Start over

212 40 42
                                    

Runch_Randa621: Oi, oi.

E aqui chegamos ao final de "Eu, você e um cadillac vermelho". Agradeço a todos que acompanharam a história, que acompanharam a tragédia de amor desses dois e torceram por eles ksksks.

Enfim, espero que possam aproveitar este capítulo e continuar a visitar o perfil para mais histórias. No mais, aproveitem a leitura! (. ❛ ᴗ ❛.)

─────────────⚖─────────────

O ano era 1969.

Os luminosos raios solares ainda podiam ser vistos mesmo por trás de suas pálpebras fechadas. O barulho da euforia e a cadência ritmada das notas tocadas nas guitarras penetravam fortemente seus ouvidos.

Era fim da década de 60.

O fim daquela década era agraciada com aquele verão típico e fabuloso. A década de 60 havia sido uma época de ouro para ele, que via ali, naquele palco, Jefferson Airplane animar o festival de Woodstock na cidadezinha de Bethel, próxima à Nova York. Sua mente, porém, estava muito longe dali.

Aquela década havia sido uma época de ouro, ele não negava; uma época de cultura, de avanços tecnológicos e também de mudanças comportamentais. Os tempos, assim como a mente das pessoas, eram outros agora. Novas promessas, novas conquistas, novos sonhos, novas esperanças de um futuro novo a ser compartilhado pela humanidade.

Ali, sentado tranquilamente — ou o máximo que podia — numa cadeira de praia em meio à multidão de pessoas, Seokjin assistia ao festival. Mas, enquanto estava sentado ali, ele questionava-se sobre o que fazer.

Fazia três anos que havia se mudado para o East Village, em Nova York, onde agora procurava cultivar novos sonhos, novos desejos e novas amizades. Ele tragou o cigarro que segurava entre os dedos, vendo o desenrolar das cenas entre os casais que passavam por ali; namoros que se fazem e se desfazem, e se refazem novamente.

Ele percebeu que já devia estar absorto há algum tempo, pois o homem ao seu lado lhe falou algo por cima das vozes que gritavam.

— O que disse? — ele perguntou.

— Disse que vou pegar uma cerveja. Você quer uma? — perguntou Kyle, um vizinho seu de descendência lusitana, o qual aceitou acompanhá-lo até aquele festival. Kyle era um homem na faixa dos 29 anos e que às vezes roubava seu cadillac e o levava para dar uma volta pelas ruas até o cais da cidade a cem por hora.

— Uma cerveja Pilsen — ele disse, parecia absurdamente cansado, Kyle percebeu.

— Você não está gostando daqui? — ele perguntou com desconfiança.

— Estou sim — respondeu Seokjin e recostou-se na cadeira o mais confortavelmente possível, dando mais um trago no cigarro.

— Não, não está. Eu te conheço, Jin. Por que você não para de se lamentar e tenta se divertir um pouco? Ou talvez, se quiser, podemos ir a um lugar mais reservado — completou numa proposta óbvia.

Seokjin tentou esconder o enjoo súbito que sentiu.

— Eu não estou me lamentando.

Os olhos verdes de Kyle pairavam sobre o outro, avaliando-lhe o semblante enquanto tentava lhe interpretar as nuances. Fazia algumas semanas que haviam começado um relacionamento que, mesmo próximo, era longínquo em afeição e seriedade. Saciavam seus corpos nos momentos de carência, e mesmo Kyle querendo algo mais sério, sabia que não existia amarra sentimental ou emocional que prendesse Seokjin a lugares ou a relacionamentos duradouros.

Eu, você e um cadillac vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora