Lua azul

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  Não sei se Mahine se importaria ou soubesse disso, penso ao ser jogada contra um tronco de uma caída árvore.

"Merda, merda, merda!" Veio a minha mente enquanto me arrastava aos lados agonizando pela dor que sentia um minha articulação dentre o quadril e a perna esquerda ardiam de dor, devo ter deslocado na queda ou quebrado, nem as sentia direito!

A criatura me pegou de jeito, tinha uma figura na qual parecia humana de olhos brancos descascados. Não era um Shitsuyōna! Suspeito que seja um Jama, parente distante dos Shitsuyōnas, só que diferente deles, os Jamas se alimentam da angustia alheia.

Nem tenho conhecimento o suficiente para bani-lo! Pelo pouco tempo que tive para estudar até agora, o mínimo que sei é que preciso de algo, talvez um sino, incenso ou qualquer coisa! Entretanto não tenho nada, vim para floresta por acidente, me perdi na trilha até a cidade.

Meu medo o atraiu, sem dúvida. Seu grunhido agudo pareceu cortar meus tímpanos e grandes unhas laminosas saíram do que deveria ser seus dedos.

Por instinto levantei para correr e a mesma dor estalou desequilibrando-me mais uma vez sob o solo coberto de folhas secas e lama.

Minha vida por um fio, um desejo de sobrevivência me impulsionou para que tivesse força de agarrar uma raiz e ter como correr lentamente. Quando li que o instinto de sobrevivência nos dava forças, nunca imaginei ser verdade até agora!

Quando o vi a centímetros de mim, pensei que se abrisse um círculo mágico resolveria... Quando o criei mentalmente, ao abrir meus olhos vi-me dentro de uma bolha de luz, o Jama bateu na bolha e não entrou, sua falha tentativa constante de rasga-la durou pouco, pois o mesmo cansou-se e desapareceu.

A bolha se estourou e cai levemente sentada, olhei para minhas mãos vermelhas e quentes chocada! Eu, não esperava mesmo!

Avistei a casa e exausta demais para arrastar-me, por ter utilizado todas minhas forças para escapar, chamei por Mahine.

A chamei diversas vezes até suplicar de forma estridente por sua ajuda.

Mahine! — Esbravejei entre lágrimas sem saber o que fazer, não pela dor e sim por medo, da vida dela.





  Soltei suas mãos, pra quê resistir? O que uma simples lua como eu faria? Não sou nada, sou somente um pedaço de rochas perdidas. Cedi abrindo espaço para que meu pescoço seja esmagado lentamente pela criatura misteriosa.

Quando acordei aos prantos, sua presença sufocante arrastou-me.

— O que foi, pequena? — Ecoou o mesmo.

Não respondi, não o daria satisfação.

O mesmo riu alto soltando dando ar para que o ar me afogasse, um gosto metálico arrastava-se profundamente por minha garganta, queimando como álcool.

Lançou-me na ilha, sobrevoei sobre os pratos despencando ao chão sendo "apedrejada" pela louça que estourou sobre mim.

Cuspi o líquido de metal vermelho, cheirei o mesmo ao estremecer com meu nariz quebrado.

Gemi dolorida, só que nada superou o berro de Surya, agudo e cheio de amargura, o relógio latejante em minha mente cessou parecendo paralisar o tempo quando estimulou tudo que havia em mim quando ecoou as badaladas da meia-noite.

Uma energia gélida preencheu minhas mãos, enchi as mesmas com minha essência e as disparei contra a criatura que se desintegrou.

Caminhei até a porta mancando e a encontrei em pavor, digo, sofrimento. Me agachei em seu lado, apoiei sua cabeça em meu peito e analisei seu joelho, quase podia ver seus ossos.

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⏰ Última atualização: May 27, 2021 ⏰

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