Pelle Nohrmann - Garoto-Formiga: FOOLS

394 17 3
                                    

O imagine abaixo foi dividido em duas partes, sendo a segunda retratada no tempo presente, quando S/N e Pelle já são adultos. Boa leitura!

Um pedido de: JuliaBeatriz257

Eu estava encostado à parede de um prédio qualquer, o vento frio da rua soprando de forma um tanto irritante e me obrigando a erguer a gola do sobretudo preto.

Mesmo que o frio fosse bem-vindo em alguns momentos, nesse dia eu gostaria de estar aquecido no calor da minha casa, sem precisar estar na rua àquela hora.

No entanto, fazer uma patrulha à paisana era necessário às vezes, e era por isso que eu estava ali.

Fui até a cafeteria mais próxima e pedi um café forte, o que costumava me ajudar a manter o foco, ou melhor, me manter acordado.

Na última semana, não havia conseguido dormir direito um sequer, e mesmo que fosse por uma boa causa, às vezes me sentia sobrecarregado.

De repente, o vento gelado trouxe consigo o cheiro de pipoca caramelizada. Não havia percebido que estava com fome até ouvir meu estômago roncar, neste exato momento.

Virei-me em direção ao aroma, e encontrei uma barraca, idêntica a que eu costumava encontrar nas ruas quando era criança.

A nostalgia foi um sentimento agradável, mas eu tinha certeza de que a sensação de um estômago cheio seria melhor ainda. Por isso, me aproximei, entrando no fim da fila.

Havia poucas pessoas ali. Estava distraído pensando em que sabor iria escolher, quando vi alguém estranhamente familiar quase à minha frente.

Era uma garota, cujas feições suaves se mantinham em uma expressão fechada e séria. Ela batia o pé no chão, como se estivesse impaciente, mas não parecia inclinada a fazer reclamações.

E então, quando sua vez chegou, o homem que estava atendendo, não perdeu tempo ao tentar um flerte.

Pude ouvi-la bufar, enquanto o pipoqueiro, que devia ter por volta de uns 30 anos, tentava a sorte com ela:

— Então, moça, você vem sempre aqui?

— Acho que se eu viesse sempre você já me conheceria.

Estranhamente, eu estava em um misto de emoções. Tentava lembrar de onde a conhecia, mas parecia ser uma lembrança muito distante.

— De fato, uma beleza como a sua jamais passaria despercebida. — o homem piscou um olho.

Surpreendentemente, a mulher riu, mas não como se estivesse fazendo charminho, e sim como se estivesse achando graça dele.

— Senhor, eu só queria a pipoca. Não suas cantadas, mas agradeço o bom gosto.

Ao ouvir sua resposta, fui eu quem teve que conter o riso. Tossi para evitar gargalhar, e assim não acabar com a fama de cara intrometido na conversa alheia.

O homem ficou completamente sem graça, e entregou a pipoca à ela. Que o pagou e apressadamente se afastou.

Contudo, antes que pudesse ir embora, virou-se para mim.

O rosto dela, como eu já havia visto de relance, era de fato bonito. No entanto, ao vê-lo diretamente virado para mim, o reconhecimento me acertou como uma tijolada na cabeça.

É claro que eu a conhecia. Ela fora uma das minhas primeiras amigas quando criança, alguém com quem eu vinha sonhando.

— S/N? — falei em voz alta, incrédulo e com expressão de idiota.

Sensações {Imagines}Onde histórias criam vida. Descubra agora