Infinito Particular

Pilot

Desembarquei em Seattle, e já senti a diferença no clima. Mas que droga, que lugar frio. Fiz minha residência e especialização em cirurgia geral em Portugal, um lugar perfeito e com muito, muito sol. Recebi a proposta de vir pra cá, de um grande amigo de minha mãe, Richard Webber. Eles fizeram residência e trabalharam por longos anos no Seattle Grace. Hoje em dia, ele é o dono desse hospital tão renomado, que já formou ao todo mais de cem médicos cirurgiões, em suas diferentes especialidades. Não viria pra Seattle tão cedo, afinal, consegui tudo o que eu queria em Portugal, e ganhava muito bem. A proposta de Richard foi realmente tentadora, mas além do dinheiro, a necessidade de mudança falou mais alto dentro de mim. Minha mãe já se encontra no seu estágio mais avançado alzheimer, quase não se lembra de nada, e quando lembra, jura para todos que continua sendo a melhor cirurgiã que Grace já tivera.

No contrato que Webber me mandou, disse que seriam além de mim, mais cinco profissionais que montariam o time que faria parte da linha de frente do hospital. Estava ansiosa para conhecê-los, uma vez que meu sobrenome durante meus anos de faculdade e residência fizeram com que eu quase não tivesse colegas. Dizem que é difícil ser uma estrela, mas pior do que isso, é ser filha de uma estrela. E cá entre nós, Ellis Grey nunca foi uma mulher muito dócil e fácil de lidar. Resultado? As pessoas acham que sou como ela, ou até pior. Mas o que elas não sabiam de fato, é que fora das paredes do hospital, ela era uma mulher triste, sozinha e vulnerável. Mas enfim é aquilo, não é mesmo?! É ver pra crer!

Meredith fez o percurso até a sua antiga casa de táxi no mais puro silêncio. Não gostava de mudanças, já estava se arrependendo de ter aceitado a proposta do chefe, mas à essa altura, o que ela poderia fazer? Ellis passou seus poucos momentos de lucidez dizendo que ela era uma pessoa comum, que odiava pessoas comuns, mas o que Meredith poderia fazer? Desistir não seria uma boa opção, não agora. Quando o taxista lhe avisou que haviam chegado, ela pagou pela corrida e desceu do carro. Tinha deixado um pequeno grupo de pessoas encarregados de deixar a casa apta para ela morar, e foi o que aconteceu. Os móveis todos estavam como sempre foram, mas sem poeira ou qualquer vestígio de outra sujeira. Os quartos estavam todos arrumados também. O seu antigo quarto ela pediu que esvaziassem e deixassem vago. O de sua mãe, ela pediu para que trocassem a cama e a poltrona que nunca combinou muito com o ambiente. Era uma suíte e tanta, o banheiro foi totalmente modificado, e ela gostou do que viu. Sorriu ao ver que a banheira estava de seu total agrado. Haviam outros três quartos, mais o porão que foi feito como se fosse uma sala de descanso, ou um lugar mais descontraído para que ela pudesse levar seus amigos. Isso é, se ela fizesse algum.