Assombrado

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"Não consegue dormir, Bucky?" Sam perguntou, entrando em seu quarto

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"Não consegue dormir, Bucky?" Sam perguntou, entrando em seu quarto. A porta estava aberta e a luz acesa; era o único convite que ele precisava. Já passava das duas da manhã e Bucky estava sentado no chão com as pernas cruzadas, olhando para um copo de Whisky como se quisesse se afogar nele.

Bucky apertou a mandíbula, e por um momento, Sam perguntou se ele ia dizer alguma coisa. Ele esperava que Bucky jogasse o copo em sua cabeça ou que gritasse com ele para sair, e talvez batesse a porta em sua cara. Mas Bucky não fez nenhuma dessas coisas.

Ele engoliu em seco e fechou os olhos com força. Então, os abriu novamente e olhou para Sam. A expressão amortecida de Bucky foi substituída por um olhar vazio de um horror vivido e revivido várias vezes. Ele puxou seus joelhos para o peito, escondendo a expressão surrada de Sam. Mas ele não disse para sair. Sam interpretou isso como um bom sinal e sentou-se no chão em frente a ele. Não perto suficiente para entrar em seu espaço pessoal, mas perto suficiente para ser capaz de alcançá-lo caso Bucky quisesse um gesto reconfortante. Não que ele fosse querer. Sam não conseguia pensar em algo assim. Mas Bucky parecia perdido e assombrado e, com certeza, ele não o deixaria sozinho.

Ele lutou por dentro por alguns momentos. Era difícil para Sam não dizer nada. Bucky ficou calado o tempo todo; como se ele quisesse que Sam não soubesse de algo. Quer conversar sobre isso? Era o que ele queria perguntar, mas já sabia a resposta. Bucky não queria falar sobre isso.

"Não faça isso", Bucky disse baixinho antes que Sam pudesse abrir sua boca.

"Não fazer o quê?", perguntou cuidadosamente.

Bucky não respondeu por alguns minutos; ele parecia estar focado em controlar sua respiração. E quando ela já estava quase profunda e uniforme, em vez de irregular e em pânico, ele falou:

"Eu não quero falar sobre isso", respondeu com hesitação, como se cada palavra custasse um grande esforço dele. Ele teve o cuidado de manter seu tom calmo e controlado, mas seus olhos... seus olhos o traíram, Sam pensou.

"Tudo bem", Sam respondeu.

Bucky olhou confuso para a resposta.

"O quê? Nenhum grande discurso sobre como é bom desabafar sobre tudo? Não vai dizer que pesadelos são normais depois de tudo que eu passei?", Bucky perguntou amargamente.

"Eu não sou um terapeuta, Bucky", Sam disse, balançando a cabeça "Nada do que do que você passou... nada sobre você é normal. Eu nem saberia por onde começar."

Bucky acenou com a cabeça e voltou a sua reflexão silenciosa.

Sam procurou por tópicos para conversar, descartando cada um que veio a ele. Era isso que ele fazia quando se sentia desconfortável; ele conversava, ria ou fazia piadas. Raramente sentia-se mais desconfortável do que isso... sentado em frente a um dos maiores assassinos do mundo enquanto esse assassino segurava um copo de whisky e guardava todo mal, toda a merda que ele já tinha visto, para si mesmo. Desconfortável era pouco para descrever.

Você Queria um Soldado (SamBucky)Onde histórias criam vida. Descubra agora