Capítulo 56

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Luara 🌻

Não era possível. Não, isso não era real. Era somente um sonho, quer dizer, um pesadelo. Íris abrir meus olhos, e nada nunca aconteceu.

Fechei meus olhos, abri, e nada mudou.

Eles ainda continuavam me olhando com um sorriso psicopata estampado no rosto.

Minha mãe tá viva.

Ela está parada na minha frente, me encarando com um olhar triste. Um olhar de arrependimento. Desviei nossos olhares, ainda desnorteada com tudo que aconteceu.

Como ela está viva? Eu a vi no caixão,  acompanhei seu enterro. Eu vi!

Carlos: Isso me deixou até mais alegre. - se sentou na cadeira, que ficava no topo da mesa. - Sente-se querida, não vai querer perder isso. - ela se sentou na cadeira livre ao seu lado. - Como você está, minha filha? Está gostando da hospedagem? - olhou para mim.

Permaneci calada, não esboçando nenhuma reação.

Carlos: Responda seu pai! - bateu com força mesa, fazendo com que os pratos e talheres fizesse barulho.

Luara: Você não é meu pai! - retruquei. - Nunca será. - riu sarcástico.

Carlos: Me esqueci que não sabia. Você é minha filha, Luara. Está na cara e estou surpreso por não ter descoberto antes, você é tão esperta.

Luara: Isso é mentira! O Adam é o meu pai!

Carlos: Você não tem nada da sua mãe, muito menos do Adam. Seus olhos, boca, cabelos, são meus. Herdou isso de mim, além da inteligência, é claro. Adam nunca foi inteligente como sou. - se gabou. - Eu que sou seu pai. - falou sério. - E não admito que me desrespeite!

Luara: Você não é e nunca será meu pai. - falei seca. - Nunca chegará aos pés do homem incrível que meu pai era, e fique sabendo que ninguém, pode ser até o papa, mas ninguém substituirá o Adam, o meu pai! - vi ele travar o maxilar, e se levantou rápido da mesa vindo na minha direção.

Laura: Carlos, não faça nada com ela!

Carlos: Fique na sua, não pedi sua opinião. - pegou no meu braço, me arrastando a força.

Tentei me soltar, mas falhei por está sem forças. Não me deram nada para comer desde que cheguei aqui. E pelo visto, estou sendo levada para um castigo.

Eu nunca iria deixar ninguém ofender o meu pai, não na minha frente. E daí se ele não é meu pai biológico? Foi ele que me criou, me ensinou tudo que sei, me deu casa, roupa, tudo!

Luara: Me larga! - tentei empurra-lo.

Carlos: Fica quieta, vadia! - puxou meus cabelos com tanta força, que gritei. - Cala a boca.

Continuou andando e me puxando junto, até ele abrir uma porta que dava acesso a umas escadas. Descemos, e o lugar era escuro, sujo e fedia muito, parecia um porão. Onde a Lara estava!

Quando chegamos no lugar, uma luz foi acessa por alguém e pude ver uma cena que pariu meu coração.

Minha irmã estava no chão, cheia de sangue e sua roupa estava rasgada.

Luara: Lara! - gritei, ia até ela mas me seguraram pela cintura. - Por favor, soltem ela!

Carlos: Pode amarrar. - falou para alguém.

O homem que estava me segurando, me colocou sentava na cadeira e passou cordas pelos meus pulsos.

Carlos: Vamos ver se você vai me respeitar a partir de agora. - passou os dedos nos lábios. - Ela gostosinha, não é? Meus homens parecem satisfeitos, certeza que fode bem.

Luara: Seu nojento! Ridículo! Solta ela, por favor. - falei em meio as lágrimas.

Era horrível olhar para minha irmã e vê-la naquele estado. Lara não merecia isso, e a culpa dela está nesse assim é minha. Tudo culpa minha!

Luara: Não! Não chegue perto dela, eu te imploro. - gritei, quando o Carlos se agachou ao lado da Lara. - Com ela não.

Carlos: Ela é tão linda. Igualzinha a sua mãe quando a conheci. - passou a mão na bochecha dela. - Se o Adam não tivesse roubado a Laura de mim, talvez ela pudesse ser minha filha. - se levantou. - Você sabe da história? Certamente que não. Você não deve saber de nada, nem mesmo de quem seu pai realmente era. Ou o seu noivinho te contou?

Luara: Porque está fazendo isso com a gente?

Carlos: Por tudo. Adam tirou de mim as coisas mais importantes da minha vida, você e sua mãe. Laura sempre foi o amor da minha vida e agora, a tenho só para mim, graças ao Adam.

Luara: O que?

Carlos: Tudo começou quando voltei para o Brasil. - se sentou em uma cadeira, um pouco afastada de mim. - Eu sempre vi fotos suas de longe, da sua mãe também. Quando a vi, soube de cara que era minha filha. Quando voltei para o Brasil, procurei sua mãe. Nós conversamos e ela admitiu. - minha respiração começou a ficar acelerada, e minha cabeça doía.

Isso não era verdade. Não podia ser.

Não, não, não.

Carlos: Só não contávamos que o Adam apareceria no hotel, onde estávamos. Ali, ele soube também que você não era filha dele, e atirou em sua mãe.

Luara: Meu pai nunca faria isso! Ele nunca mataria minha mãe.

Carlos: Também achei isso. - admitiu. - E tempo depois, tive a confirmação. Adam não matou a Laura, mas a protegeu. Ele sabia que eu tinha descoberto que ele fazia parte de uma facção, e sabia os riscos que sua mãe corria, porque ela tinha conhecimento do que ele fazia. Então, fingiu matar ela. Adam fazia parte da mesma facção do seu noivo. E antes dele morrer, fez o Tito prometer que cuidaria de você e da sua irmã. Nunca achou estranho os vapores dele estarem no local do tiroteio no trânsito? Ou ele saber seu nome sem ao menos perguntar?

Luara: Ele não faria isso. - sussurrei, mas ele ouviu.

Carlos: Pois fez e digo mais, ele contratou o Hugo para morar na mansão dos seus pais. Apesar de não gostar do meu genro, admito que foi uma bela jogada de mestre! Suborno, sempre funciona. - riu. - Tudo estava indo tão bem. Eu já tinha desestabilizado alguns dos aliados do Tito, e estava tudo pronto para você e a Alyssa virem para cá, porém, os vapores do Tito estavam naquele tiroteio no trânsito. Vocês no lugar certo, mas na hora errada.

Eu não conseguia mais falar, nem raciocíniar. Não acredito que o Renan não me contou sobre isso. Sobre me conhecer por causa que meu pai fazia parte da facção dele.

Carlos: Bom, acho que já contei tudo... Ah, ainda falta a falsificação do testamento, mas isso a vadia da sua irmã já tinha descoberto. - falou indiferente. - Acho que já falei demais. - se levantou. - Hoje, pra sua sorte, não vou fazer nada com sua irmã. - falou olhando nos meus olhos. - Mas se você me desrespeitar novamente, eu juro que vou torturar essa piranha da sua irmã até a morte. Entendeu? - assenti de leve. - Entendeu? - apertou forte minhas bochechas.

Luara: Sim.

Carlos: Ótimo! - sorriu satisfeito. - Por sua mal criação, ficará sem comer hoje. Levem-a de volta para o quarto. - ordenou.

Um dos seus homens, me desamarrou e me guiou de volta para aquele quarto nojento.

Assim que o cara fechou a porta, me deitei no colchão me encolhendo e rezei.

Rezei para esse pesadelo acabar logo.

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