1.

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"Sorry if i'm up and down a lot
Sorry that I think that i'm enough
And sorry if I say sorry way too much..."

**

"Olha, solta isso, por favor. Eu te imploro!" Falo com a voz mansa, ouvindo meu batimento cardíaco nos meus ouvidos.

Eu engulo seco, tentando controlar minha respiração enquanto levanto minhas mãos em sinal de rendição.

"Por favor, é só você soltar..." Falo com a voz mais mansa ainda para não assustar ele.

Ele inclina a cabeça, parecendo que está entendendo o que eu estou falando e finalmente vem delicadamente na minha direção.

Só preciso não fazer movimentos bruscos.

Quando eu olho para ele, seus olhos estão observando os meus com cuidado e eu suspiro quando vejo ele abrir a boca e balançar a língua rapidamente.

Ele apenas me encara com seus olhos enormes e azuis, pupilas dilatadas e nariz pequenininho.

"Pelo amor de Deus, Francisco!" Eu bufo, correndo para pegar minha nota de R$50,00 do chão.

Aponto a nota pra ele. "Quantas vezes já falei isso? Minhas coisas não são comida, muito menos dinheiro!"

Eu juro que esse gato vai me dar cabelos brancos antes dos 25 anos de idade.

Chico apenas joga sua bunda gorda no chão, me olhando com tédio e levando a pata direita na direção da boca, igual faz sempre.

Eu juro que se ele não fosse o único amor da minha vida, ele estaria ferrado agora.

Lanço a ele um olhar bravo, que não dura muito tempo.

"Você tem muita sorte. Eu poderia ficar sem dar aquele sachê de sardinha que você gosta, só pra você aprender a ser um gato mais educado."

Até o Chico me olha como se soubesse que estou mentindo.

Eu morreria de fome se isso fosse garantir que ele ia poder comer o sachê dele.

Meu sermão é interrompido pelo toque alto do meu celular em cima do sofá. Guardo o dinheiro no meu bolso, me levantando e pegando meu celular.

Vejo o nome do Erick no visor e já imagino o que ele vai me dizer.

"Olha, só te liguei pra confirmar que você vem hoje. Você vem, né?" Ele é direto, falando com um tom de voz que não está me perguntando, mas na verdade me obrigando.

Poxa Erick, pensei que tínhamos passado dessa fase.

Eu suspiro, esfregando meus olhos. "Oi pra você também... Olha, eu sei que você realmente quer que eu vá, mas você sabe que não que-"

"Catarina Rodrigues você não vai ficar em casa com seu gato assistindo Gossip Girl pela vigésima vez, eu vou te arrastar pra lá, não importa como, mas vou.

Eu suspiro revirando os olhos e a voz do Erick ecoa pelo telefone de volta. "Eu sei que você revirou os olhos."

Ainda estou tentando descobrir como Erick consegue ser uma das únicas pessoas a arrancar algum tipo de alegria de dentro de mim desde o ano passado. Acho que é porque ele é tão incrível que é irritante, e ele também tem essa maldita persistência e teimosia que me fazem ficar doida.

Ele é extremamente persistente em se importar comigo e me pressiona a fazer mais do que ficar trancada na minha casa.

Acabei aprendendo ao longo dos anos que você não pode confiar 100% nas pessoas, elas sempre vão te machucar. Mas Erick é um caso a parte, eu confio nele mesmo se eu estivesse venda na beira de um penhasco, dependendo só dele para andar.

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