouco mais novo chegar. Ele nem sequer poderia saber quando Kraven chegaria, pois seu estimado filho recentemente havia adquirido um submarino, com tecnologia anti-detecção, para continuar sua busca sem interrupções ou ataques em alto mar.
O homem quase não conseguia manter suas mãos nodosas paradas. A reconfortante paisagem verdejante da floresta à sua volta, juntamente como canto dos pássaros e os raios tímidos do sol entre as nuvens, o ajudavam a se acalmar quando se concentrava, e fazia suas juntas pararem de doer.
Ele se lembrava de quando era jovem, frequentando inúmeras escolas de magia, e frequentando muitas bibliotecas arcanas empoeiradas. Se lembrava de como era considerado prodígio, e de como se aplicava ao estudo da magia, em todas as nove escolas, se tornando mestre em cada uma delas, apenas para, no final, perceber que a magia era perigosa demais para o mundo.
Tentou inúmeras vezes recorrer aos líderes de Ylith, tentando alertá-los dos perigos da magia. Foi tido como louco. Um mago, sem experiência alguma no mundo real, que passou mais de quarenta anos enterrado nos livros, queria alertar os líderes sobre os possíveis perigos da magia, justamente no mundo real.
Seus devaneios foram interrompidos por uma agitação na pista de pouso, que também era um cais, como num porta-aviões. A água borbulhou e se agitou, com a grande sombra saindo do fundo do mar, e a branca espuma, parecia como um monstro do mar, emergindo para atacar um navio indefeso.
O submarino pintado com uma cor especial, que mais lembrava preto salpicado de cinza, emergiu das profundas águas azuis para a superfície. Quando o mar se tornou menos agitado, com a calmaria eterna daquele feitiço, a escotilha foi aberta. Dela, emergiu um homem corpulento, com a pele bronzeada, e uma armadura de couro por cima de um manto negro com uma caveira bordada com fios de prata nos ombros.
O belo e intimidador jovem saltou com graciosidade da escotilha para o chão, pousando com precisão, como um gato, a frente do velho. Rapidamente fez uma reverência, e beijou a mão recém estendida do ancião.
-Nós encontramos, pai - Disse o em um tom orgulhoso, com um sorriso de canto de boca, marcando mais ainda o contraste de seus lábios carnudos com o bronzeado em sua pele - O livro com a localização da tumba, está aqui.

A guerra de YlithOnde histórias criam vida. Descubra agora