nothing is fake || moonsun

XII: Tilápia Fora de Hora

Notas

oi gente, sentiram minha falta? nao? que pena pois eu voltei cheia de ideias mirabolantes que voces vao ler

pois bem voltei de uma pausa ENORME, mas acho que agora voltei de vez. eu escrevi esse cap bem rápido e me diverti bastante, espero que gostem!

ps: dedico esse cap para a sabrina que eh a maior leitora de nif deste mundo, obrigada pelo apoio e por sempre ouvir minhas doideras. amo voce

X

Voltar para casa acompanhada de Moonbyul sempre havia feito parte da minha rotina. Ela passou o fundamental inteiro me atormentando todos os dias e no ensino médio não seria diferente. No entanto, desde que me lembro, aquela caminhada estava sendo a mais silenciosa dentre todas as que nós já havíamos tido.

No fundo, sabíamos que se não interrompêssemos aquele pequeno incomodo que ainda estava se desenvolvendo, ele se tornaria enorme e devoraria completamente nossa amizade. Talvez fosse um exagero meu, porém quanto mais pensava sobre o assunto, mais ficava sem respostas. Eu não sabia como agir e muito menos o que falar para minha própria melhor amiga. E aquilo doía, doía muito.

Me sentia uma completa babaca por simplesmente não conseguir olhar para a pessoa que mais confiava no mundo e abrir meu coração, como sempre havia feito e deveria ter continuado fazendo. Era como se a cada dia que passava, um muro invisível crescia entre nós duas e infelizmente, eu não era corajosa o suficiente para ultrapassá-lo.

O clima estava bom. Uma brisa refrescava meu corpo e fazia com que meu uniforme se movesse com o vento fraco, batendo em seu rosto e me relembrando que eu estava ali, presente. Moonbyul caminhava em silêncio, com a visão reta e os lábios cerrados, uma cena difícil de se acreditar. Quando ela não estava tagarelando e me contando sobre os jogos de computador que jogava, estava fazendo algo para me irritar. Me tirar do sério era seu talento especial, mas hoje, ele não estava sendo usado.

Sua casa ficava a algumas quadras da minha, porém, naquela tarde, era como se nunca chegássemos no ponto de separação: o mesmo ponto que demarcava para onde cada uma iria a partir dali. Ficar ao seu lado com a presença daquele silêncio incessante era desesperador, e tudo piorou quando a ponta de um dos meus dedos relou em sua mão. O pequeno atrito fez meu corpo tremer, quase como se uma descarga elétrica tivesse passado por ele. Tudo se intensificou quando ela segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos, como se apenas aquilo bastasse. Como se ela também tivesse muitas coisas para falar, mas não possuísse o folego necessário.

Moonbyul tinha o poder de mexer com os meus sentimentos mesmo sem dizer nada, e isso me irritava. Me irritava porque sabia que quanto mais tentasse esquecê-la, mais ela me atraia.

Sua mão era quente, assim como o seu abraço ou suas bochechas. Byulyi era uma pessoa quente, daquelas que você não quer se soltar sequer um segundo, porque seria um desperdício. Talvez fosse isso o que me fazia ser tão caidinha por ela, mas sendo bem sincera, haviam tantas coisas que me faziam ser apaixonada por ela que era impossível de listar. Eu gostava do seu sorriso, da sua risada quando fazia algo bobo e até mesmo de sua demora para entender algumas coisas. Era genuíno. Moonbyul era genuína, e isso era o que me fazia amá-la.

Estava tão imersa dentro das minhas ansiedades que apenas percebi que estava perto de casa quando Byulyi parou, ainda segurando minha mão e apenas ficou quieta, como se muitas coisas estivessem acontecendo dentro de sua cabeça. Ela se aproximou um pouco, quase como se estivesse com medo de chegar mais perto e segurou meu olhar com o seu por alguns poucos instantes, que mais pareciam terem sido horas. Por fim, fez um carinho na minha mão com seu indicador, demonstrando um sorriso tímido. Eu tentei retribuir o sorriso, mas tudo estava tão confuso que meus pensamentos não estavam funcionando adequadamente.