Life is a dynamite

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Runch_Randa621: Escrever esta história não teria sido possível sem o apoio e o incentivo do NJFS para que eu não declarasse a minha aposentadoria e desistisse de vez da escrita.

Agradeço também a ADM que insistiu para que eu entrasse no projeto (ksks), e também ao meu pai que sempre me falou dos anos 70/80 (como eu queria ter nascido nessa época ksks).

Espero que gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever <3

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Caía a noite; uma calma e quente noite de verão, algo pouco comum para a grande e cinzenta cidade de Londres. Sentado em uma das poltronas marrom-clara da enorme sala da casa, estava um homem que sentia o vento entrar pela janela e tocar-lhe o rosto, enquanto a noite caía rapidamente. A mulher sentada ao seu lado tricotava perguntando se ele gostaria de casar-se com a filha de uma de suas amigas; perguntar talvez não fosse bem a palavra. Estavam os dois lado a lado, o homem vendo um noticiário na TV em preto e branco – o modelo mais avançado até aquele ano de 1960. A noite estava silenciosa, perturbada apenas pelas mariposas que voavam em círculos pelo ar úmido, atraídas pela lâmpada acesa.

— O que você disse?

— Se você quer se casar, Namjoon.

O homem apertou o maxilar enquanto anotava algo em sua caderneta. Era difícil dizer quando sua tia estava brincando consigo. Às vezes ele não tinha certeza se ela mesmo sabia.

— Fizeram-me a proposta hoje — ela logo disse, com um aparente entusiasmo. — Pensei que você poderia gostar de saber.

— Quem propôs?

— A família Lyons. Eles têm uma filha que completou 20 anos há alguns meses. Uma jovem chamada Suzy Lyons. Você se lembra dela? Ela passou os últimos dois anos estudando em Oxford.

A família Lyons era uma das famílias mais ricas da cidade, ele sabia. E sua herdeira, Suzy Lyons, uma moça de invejável beleza, era alguém a quem Namjoon tinha visto uma ou duas vezes em algum festival. Tirando o nome de família rica, ela não lhe causou qualquer impressão. Ele praguejou, derrubando tinta sobre a folha na qual escrevia. A tinta preta se espalhou sobre o papel branco como uma mancha de mau agouro.

Nos últimos anos, a prática de arranjar casamentos tornou-se cada vez menos frequente.

— E por que eu?

— Eu não faço ideia. Tudo o que eu sei é que eles me perguntaram se eu tinha um sobrinho maior de idade, e se ele já era comprometido.

— Bom, em todo caso, eu não quero. — Namjoon esfregou com força a tinta sobre a folha, como se ele pudesse limpar o assunto daquela conversa.

Como esperado, a reação de sua tia foi exatamente a que ele previra.

— Como assim? Como você pode não aceitar? Você terá amor e filhos, terá uma casa grande e roupas chiques em todos os dias da sua vida. Pense em todos os benefícios que você pode ter.

— Nós não estamos pobres ainda, tia — Namjoon argumentou, franzindo o cenho.

— Mas a herança de seu tio Yoseph não vai durar para sempre. E eu não vou parar na cadeia pelas dívidas!

— Então trabalhe, tia. Não é isso o que a senhora diz? O trabalho dignifica o homem, traz pão a sua mesa e do suor do seu rosto vem a alegria e satisfação do dever cumprido?!

O olhar de sua tia foi penetrante e duro.

— Como ousa? Depois de tudo o que eu fiz por você!

— Tia, não comece — ele disse e levantou-se do sofá. Assim que ele saiu da sala, seu primo o agarrou. Ele o estava esperando do lado de fora e lhe deu um enorme susto com o seu surgimento repentino.

Eu, você e um cadillac vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora