— Dois waffles de frutas vermelhas e dois cafés saindo – Cameron colocou dois pratos e duas xícaras sobre a mesa externa que eles compartilhavam no café. Ele conferiu as horas no celular. – Oito minutos para as sete da manhã e, olha que legal, ninguém ao nosso redor porque somos os primeiros clientes de hoje. Isso é discreto o suficiente pra você?
Nadine não conseguiu não revirar os olhos para o sorriso idiota no rosto dele, e é claro que essa era exatamente a deixa pela qual Cameron estava esperando.
— Oh, meu Deus, Cameron, me empresta a sua blusa! Será que alguém viu alguma coisa? Eu não quero ser responsável pelo trauma sexual de uma criança! – ele imitou a voz dela de uma forma irritantemente engraçada.
— Eu não tenho culpa se transar em locais públicos e ser flagrado por uma família faz parte dos seus fetiches, mas não faz parte dos meus.
— Nadine, não tinha luz o suficiente nem pra que eu conseguisse ver que tinha alguém na praia além da gente. Eu nem mesmo tinha ouvido a voz deles de tão longe que eles estavam.
— Mas eu ouvi! – ela protestou. E então alguma ideia cortou a máquina veloz que era a sua mente e Cameron viu as bochechas de Nadine corarem. – Espera aí, não tinha luz o suficiente pra você ver nada?
Cameron sorriu, sem saber se porque estava achando isso bonitinho ou atraente. Ou os dois.
— Eu vi você muito bem, se é isso que você tá perguntando.
Nadine disfarçou um sorriso por trás da xícara de café enquanto dava o primeiro gole da manhã. De repente, sua atenção foi atraída pela tela acesa e pelo toque de telefone do celular de Cameron, pousado em cima da mesa.
— Desculpa – Ela fez uma careta de vergonha e virou o rosto para o outro lado. – Eu vi o nome sem querer. Não foi minha intenção.
Cameron suspirou quando leu Amanda piscando na sua tela. Sem pressa alguma, deixou o celular tocar até a pessoa do outro lado da linha desistir de conversar enquanto desfrutava da sua própria xícara de café.
Nadine comprimiu os lábios, tentando evitar que qualquer palavra que não fosse bem-vinda escapasse. Mas sua curiosidade era mais forte que ela e estava estampada em cada centímetro do seu rosto.
— É a minha chefe. – Cameron explicou e então desbloqueou a tela do celular. – E, pelo visto... Não é a primeira vez que ela tenta falar comigo desde ontem. E nem a do meu gerente.
— E você não vai retornar?
— Não é nada demais. A essa altura, eles só devem achar que eu larguei meu emprego.
Nadine arregalou os olhos e quase engasgou com o café.
— Cameron – ela tossiu. – Isso é por minha culpa? Pode dizer pra eles que fui eu quem te convenceu a sair do bar ontem. Você não precisa arriscar seu trabalho desse jeito.
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12 horas
RomanceMuito se fala sobre o amor duradouro. É compreensível: no mundo das relações líquidas, em que a moda muda a cada estação e o capitalismo te convence que aquele celular que você dividiu em trinta e seis prestações já não é assim tão legal, as pessoas...