Capítulo 3

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Menor 🍁

Me levantei da cama indo direto pro banheiro. Tirei a camisinha e dei um nó, jogando no lixo.

Tomei um banho voado, e sai vestindo a mesma roupa.

Felipa: Achei que ia ficar. - disse toda manhosa, revirei os olhos ignorando ela. - Fala comigo, Ícaro.

Menor: Quem tu acha que é pra tá me chamando pelo meu nome? Por acaso te dei liberdade?

Felipa: Achei que a gente tivesse algo e que...

Menor: Achou errado, otária.

Felipa: Então, porque sempre me procura? - perguntou irritadinha. - Não sou seu brinquedo!

Menor: Na moral, também nem sei o porquê. Tu nem fode bem.

Felipa: Seu filho da puta, seu... - se calou assim que apontei minha arma pra ela.

Menor: Fala assim da minha mãe de novo que acabo com a tua raça, vadia. - gritei.

Felipa: Vai... vai embora. - disse com a voz trêmula.

Vesti minha camisa saindo do barraco dela. Montei na minha moto partindo pra minha goma.

Fico puto quando alguém fala da minha mãe, mesmo que for sem intenção. Mas quando alguém se refere a ela daquele jeito, não me controlo.

Ela morreu faz alguns anos. O motivo? Nem eu sei. Apenas tava voltando do trabalho, quando foi acertada por uma bala perdida que saiu da arma de um verme.

O que mais me deu raiva foi ter ouvido do cana falar "O tiro foi precipitado." Precipitado, meu pau.

Uma mulher preta, favelada, que se matava de trabalhar só pra dar uma boa vida ao filho, foi morta assim, do nada.

Enfim, matei o verme.

Já fazia parte do tráfico, mas ela não sabia. Só assim pra ela não se decepcionar mais ainda comigo.

O Tito sempre foi meu parceiro, já conhecia ele desde das peladas que a gente jogava quando moleque. Virei sub dele por acaso. O cara que ocupava esse posição, cresceu os olhos e quis aprontar pra cima dele. Saquei logo a parada e contei.

Senti mó bagulho ruim no peito quando meu irmão foi preso, foi foda.

Entrei em casa e fui logo pro meu quarto. Senti um cheiro de perfume barato e percebi que era minha camisa. Tirei e joguei pelo quarto indo pro banheiro tomar um banho mais demorado.

Quando sai escutei vozes lá em baixo, conhecia bem de quem era. RK e BN. Porra, esses caras não trabalham não?

Vesti uma roupa qualquer descendo as escadas vendo eles sentados no sofá, comendo pipoca e bebendo cerveja.

Menor: Coé seus folgados. 'Cês não tem trabalho não?

RK: Tito liberou nós. - levantei uma sombrancelha. - Papo reto, pô.

BN: Ele vai fazer uma reunião ai com uns caras e quer que tu vá lá pra boca.

Menor: Já tinha até me esquecido desse bagulho. - me sentei no outro sofá. - Porra Breno, tira esse pé sujo do meu sofá.

BN: Vai tomar no cu, pô.

RK: Tá estressadinho? - me olhou.

BN: Sabe o que isso? Falta de uma boa transa. - disse de boca cheia.

RK: Parece que ele não é o único. - resmungou.

BN: Tá insinuando o que?

O Dono do PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora