Capítulo 66

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Lara 🌺

Me deitei ofegante na cama e engoli o seco. Breno saiu do banheiro, voltando pra cama se deitando ao meu lado.

BN: Amor. - me chamou e virei para olhar pra ele. - Não tá na hora da gente ter um pivete nosso? - suspirei.

Foi difícil pra mim superar tudo que havia acontecido. Todas as noites sentia as mãos pesadas daquele homem passearem no meu corpo. Foram dois anos de terapia, até enfim, estar totalmente recuperada.

Nesse meio tempo necessitei muito não só do apoio do Breno mas também da minha família, amigos e dos meus filhos.

Lívia e Leonardo pra mim são sim meus filhos e aí de quem me contrariar. Podem não ter saído de mim mas eu que os criei e dei tudo aquilo que precisavam.

Entrei em um curso de arquitetura e ainda não tinha o finalizado, por isso, o assunto de engravidar havia ficado de lado, mas sempre era relembrado pelo Breno. Não que eu não queira ter mais filhos, só ainda não me sinto pronta pra ser mãe de mais uma criança.

Lara: Já falamos sobre isso.

BN: Coé morena. - me puxou para deitar no peito dele. - Tô ligado que tu quer terminar tua faculdade, arrumar um emprego e tal, mas porra vai demorar ainda e quero ter um pivete contigo.

Lara: Nós já temos, Breno. Dois, ainda por cima.

BN: Você entendeu. - ri. - Acho foda pra caralho esse teu bagulho com os meus filhos e quero que isso fique ainda mais forte com um filho nosso, entende? - levantei minha cabeça, e olhei séria pra ele.

Lara: O que falei sobre se referir ao Léo e a Lívia só como seus filhos? Poxa, eles são meus também!

BN: Desculpa. - riu, beijando a minha bochecha. - Nunca mais faço isso, minha deusa.

Lara: Bom mesmo. - empurrei o rosto dele pro lado.

Ouvi batidas na porta e logo ela foi aberta. Puxei o lençol pra cima para cobrir meus seios que estavam descobertos.

BN: O que estão fazendo acordados a essa hora? - perguntou, se cobrindo também.

Peguei uma camisa do Breno, que estava jogada no chão e vesti rápido.

Lívia: Eu tive um pesadelo. - falou chorosa, vindo na minha direção.

Coloquei ela deitada na cama e beijei sua testa.

Lara: Calma meu amor. Está tudo bem, agora!

BN: E você? - olhou pro Léo, que estava em pé nos observando.

Leonardo: Lívia tava com medo do escuro e vim deixar ela aqui. - respondeu. - Posso ficar aqui também?

BN: Tá com medo do escuro também?

Leonardo: Não. Só não queria dormir sozinho no quarto.

Lara: É claro que você pode ficar aqui, filho. Vem deitar aqui.

Afastei um pouco pro lado e ele se deitou entre a Lívia e o Breno.

Peguei o controle ligando a TV, procurando algum filme de animação para assistir. Coloquei Hotel Transilvânia, e ficamos assistindo até as crianças pegarem no sono.

••••••

No outro dia, me levantei e tomei um banho com a Lívia. Sai do banheiro, e o Breno entrou com o Léo. Terminei de me vesti e desci para tomar café.

Nós tínhamos ficado em Búzios e só voltaríamos para casa mais tarde. Minha irmã e o Tito tinham ido para o Jalapão com os meus sobrinhos. Seria uma lua me mel/viagem em família.

Me sentei na cadeira ao lado da Allana, que estava com a cabeça baixa.

Lara: Tudo bem, Lana? - passei a mão nas costas dela.

Allana: Não. - levantou a cabeça. - Tô tão enjoada, que quase desmaiei.

Allana tinha descoberto a gravidez mês passado, o que a deixou bastante feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz porque teria um filho com o homem que ama, e por sinal, meu cunhado amou a notícia. Triste pela mãe dela não ter a chance de conhecer o neto (a), já que a mesma faleceu ano passado.

Ana: No começo é assim mesmo, Allana. Os três primeiros meses são os piores, mas depois passa.

RK: Toma preta. - entrou um copo a ela. - É água de côco, ajuda a passar o enjoo. - se sentou ao lado dela. - Minha mãe que disse.

Allana: Obrigada amor, mas não sei se quero. - fez careta, empurrando pra longe o copo.

Solange: Bebe minha linda, vai te fazer bem! - sorriu.

Laura: Ajuda mesmo, Allana. - falou.

Ela suspirou bebendo um pouco da água.

Lívia: Mamãe, eu quero bolo. - apontou para o bolo que tinha sobrado do casamento, que tava cima da mesa.

Peguei a faca, cortei um pedaço colocando em um prato e entreguei a ela.

Lara: Cuidado pra não sujar a roupa.

Lívia: Obrigada mãe! - sorriu indo pro sofá.

Allana: Aí, não dá. - se levantou correndo pro banheiro e o RK foi atrás dela.

E esse também é mais um dos motivos, não mencionados na conversa minha e do Breno, que ainda não estou pronta para passar.

Breno e Leonardo se aproximaram se sentando nas cadeiras onde o Raick e a Allana estavam.

BN: Bolo. - cortou um pedaço e comeu. - Carai, tá mó gostoso isso.

E ainda dizem que é o Léo que se parece mais com Breno.

Lara: Você quer comer alguma coisa, filho?

Leonardo: Pão com mortadela. - ri.

Lara: Tudo bem. - preparei e entreguei a ele. - Quer suco ou café?

Leonardo: Café. - respondeu e coloquei café em uma xícara. - Obrigado!

Terminei de tomar meu café e fui ajudar minha mãe a lavar a louça.

••••••

Mais tarde já estávamos indo embora, quando o Menor recebeu uma ligação do Tito pedindo pra gente não voltar agora pro morro.

Estranhei, até porque o combinado seria de ficarmos aqui só até hoje, não estava programado para ficarmos mais tempo.

Breno passou a mão na cabeça e me aproximei dele.

Lara: O que tá acontecendo?

BN: Nada, Lara. - suspirou fundo. - Nada pra você se preocupar.

Lara: Eu já tô preocupada, Breno. - falei entre os dentes. - O que está acontecendo? - encarei ele séria.

BN: Não sabemos ao certo, mas podem estar querendo invadir o morro e como estamos fora, se torna tudo mais fácil já que não tem ninguém pra comandar a porra da operação. - passou a mão no cabelo.

Lara: Invasão? De quem? Achei que não tivessem mais inimigos tão perigosos assim. - cruzei os braços

BN: Também achávamos isso. - suspirei. - Vamos ter que ficar mais um tempo aqui. Tito e Luara vai adiantar os bagulhos e amanhã mesmo estão de volta.

Lara: Então é sério mesmo. - ele assentiu. - Nunca vamos ter um minuto de paz?

BN: Me perguntou isso todo dia. - me abraçou.

Só espero que desse vez ninguém se machuque, principalmente, as crianças.

.......

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