Can't you hear me knocking

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Runch_Randa621: Boa tarde; boa noite.

E aqui cavei minha cova ksksks

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Yoojin os analisava, o olhar cheio de ódio e nojo. Por várias vezes, Namjoon fantasiava sobre o que aconteceria a eles se ambos fossem descobertos em seu segredo, sobre os sentimentos que carregavam um pelo outro. Mas nenhuma de suas fantasias o havia preparado para aquele momento que vivia agora.

O rosto de Yoojin endureceu a cada minuto enquanto Seokjin e ele se encontravam parados do outro lado do quarto. Em outras circunstâncias, teria sido engraçado vê-los ali, molhados, de cabeça baixa, Namjoon apenas com um roupão de banho enquanto via o olhar descrente e ouvia todos os sermões e berros da tia. 

Pena que não era. Era um ultraje estar ali, tomando lugar junto de Seokjin, sendo xingados e humilhados como uma dupla perniciosa aos olhos dela, e até mesmo de Taehyung. Mas que diabos ele fazia ali?! Do fundo do coração, Namjoon o amaldiçoou se acaso ele tivesse lhes dedurado para ela.

— Como você pôde Namjoon? Me envergonhar dessa maneira! Falei com seu professor apenas há alguns minutos. E sabe o que ele me disse?

Namjoon sentiu o sangue lhe fugir das veias. "Idiota, idiota!" Era o que ele pensava. Agora, só conseguia morder o lábio enquanto tentava não encarar ninguém.

— Disse que você pichou os muros da casa dele. Isso é um absurdo!

— Deve haver algum engano — Namjoon sussurrou, então ouviu a risada cínica da mulher ecoar pelo cômodo.

— Será mesmo? Então o que sua mochila fazia lá nos arredores da casa dele? Ele me contou que o viu fugindo após pintar sua casa com uma mistura psicodélica de frases em néon, de homens e mulheres trocando carícias, bandeirinhas coloridas e órgãos sexuais masculinos de tamanhos e formas variadas.

Com aquilo, Namjoon poderia ter rido. Mas ao encontrar o olhar fulminante e incrédulo da tia, não conseguiu.

— E qual o problema com isso? — foi Seokjin quem falou, para a surpresa de todos. — Sei que esse pode não ser o melhor exemplo, mas esse foi apenas o modo que os jovens encontraram para dizer: "Nós somos quem somos, e só queremos ser aceitos", e eu entendo eles. Entendo a ira, a revolta deles. — Seokjin levantou-se ante o olhar confuso de Yoojin. — É comum que os professores e gestores de instituições educacionais afirmem que não há estudantes homossexuais na escola e que, por isso, não há razão para trabalhar o tema. Mas o argumento é frágil por dois motivos. — ele levantou dois dedos. — Um: — agora ele só mostrava um — o tema se justifica por si só. O respeito e o combate à injúria aos homossexuais são questões que precisam ser abordadas para promover uma sociedade mais justa. E dois: — mostrava dois dedos novamente — achar que não existem garotos que gostem de garotos ou garotas que gostem de garotas não significa que eles não estejam ali. Ninguém é obrigado a dar atestado de sexualidade. Toda instituição de ensino tem essas pessoas, só que ninguém é corajoso o suficiente para dizer.

A vergonha subiu ao rosto vermelho de Yoojin.

— Seokjin, não ouse dizer que você... 

— Que eu o quê? Que eu gosto de homens, e que para mim essa é a verdadeira face da felicidade?! — disse ele, e era como se um peso enorme tivesse sido retirado das suas costas. — Por que a senhora acha que meus pais se mudaram para a França? Foi por você! Por sua causa! Que sempre foi tão tirana. E eu já não aguentava mais guardar este segredo que há tanto tempo me corroía e me escravizava a alma e fazia meu coração transbordar em lágrimas por medo e vergonha de me assumir. Mas quer saber? Eu não preciso ter vergonha disso. A única coisa vergonhosa em gostar de pessoas do mesmo sexo é a forma como algumas pessoas tratam isso quando descobrem. Eu sinto, eu amo, eu sou humano, e nesse momento eu amo Namjoon — disse e esticou o braço, agarrando a mão quente de Namjoon. — O quanto isso pode ser errado?

Eu, você e um cadillac vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora