13.

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Cheguei no Inferno.

Eu sabia que eu ia chegar aqui um dia, só não sabia que ia ser hoje.

"Dança comigo"

"Prefiro desmaiar"

"Para de ser dramática"

"Não é drama, sério, é só bater com aquele taco de sinuca na minha cabeça com força!"

"Dança comigo" Lennon pede novamente, parando na minha frente onde eu tinha grudado meus pés no chão e quase me jogando igual um peso morto para evitar de me mexer.

"Tá bom. Estou dançando – feliz?" Eu digo cruzando meus braços sobre o peito e olhando para ele, Lennon me dá uma olhada e franze as sobrancelhas.

"Você tá parada Catarina"

"É uma dança diferente, na minha cabeça eu tô fazendo quadradinho agora"

Lennon franze os lábios, passando a língua pelo interior da bochecha com as sobrancelhas franzidas.

Estou irritando ele? Espero que sim.

Ele bufa, se virando sem dizer uma palavra e caminha em direção ao bar;  parando na frente dele e gesticulando para um dos bartenders, e diz algo para ele.

Eu observando o barman colocar vários copos cheios em uma bandeja; e Lennon paga por isso, pegando a bandeja e voltando em minha direção.

Eu olho para as seis doses na bandeja; apenas para agora olhar para Lennon em estado de choque quando ele pega três deles, um por um e os engole de uma vez.

"O que você está fazendo?" Eu pergunto, franzindo minhas sobrancelhas enquanto vejo ele tossir.

Lennon estende a bandeja para mim, olhando para as três doses restantes e de volta para o meu rosto.

"É tequila"

"Tequila não vai me fazer dançar" Eu argumento.

Tequila poderia me fazer dançar em cima da mesa de sinuca, mas eu precisaria de muito mais do que três doses.

"Não achei que fosse" Ele diz e eu levanto uma sobrancelha para ele. 

"Por que você resolveu beber agora? Você não bebeu a noite toda – você não tá dirigindo?"

“Eu vou pedir um uber pra nós dois e pegar meu carro amanhã, agora é só beber” Ele explica lentamente.

Acho que ele está conseguindo me convencer.

Mesmo que eu não confie em tudo o que ele está tramando, de qualquer forma eu sei que se eu beber não vou ficar tão insuportável igual estou a noite toda.

Ele me dá um sorriso satisfeito enquanto me observa pegar a tequila e virar pra dentro, tossindo e fazendo uma careta com o gosto.

Eu odeio esse gosto.

Devido ao meu histórico familiar eu tomo sempre muito cuidado com bebidas, só bebo em festas ou em situações como essa, mas acho que tenho a sorte de ser uma pessoa forte e resistente para bebida, já que até agora estou levando minha vida normalmente – bom, tentando né.

Coloco o último copo vazio na bandeja, limpando a boca com as costas da mão e Lennon apenas parece satisfeito, colocando a bandeja em uma mesa perto de nós e pegando uma cadeira no caminho de volta para mim; colocando ela atrás de mim com um sorriso doce.

Eu fico lá dando a ele um olhar suspeito. "Porque você pegou a cadeira?"

Ele me dá aquele sorriso doce inocente de novo e agora eu sei que realmente deveria estar preocupada.

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