MOTIVOS | L7NNON |

19.

P.O.V LENNON

Erick vai ficar puto comigo mas... eu lido com isso depois.

Eu não sabia o que pensar quando atendi seu celular, ele deixou na bancada da cozinha quando foi tomar banho e eu não tinha ideia de quem estaria ligando para ele às 23h da noite, mas achei que provavelmente era importante.

Acontece que era muito importante.

Não queria esperar até que ele saísse do banho, precisava ir logo. Assim que ouvi a voz do Barman e ele disse que Catarina estava lá sozinha, senti meu estômago embrulhar.

Eu conseguia ouvir como ela estava bêbada no fundo da ligação.

Eu disse a ele que estava saindo para ir buscar ela, pra ele ficar de olho nela e cuidar pra que ela não sumisse dali.

Eu fico aliviado de saber que ela está lá e que Luan está cuidando dela, ele parece ser legal, bom, percebi isso nas vezes que fui lá – e sei também que as seguranças são muito cuidadosas e ligadas especialmente com o bem estar das meninas.

Sei disso porque na dormi com uma delas – Mas foi uma coisa única quando comecei a frequentar aquele bar quando me mudei para cá, há um mês. Eu costumava sair muito e me divertir quando eu morava no Rio, e não mudou quando me mudei pra Gramado.

Geralmente é um lance casual quando se trata de mim, às vezes mais de uma vez, mas nada sério.

Monogamia simplesmente não é para mim mais, pelo menos não agora. Meu casamento terminou pior do que um acidente de carro em chamas e a última coisa que eu quero é passar por algo assim de novo.

Mas isso não significa que eu não me importo ou não respeito as pessoas com quem eu saio – Na verdade, eu me importo muito, é por isso que sou sempre sincero, não menti para as pessoas nem escondo que é uma coisa de uma noite e é isso.

Eu odeio mentiras.

Eu sei que Catarina pensa que eu sou um cachorro, e para ser honesto, eu meio que sou.

Mas sou um cachorro sincero.

E, além disso, não há nada de errado com diversão inofensiva entre adultos consentindo - bom, a menos que seja aquela garota de hoje, então é apenas um grande problema.

Não valeu a pena, a breve diversão não fez valer a porra a dor de cabeça depois – e nem aquele tapa na cara.

Especialmente com o jeito que ela começou a fazer piadas sobre Catarina, aquilo foi a gota d'água pra mim.

Falando em Catarina, ela parecia bem quando vi ela hoje mais cedo.

Bom, parecia que ela queria dar um chute na minha cara, mas essa é a nossa dinâmica de sempre pelo visto.

O que aconteceu agora?

Será que ela me contaria?

Prometi a ela que não falaria sobre aquilo de novo, e não vou, mas não significa que não fiquei louco tentando descobrir o que realmente aconteceu com ela.

Eu não consigo entender essa garota, mas eu realmente quero.

Desde o segundo que ela abriu a porta do quarto e se fingiu se cega, me peguei absolutamente preso nela; nunca na minha vida conheci alguém igual ela.

Eu nunca tive que lutar contra uma gargalhada tão forte no meio de um boquete na minha vida inteira.

Ela também não me decepcionou quando finalmente falei com ela – bom, fiquei mais intrigado ainda com ela.